SóProvas


ID
2327134
Banca
IBGP
Órgão
CISSUL - MG
Ano
2017
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

A questão diz  respeito ao conteúdo do TEXTO 1. Leia-o atentamente ante de respondê-la.
TEXTO I
Nossos dias melhores nunca virão?
Ando em crise, mas não é muito grave: ando em crise com o tempo. Que estranho “presente” é este que vivemos hoje, correndo sempre por nada, como se o tempo tivesse ficado mais rápido do que a vida (da maneira que seria se o tempo...).
As utopias liberais do século 20 diziam que teríamos mais ócio, mais paz com a tecnologia. Acontece que a tecnologia não está aí para distribuir sossego, mas para incrementar competição e produtividade, não só das empresas, mas a produtividade dos humanos. Tudo sugere velocidade, urgência, nossa vida está sempre aquém de alguma tarefa. A tecnologia nos enfiou uma lógica produtiva de fábricas, fábricas vivas, chips, pílulas para tudo. Temos de funcionar, não de viver. Por que tudo tão rápido? Para chegar aonde? Antes, tínhamos passado e futuro; agora, tudo é um “enorme presente”. E este “enorme presente” é reproduzido com perfeição técnica cada vez maior, nos fazendo boiar num tempo parado, mas incessante, num futuro que “não para de não chegar”.
Antes, tínhamos os velhos filmes em preto-e-branco, fora de foco, as fotos amareladas, que nos davam a sensação de que o passado era precário e o futuro seria luminoso. Nada. Nunca estaremos no futuro. E, sem o sentido da passagem dos dias, da sucessibilidade de momentos, de começo e fim, ficamos também sem presente, vamos perdendo a noção de nosso desejo, que fica sem sossego, sem noite e sem dia. Estamos cada vez mais em trânsito, como carros, somos celulares, somos circuitos sem pausa, e cada vez mais nossa identidade vai sendo programada. O tempo é uma invenção da produção. Não há tempo para os bichos.
Há alguns anos, eu vi um documentário do cineasta Mika Kaurismaki e do Jim Jarmusch sobre um filme que o Samuel Fuller ia fazer no Brasil, em 1951. Ele veio, na época, e filmou uma aldeia de índios no interior do Mato Grosso. A produção não rolou e, em 92, Samuel Fuller, já com 83 anos, voltou à aldeia e exibiu para os índios o material colorido de 50 anos atrás. E também registrou os índios vendo seu passado na tela. Eles nunca tinham visto um filme e o resultado é das coisas mais lindas e assustadoras que já vi. Eu vi os índios descobrindo o tempo. Eles se viam crianças, viam seus mortos, ainda vivos e dançando. Seus rostos viam um milagre. A partir desse momento, eles passaram a ter passado e futuro. Foram incluídos num decorrer, num “devir” que não havia. Hoje, esses índios estão em trânsito entre algo que foram e algo que nunca serão. O tempo foi uma doença que passamos para eles, como a gripe. E pior: as imagens de 50 anos é que pareciam mostrar o “presente” verdadeiro deles. Eram mais naturais, mais selvagens, mais puros naquela época. Agora, de calção e sandália, pareciam estar numa espécie de “passado” daquele presente. Algo decaiu, piorou, algo involuiu neles.
Fui atrás de velhos filmes de 8mm que meu pai rodou há 50 anos também. Queria ver o meu passado, ver se havia ali alguma chave que explicasse meu presente hoje, que prenunciasse minha identidade ou denunciasse algo que perdi, ou que o Brasil perdeu. Em meio às imagens trêmulas, riscadas, fora de foco, vi a precariedade de minha pobre família de classe média, tentando exibir uma felicidade familiar que até existia, mas precária, constrangida; e eu ali, menino comprido feito um bambu no vento, já denotando a insegurança que até hoje me alarma. Minha crise de identidade já estava traçada. E não eram imagens de um passado bom que decaiu, como entre os índios. Era um presente atrasado, aquém de si mesmo.
Vendo filmes americanos dos anos 40, não sentimos falta de nada. Com suas geladeiras brancas e telefones pretos, tudo já funcionava como hoje. O “hoje” deles é apenas uma decorrência contínua daqueles anos. Mudaram as formas, o corte das roupas, mas eles, no passado, estavam à altura de sua época. A Depressão econômica tinha passado, como um trauma, e não aparecia como o nosso subdesenvolvimento endêmico. Para os americanos, o passado estava de acordo com sua época. Em 42, éramos carentes de alguma coisa que não percebíamos. Olhando nosso passado é que vemos como somos atrasados no presente. Nos filmes brasileiros antigos, parece que todos morreram sem conhecer seus melhores dias.
E nós, hoje, continuamos nesta transição entre o atraso e uma modernização que não chega nunca? Quando o Brasil vai crescer? Quando cairão afinal os “juros” da vida? [...] Nosso atraso cria a utopia de que, um dia, chegaremos a algo definitivo. Mas, ser subdesenvolvido não é “não ter futuro”; é nunca estar no presente.
JABOR, Arnaldo. Disponível em: http://www.paralerepensar.com.br/a_jabor_nossodias.htm>. Acesso em: 6 set. 2016. (Fragmento adaptado)

Leia este trecho.
“Nosso atraso cria a utopia de que, um dia, chegaremos a algo definitivo. Mas, ser subdesenvolvido não é “não ter futuro”; é nunca estar no presente.”
Para manter a relação estabelecida entre os períodos, o termo destacado NÃO pode ser substituído por

Alternativas
Comentários
  • Adversativas: ligam duas orações ou palavras, expressando ideia de contraste ou compensação. São elas: mas, porém, contudo, todavia, entretanto, no entanto, não obstante.

     

    Das conjunções adversativas, "mas" deve ser empregada sempre no início da oração: as outras (porém, todavia, contudo, etc.) podem vir no início ou no meio.

  • Alguém pode me explicar onde o (logo) é conjunção adversativa?

  • Esse gabarito está errado, não pode ser ...

  • Como é? Logo? É isso mesmo?

  • Nessa hora me desconecto do mundo real.

  • VALE RESSALTAR QUE A QUESTÃO QUER A OPÇÃO ERRADA!

    O GABARITO ESTA ERRADO!! A LETRA CERTA É "A"- LOGO

    QUESTÃO 6

    GABARITO - https://www.qconcursos.com/arquivos/prova/arquivo_gabarito/53075/ibgp-2017-cissul-mg-psicologo-gabarito.pdf

    PROVA -https://www.qconcursos.com/arquivos/prova/arquivo_prova/53075/ibgp-2017-cissul-mg-psicologo-prova.pdf

  • E aí, Arnaldo, pode?

  • Mandei eles corrigirem. Não se preocupem, o gabarito é sim a letra A.

  • Galera...as respostas de muitas questões estão dúbias. Não foi só nesta questão que achei a resposta equivocada. Como que a gente faz? Como que se prepara pra uma prova de uma banca dessa, tudo parece relativo.

  • Letra  A é a correta ninguém pediu recurso na época não???

    Visto que a questâo pede "  o termo destacado NÃO pode ser substituído por:"

  • Aff...

  • A probabilidade de acertar essa questão é que não sabe nada. Tem Lógica não, a correta é a letra "A"

  • Pode isso Arnaldo ?

     

    Treine enquanto eles dormem, estude enquanto eles se divertem, persista enquanto eles descansam, e entao, viva o que eles sonham" Provérbio JaponêsAutora Cris Okamoto

  • Depois dessa... pensei em  tocar fogo nessa Gramática do  Pestana de 3.000 páginas hahahahha

  • concordo com vocês. As opçôes letras B,C ou D expressam o mesmo valor do conectivo "mas". São conjunções coordenadas adversativas e a opção da letra A tem valor de conclusão.

  • Gabarito está incorreto.


    Categorias Coordenativas: Categoria: Conjunções:

    Aditiva: exprime relação de soma. E, nem, não só... mas também, bem como, como também.

    Adversativa: exprime relação de oposição. Mas, porém, todavia, contudo, no entanto, entretanto.

    Alternativa: exprime relação de alternância. Ou, ora... ora, quer... quer, seja... seja.

    Conclusiva: exprime relação de conclusão. Logo, portanto, então, assim, pois (após o verbo). Explicativa: exprime relação de explicação. Que, porque, porquanto, pois (antes do verbo).

  • Boa tarde colegas,


    Sobre esta questão não encontrei qualquer retificação do gabarito, afirmando ser correta a letra C . Complicado estudar questões da banca, onde não se encontra justificativas para a resposta. A unica forma é recorrer aos professores do QC.

    Bons estudos.

  • Boa tarde colegas,


    Sobre esta questão não encontrei qualquer retificação do gabarito, afirmando ser correta a letra C . Complicado estudar questões da banca, onde se tem justificativas para a resposta. A unica forma é recorrer aos professores do QC.

    Bons estudos.

  • O merda de banca,deve ter umas cinco questões dessa prova com gabarito totalmente errado. Sem sentido nenhum.

  • Desconfiei.. que tinha erro tava muito mamão

  • Errei por falta de atenção. não vi que era para marcar a incorreta.

  • Gabarito errado, hein?

    RESPOSTA CORRETA: A

    "Logo" é conjunção conclusiva. As demais são adversativas, sendo assim, não tem como eliminar uma sem eliminar a outra.

    Completamente sem sentido.

    Como a banca justificou essa resposta?

  • Gabarito totalmente errado pessoal.

    RESPOSTA CORRETA: A

    "Logo" é conjunção conclusiva. As demais são adversativas, sendo assim, não tem como eliminar uma sem eliminar a outra.

    Completamente sem sentido.

  • Gab A

    O Restante das alternativas são conjunções Coordenativas adversativas.

    LOGO: Conclusiva.