SóProvas


ID
2289550
Banca
INSTITUTO AOCP
Órgão
UFFS
Ano
2016
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Tomar remédio é fácil; difícil é tomar rumo

Remédios antidepressivos nem sempre funcionam. Sua eficácia pode depender de quão estressado você está.

Daniel Martins de Barros

    A depressão caminha para se tornar uma das principais doenças da humanidade. Segundo a Organização Mundial da Saúde ela afeta 350 milhões de pessoas, e daqui quatro anos se tornará a principal causa de incapacidade no mundo. Parte desse aumento se deve ao melhor esclarecimento das pessoas e à maior taxa de diagnósticos, mas não é só isso. O suicídio também aumenta mundo afora, indicando que há crescimento real no número de casos. A pergunta principal é: por quê?

    Como todos os transtornos mentais, a depressão não tem uma causa só, bem definida. Sua origem é “multifatorial”, ou seja, múltiplos fatores contribuem para que ela surja. E um dos personagens mais cotados para vilão principal no aumento dos casos é o estresse. Ele não é um problema exclusivo do nosso tempo, sempre existiu, mas hoje em dia, onde quer que procuremos, vamos achar fontes de estresse. Seja vinda do trabalho onde se exige sempre mais; seja do meio cultural, com o fluxo de informação ininterrupto sobrecarregando nossos cérebros; do ambiente doméstico, com relações e papeis sendo redefinidos, gerando insegurança; ou mesmo do simples fato de o mundo passar por uma urbanização crescente, levando para mais gente o bônus, mas também o ônus de se viver em cidades. Uma das maneiras de o estresse levar à depressão é por estimular a resposta inflamatória geral do nosso organismo, desgastando-o lentamente.

    O pior é que esse estresse todo pode não só estar causando, mas também perpetuando a depressão. Um estudo acaba de ser publicado investigando porque os antidepressivos funcionam, mas não para todo mundo. Sabendo desse papel da resposta inflamatória na origem da depressão os cientistas estressaram um grupo de ratos, levando-os a ter alterações comportamentais semelhantes às que ocorrem nos deprimidos. Passaram então a tratá-los com placebo ou com o antidepressivo fluoxetina, mantendo metade no ambiente estressante original e metade num ambiente tranquilo. Resultado? Não só o comportamento desses últimos melhorou mais do que nos outros, como também os parâmetros biológicos de atividade inflamatória diminuíram, enquanto nos pobres ratos estressados a inflamação aumentou.

    Os pesquisadores concluíram algo difícil de discordar: não adianta muito tomar remédio se nós não atuarmos também no ambiente. O que faz todo sentido: se a origem da depressão não é só química, apenas medicamentos dificilmente bastarão para curá-la.

    E como se combate o estresse se ele vem de todos os lados? Pode ser difícil, mas não é impossível. Cuidando bem do sono, por exemplo: a maioria das pessoas que dorme menos do que gostaria tem falta de sono por sua própria culpa, por ficar na TV ou celular por mais tempo do que deveria. E o sedentarismo, então? Não é preciso ter dinheiro para personal trainer: meia hora de caminhada na rua, dia sim, dia não, já combate os sintomas do estresse. Isso para não falar de alimentação – dietas ricas em carboidratos simples (açúcar e farinha) contribuem para também ativar o estado inflamatório do organismo, enquanto dietas saudáveis fazem o oposto.

    Talvez você não possa mudar de chefe, de cidade ou de família. Mas com certeza poderia mudar de vida. Só que, como sempre digo, tomar remédio é fácil. O difícil é tomar rumo.

Texto adaptado de: http://vida-estilo.estadao.com.br/blogs/daniel-martins-de-barros/tomar-remedio-e-facil-dificil-e-tomar-rumo/

Em relação às afirmações a seguir, assinale a alternativa correta.

Alternativas
Comentários
  • O quê no texto é um pronome relativo e refere-se ao termo antecedente. Um estudoque acaba de ser publicado, o que se refere a "um estudo".

  • Resposta - C

    Que: refere-se a um estudo.

    Na frase "um estudo acaba de ser publicado""um estudo" é sujeito, sendo assim o que na frase exerce função de sujeito.

  • Resposta C

    Q QUE é pronome relativo , " um estudo o qual acaba de ser publicado "  

    "Acaba de ser"  o verbo "ser" no infinitivo , portanto locução verbal 

  • Vamos ao que segue...

     

    A - ERRADO - A palavra "estressante" só possui um radical a qual foi adicionada um sufixo.

     

    B - ERRADO - O pronome "los" refere-se a "ratos" e não "cientistas"

     

    C - CORRETA. "que" é pronoem relativo que retoma "estudo", agindo como sujeito na oração...A preposição no meio da locuação verbal não influencia.

     

    D - ERRADO - São diferentes.... O sujeito de "melhorou" é "comportamento. O sujeito de "aumentou" é "inflamação".

     

    E - ERRADO - "que" é pronome relativo que retoma "estudo".  Não é Conjunção  integrante....

     

    Espero ter ajudado....

     

    Abraço

     

    D - 

  • Covardia não indica a posição dos trechos no texto.

  • pessoal, na alternativa C o de é preposição acidental ??

     

    OBRIGADO

  • ( ERRADO) No excerto “Passaram então a tratá-los com placebo ou com o antidepressivo fluoxetina, mantendo metade no ambiente estressante original e metade num ambiente tranquilo”, o termo destacado se constitui de um verbo e um pronome em posição enclítica, sendo que o pronome tem função referencial anafórica e retoma a palavra “cientistas”, expressa anteriormente no texto.  los= RATOS

  • Concordo, Damiao Wellington. hahahah

     

    Fiquei entre a B e C. No entanto, aredito que de propósito, o examinador não se prestou nem para colocar o número da linha. Queria nos cansar e perder tempo achando. Foda, né? rs

     

  • temos uma oração adjetiva explicativa , o "que" funciona como pronome relativo , retomando o termo "Um estudo",  se comportando como sujeito da oração. 

  • Quanto à A, as duas palavras são formadas por derivação e não composição, pois apresentam apenas um radical. 

  • Peço licensa pra fazer só uma ressalva quanto ao gabarito que é C)
    A locução verbal não é só ACABA DE SER, mas sim ACABA DE SER PUBLICADO

  • Gab. C

    Um estudo, que acaba de ser publicado, investigou porque os antidepressivos funcionam, mas não para todo mundo.

    O “que” não funciona como conjunção integrante, mas sim como pronome relativo, introduzindo uma oração subordinada adjetiva explicativa, pois está separada por virgulas.

    Conjunções integrante são, geralmente, introduzidas pelos pronomes que e se, e podem ser substituídas, sem problemas, por isto ou isso.

  • Ótimo texto!

  • COMENTÁRIOS:

    A) No excerto “Passaram então a tratá-los com placebo ou com o antidepressivo fluoxetina, mantendo metade no ambiente estressante original e metade num ambiente tranquilo”, as palavras em destaque são formadas a partir de um processo de composição, por meio do qual se anexam dois radicais distintos para formar uma nova palavra. (ERRADO - as palavras são formadas pelo processo de derivação. A primeira é derivação prefixal (prefixo 'anti' = contra) e a segunda é derivação sufixal - sufixo 'ante', que atribui qualidade e característica, formando adjetivos)

    B) No excerto “Passaram então a tratá-los com placebo ou com o antidepressivo fluoxetina, mantendo metade no ambiente estressante original e metade num ambiente tranquilo”, o termo destacado se constitui de um verbo e um pronome em posição enclítica, sendo que o pronome tem função referencial anafórica e retoma a palavra “cientistas”, expressa anteriormente no texto. (ERRADO - o pronome realmente está em posição enclítica, ou seja, depois do verbo, e tem função anafórica, mas não retoma o termo 'cientistas', e sim, o termo 'grupo de ratos'. Uma leitura apressada faria o candidato errar a questão)

    C) No excerto “Um estudo, que acaba de ser publicado, investigou porque os antidepressivos funcionam, mas não para todo mundo”, o “que” desempenha a função de sujeito e a expressão “acaba de ser” trata-se de uma locução verbal. (CORRETO - esse que refere-se à palavra 'estudo'. O que acaba de ser publicado? R.: o estudo. Portanto, estudo é sujeito. Como o que - pronome relativo - refere-se a estudo, estudo é sujeito, e acaba de ser é locução verbal)

    D) No excerto “Não só o comportamento desses últimos melhorou mais do que o dos outros, como também os parâmetros biológicos de atividade inflamatória diminuíram, enquanto nos pobres ratos estressados a inflamação a inflamação aumentou”, ambos os verbos destacados possuem o mesmo sujeito. (ERRADO - as orações possuem sujeitos diferentes. O sujeito de 'melhorou' é o comportamento desses últimos  e o sujeito de 'aumentou' é inflamação - "A inflamação aumentou nos pobres ratos estressados)

    E) No excerto “Um estudo, que acaba de ser publicado, investigou porque os antidepressivos funcionam, mas não para todo mundo”, o “que” funciona como conjunção integrante ligando os termos da oração, o verbo “acaba” funciona como verbo de ligação e a expressão “de ser publicado” funciona como predicativo do sujeito. (ERRADO - esse que é pronome relativo e tem 'estudo' como referente)

  • seria só o meu que não tem nenhuma palavra destacada ?
  • No excerto “Um estudo, que acaba de ser publicado, investigou porque os antidepressivos funcionam, mas não para todo mundo”, o “que” desempenha a função de sujeito e a expressão “acaba de sertrata-se de uma locução verbal.

    Na primeira parte eu entendi, certo, o pronome que retoma ao sujeito.

    a segunda parte não entendi, alguém por favor poderia me ajudar?

    fiquei na duvida porque entendo que ser é um verbo de ligação.

  • fiquei orgulhoso de ter acertado esta questão

  • Sobre a alternativa A

    A palavra estresse é um substantivo masculino que se derivou da palavra da língua inglesa stress, portanto estresse é um estrangeirismo da língua portuguesa. O estrangeirismo ocorre quando palavras de outra língua começam a fazer parte do vocabulário, por exemplo, shopping, delivery, hot dog etc

    https://www.todamateria.com.br/estrangeirismo/