- ID
- 2299744
- Banca
- COVEST-COPSET
- Órgão
- UFPE
- Ano
- 2017
- Provas
- Disciplina
- Português
- Assuntos
TEXTO 3
Já que praticamente todas as nossas ações diárias mais
significativas estão revestidas de linguagem, é importante
saber algo sobre o seu funcionamento. E esse
funcionamento da linguagem é tão espontâneo que não nos
damos conta de sua complexidade.
Quando falamos ou escrevemos, não temos muita
consciência das regras usadas ou das decisões tomadas,
pois essas ações são tão rotineiras que fluem de modo
inconsciente.
Por outro lado, as atividades sociais e cognitivas marcadas
pela linguagem são sempre colaborativas e não atos
individuais. Por isso, seguidamente operam como fontes de
mal-entendidos. Como seres produtores de sentidos, não
somos tão lineares e transparentes quanto seria de desejar,
e a compreensão humana depende da cooperação mútua.
Sendo uma atividade de produção de sentidos colaborativa,
a compreensão não é um simples ato de identificação de
informações, mas uma construção de sentidos com base
em atividades inferenciais.
Para se compreender bem um texto, tem-se que sair dele,
pois o texto sempre monitora o seu leitor para além de si
próprio, e esse é um aspecto notável quanto à produção de
sentido.
Tal concepção teórica traz consequências, como, por
exemplo, as seguintes: a) entender um texto não equivale a
entender palavras ou frases; b) entender as frases ou as
palavras é vê-las em um contexto maior; c) entender é
produzir sentidos e não extrair conteúdos prontos; d)
entender um texto demanda uma relação de vários outros
tipos de conhecimentos, além do linguístico que consta na
superfície do texto.
(Luís Antônio Marcuschi. Produção textual, análise de gêneros e
compreensão. São Paulo: Editora Parábola, Record, 2008, p. 233.
Adaptado).
O Texto 3, visto globalmente, destaca como
pertinente: