Questão 2313850

• Banca: CESPE / CEBRASPE
• Órgão: TCE-PA
• Ano: 2016
• Provas: CESPE - 2016 - TCE-PA - Auditor de Controle Externo - Área Fiscalização - Arquitetura
• Disciplina: Arquitetura
• Assuntos: Arquitetura Colonial Brasileira; Estilos Arquitetônicos; História da Arquitetura e Urbanismo

Acerca da historiografia da arquitetura brasileira, julgue o próximo item.

O costume de revestir com azulejos as fachadas das casas urbanas nas regiões Norte e Nordeste comprova a transferência das tradições da arquitetura portuguesa para a arquitetura brasileira.

• C. Certo
• E. Errado

Gabarito: E

Comentários

• ERRADO

  No Brasil, o revestimento das fachadas com azulejos ocorreu, inicialmente, por razões fundamentalmente climáticas e não ornamentais. Nas cidades litorâneas do nordeste e do norte, as chuvas são abundantes e o calor constante, e na construção de suas moradias os habitantes dessas regiões levavam em conta estes fatores. O azulejo, sendo refratário à ação do sol e impedindo a corrosão da umidade nas paredes caiadas, tornou as residências mais frescas, ao mesmo tempo em que reduziu os custos de conservação.

  FONTE: https://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/30565/30565.PDF

• GABARITO - ERRADO

   

  Que pegadinha do malandro essa questão. Se eu visse pela primeira vez na minha prova, não marcaria. Mas se o CESPE quiser, agora já pode mandar que eu tô sabendo ;)

• O costume de revestir com azulejos as fachadas das casas urbanas nas regiões Norte e Nordeste comprova a transferência das tradições da arquitetura portuguesa para a arquitetura brasileira.

  O uso de azulejo realmente é transferência de tradições da arquitetura portuguesa, mas o uso desse revestimento nas fachadas foi adaptação brasileira.

  GABARITO: Errado

• O uso dos azulejos no decorrer da história da arquitetura brasileira passou por alguns períodos distintos, mas permanece presente até os dias atuais. Inicialmente, os azulejos chegaram ao Brasil com a vinda da família real portuguesa e eram aplicados como painéis figurativos no interior de igrejas, conventos e residências. A transferência do interior das edificações para as fachadas aconteceu no início do século XIX, principalmente nas cidades do litoral brasileiro.
  
  Esta estratégia garantia proteção contra as intempéries como a chuva e a incidência solar, além do asseio e da impermeabilização. É importante ressaltar que, apesar de ser predominante a origem dos azulejos de Portugal, por alguns períodos houve a importação de azulejos de outros países, como França, Holanda, Inglaterra, Bélgica, Alemanha e Espanha.
  
  De acordo com Yunes, entre 1920 e 1930, painéis de azulejos e cartões sob a forma de brasões, são incorporados à arquitetura assumindo o papel de ilustração de referência histórica do Neocolonial brasileiro ou luso-brasileiro. Formulado principalmente nas obras Victor Dubugras e Wasth Rodrigues esta estética assume caráter popular sendo disseminada de maneira magnífica por outros arquitetos e construtores nas grandes e pequenas cidades brasileiras.
  
  Portanto, não é possível afirmar que houve um processo de “transferências das tradições" entre Portugal e Brasil, inclusive porque os azulejos eram originários de outros países também, mas sim um processo de transformação na aplicação e utilidade dos mesmos.  
  
  Gabarito do Professor: ERRADO.
  
  Fonte:
  
  YUNES, Gilberto Sarkis. Os painéis de azulejos na arquitetura brasileira e a identidade moderna. Universidade Federal de Santa Catarina, UFSC, 2016.