SóProvas


ID
2318749
Banca
IESES
Órgão
Prefeitura de São José do Cerrito - SC
Ano
2017
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

LÍNGUAS MUDAM
Por Sírio Possenti. Adaptado de: http://www.cienciahoje.org.br/noticia/v/ler/id/3089/n/linguas_mudam Acesso em 13 jan 2017.
Que as línguas mudam é um fato indiscutível.O que interessa aos estudiosos é verificar o que muda, em que lugares uma língua muda, a velocidade e as razões da mudança. Desde a década de 1960, um fator foi associado sistematicamente à mudança: a variação. Isso quer dizer que, antes que haja mudança de uma forma a outra, há um período de variação, quando as duas (ou mais) ocorrem – inicialmente em espaços ou com falantes diferentes. Aos poucos, a forma nova vai sendo empregada por todos; depois, a antiga desaparece. [...].
Os sociolinguistas, eventualmente, fazem testes para verificar se um caso de variação é ou não candidato à mudança. O teste simula a passagem do tempo verificando qual é a forma adotada pelos falantes mais velhos e pelos mais jovens. Por exemplo: se os mais velhos escrevem ou dizem sistematicamente “para fazer uma tese é preciso que...” e os mais jovens, “para se fazer uma tese...”, este é um indício de que o infinitivo sem sujeito, nesta posição, tende a desaparecer com o desaparecimento dos falantes mais idosos (e “para se fazer” será a forma única, pelo menos durante um tempo).
De vez em quando, há discussões sobre certos casos. Dois exemplos: o pronome ‘cujo’ e a segunda pessoa do plural dos verbos (‘jogai’ etc.). Minha avaliação (bastante informal) é que ‘cujo’ desapareceu. O que quer dizer “desapareceu”? Que não se emprega mais? Não! Quer dizer que não é mais de emprego corrente; só aparece em algumas circunstâncias – tipicamente, em textos muito formais (em geral de autores idosos). E, claro, em textos antigos.
Que apareça em textos antigos é uma evidência de que a forma era / foi empregada. Que apareça cada vez menos é um indício de que tende a desaparecer. Com um detalhe: desaparecer não quer dizer não aparecer nunca mais em lugar nenhum. Quer dizer não ser de uso corrente. Para fazer uma comparação, ‘cujo’ é como a gravata borboleta: só usamos esse item em certas cerimônias, ou seu uso é uma idiossincrasia [...].
Outro caso é a segunda pessoa do plural, em qualquer tempo ou modo. Recentemente, um colunista defendeu a tese de que a forma está viva. Seu argumento: aparece em cartazes de torcedores em estádios de futebol, especialmente do Corinthians, no apelo “jogai por nós”. Mesmo que este seja um fato, a conclusão é fraca. A forma é inspirada numa ladainha de Nossa Senhora, toda muito solene, muito mais do que formal. E é bem antiga, traduzida do latim. [...] A cada invocação, os fiéis respondem “rogai por nós”. “Jogai por nós” é uma fórmula inspirada em outra fórmula, típica desta oração. Para que se possa sustentar que a segunda pessoa do plural não desapareceu, seria necessário que seu uso fosse regular. Que, por exemplo, os corintianos também gritassem “Recuai, Wendel”, “Não erreis estas bolas fáceis, Vagner Love”, “Tite, fazei Malcolm treinar finalizações” e, quando chateados, gritassem “Como sois burro!”. Espero que nenhum colunista sustente que isso ocorre... [...] O caso “jogai” me faz lembrar outro, da mesma natureza, de certa forma. Se há um fato consensual em português (do Brasil) é que não se diz naturalmente “ele o/a viu, vou fazê-la sair”. Estas formas pronominais objetivas diretas de terceira pessoa são verdadeiros arcaísmos. Só são parcialmente aprendidas na escola. Os alunos começam a empregá-las depois de alguns anos, um pouco por pressão, um pouco porque se dão conta de que cabem em textos mais monitorados. Mas essas formas nunca aparecem na fala deles (e são muitíssimo raras também na fala de pessoas cultas, como as que aparecem em debates na TV).
Curiosamente, uma das formas de manifestar chateação, com perdão da expressão, é “p*** que o pariu”! Aqui, o pronome oblíquo aparece! Entretanto, ninguém vai dizer que esse é um argumento para sustentar que o pronome oblíquo está vivo. Se disser...
Sírio Possenti Departamento de Linguística - Universidade Estadual de Campinas
 

Assinale a alternativa que contenha as palavras que completem corretamente os espaços, de acordo com o sentido que devem imprimir em cada frase.
Para _____, é muito difícil falar sobre isso. O homem tinha uma __________ quantia a ser paga a seus credores.
Como era ________________, sabia que tinha muito a aprender.

Alternativas
Comentários
  • As palavras vultuoso e vultoso existem na língua portuguesa e estão corretas. Porém, os seus significados são diferentes e devem ser usadas em situações diferentes. Vultoso se refere a alguém ou a alguma coisa volumosa, de grandes proporções. Vultuoso é um adjetivo pouco utilizado e se refere a uma pessoa que sofre de vultuosidade, ficando com a face e os lábios vermelhos e inchados, com os olhos salientes. A palavra vultuoso tem sua origem na palavra em latim vultuosus, devendo ser escrita com tu na segunda sílaba e o na terceira sílaba. Exemplos: O médico examina o paciente com o rosto vultuoso. Procure orientação médica se sua face continuar vultuosa. A palavra vultoso é formada a partir de derivação sufixal, ou seja, é acrescentado um sufixo a uma palavra já existente, alterando o sentido da mesma. Neste caso, temos a palavra vulto mais o sufixo –oso. Este sufixo nominal forma um adjetivo a partir de um substantivo e significa provido ou cheio de. Neste caso, cheio de vulto, volume, massa. Exemplos: O empresário conseguiu fechar um vultoso negócio com uma empresa estrangeira. O carteiro entregou hoje uma vultosa encomenda para você. As palavras vultuoso e vultoso são escritas de forma parecida e são pronunciadas de forma parecida, mas os seus significados são diferentes. A este tipo de palavras chamamos palavras parônimas. Na língua portuguesa, existem diversas palavras parônimas: vultuoso/vultoso, cumprimento/comprimento, precedente/procedente, descrição/discrição, evasão/invasão, entre outras. Informação disponível em: https://www.google.com.br/webhp?client=ms-unknown&source=android-home&gws_rd=cr&ei=alqfWJ6qFsWhwgTJo5vYAw
  •  

    Para __mim___, é muito difícil falar sobre isso. O homem tinha uma _vultosa_ quantia a ser paga a seus credores.

    Como era __insipiente__, sabia que tinha muito a aprender. 

     

    [Gab. D]

     

    bons estudos

     

  • Para MIM, é muito difícil falar sobre isso.(...)

     

    Todos sabem que pronome oblíquo não pode ser sujeito de verbo, porém, nessa oração, alguns desavisados podem pensar que o "mim" pode estar sendo sujeito. NÃO ESTÁ. Percebem que a oração está na ordem indireta, basta colocá-la na ordem direta para perceber que de modo algum o pronome oblíquo atua como sujeito do verbo. Vejamos: 

     

                       "É muito difícil falar sobre isso para MIM."

  • INCIPIENTE = INICIANTE

    INSIPIENTE = IGNORANTE

    VULTOSO = GRANDE \ VOLUMOSO

    VULTUOSO = DEFORMADO \ INCHADO

  • Para diferir:

    VULTOSA - de grande VULTO, VOLUME

    VULTUOSA -  DEFORMADA, INCHADA.

    INCIPIENTE - PRINCIPIANTE, INICIANTE.

    INSIPIENTE - SEM SENSATEZ, IGNORANTE.

    GAB: D 

     

  • d) Mim – vultosa – insipiente. 

  • Desculpa ai, mas a unica coisa que diz se esta certo ou nao eh O MIM, pois tanto o Insipiente como incipiente caberiam nesse contexto! 

     

    B) Eu (NAO OK) – vultosa (OK) – incipiente (OK). 

    D) Mim (Ok) – vultosa (OK) – insipiente (OK). 

  • GABARITO: D

    1 - MIM: Verifca-se o uso desse pronome oblíquo tônico, pois na frase ele atua como complemento.

    2 - VULTOSA: Significa volumoso, grande vulto. Portanto, é o que se adequa na frase: O homem tinha uma (VULTOSA = GRANDE VULTO) quantia a ser paga a seus credores.

    3- INSIPIENTE: Significa ignorante. Também se adequa na frase da questão.

    Como era (INSIPIENTE = IGNORANTE), sabia que tinha muito a aprender. 

  • Para quem achou estranho, assim como eu, a palavra vultosa, as duas palavras, vultoso e vultuoso, existem na língua portuguesa porém os significados são diferentes =)

    Vultoso = se refere a alguém ou a alguma coisa volumosa, de grandes proporções.

    Vultuoso = é um adjetivo pouco utilizado e se refere a uma pessoa que sofre de vultuosidade, ficando com a face e os lábios vermelhos e inchados, com os olhos salientes.

     

    Quanto ao incipiente e insipiente...

    Incipiente = é um adjetivo que qualifica algo ou alguma coisa que está no início de um processo, ou seja, que é de natureza inicial. Costuma ser usado para identificar o estágio de inicial determinado processo ou ciclo, ou seja, algo que se encontra no estado de incipiência;

    Insipiente = ignorante.

     

  • Falar sobre isso é muito dificíl para mim.

  • A alternativa correta letra D.

     

    Os colegas já esclareceram a resposta nos comentários abaixo. Entretando, para mim, esta banca é bastante "incipiente" e trata a todos nós como perfeitos "insipientes".

     

    Bons Estudos a todos.

  • Complementando:

     

    O uso do MIM sempre foi uma dificuldade para mim. Contudo, um professor me deu a dica que eu não poderia usar o MIM no meio da frase ou em seu início. Dai vc fala, mas o "Para MIM..." está no início da oração... ERRADO. A passagem que é trazida está com sua ordem alterada, logo, quando reorganizada, podemos afirmar que o PARA MIM está sim no final da frase, encerrando o período e, por fim, permitindo a utilização do MIM.

     

    Vultuosa - inchaço da cara

    Vultosa - grande quantidade

     

    Insipiente está presenter nas duas opções, então não precisamos ter dúvida...

     

    Letra D

  • Há algumas palavras que sempre nos confundem. Se houvesse um ranking, a diferença entre "vultosa" e "vultuosa" estaria no topo da lista.

    O dicionário "Aurélio" distingue as duas da seguinte maneira: vultoso se refere a algo volumoso, muito grande; vultuoso, por outro lado, é o inchaço do rosto, deixando-o avermelhado.

    Para quantias, fica claro que deve ser usada a palavra "vultoso/vultosa". Revendo o exemplo acima, teríamos:

    - A maioria se refere a doações vultosas de grandes empresas;

     

    fonte: https://educacao.uol.com.br/dicas-portugues/ult2781u455.jhtm

     

  • Vale assistir!

     https://www.youtube.com/watch?v=4AifR0istIE

  • Vultosa, vem de vulto, algo grande.

  • INCIPIENTE = INICIANTE

    INSIPIENTE = IGNORANTE