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ID
2332648
Banca
IBADE
Órgão
Prefeitura de Rio Branco - AC
Ano
2017
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Texto para responder à questão.

Preto é cor, negro é raça

  O refrão de uma marchinha carnavalesca, de amplo domínio público, oferece uma pista interessante para a compreensão do critério objetivo que a sociedade brasileira emprega para a classificação racial das pessoas: “O teu cabelo não nega, mulata, porque és mulata na cor; mas como a cor não pega, mulata, mulata eu quero o teu amor”.
  Escrita por Lamartine Babo para o Carnaval de 1932, a marchinha realça a ambiguidade das relações raciais, ao mesmo tempo em que ilustra a opção nacional pela aparência, pelo fenótipo. Honesto e preconceituoso em sua definição de negro, Lamartine contribui mais para o debate sobre classificação racial do que muitos doutores.
  Com efeito, ao contrário do que pensa o presidente eleito, bem como certos acadêmicos, os cientistas pouco podem fazer nesta seara, além de, em regra, exibirem seus próprios preconceitos ou seu compromisso racial com a manutenção das coisas como elas estão.
  Primeiro porque, como se sabe, raça é conceito científico inaplicável à espécie humana, de modo que o vocábulo raça adquire relevância na semântica e na vida apenas naquelas sociedades em que a cor da pele, o fenótipo dos indivíduos, é relevante para a distribuição de direitos e oportunidades.
  Segundo, porque as pessoas não nascem negras ou brancas; enfim, não nascem “racializadas”. É a experiência da vida em sociedade que as torna negras ou brancas.
   “Todos sabem como se tratam os pretos”, assevera Caetano Veloso na canção “Haiti”.
  Em sendo um fenômeno relacional, a classificação racial dos indivíduos repousa menos em qualquer postulado científico e mais nas regras que regem as relações, intersubjetivas, econômicas e políticas no passado e no presente.
 Negro e branco designam, portanto, categorias essencialmente políticas: é negro quem é tratado socialmente como negro, independentemente de tonalidade cromática. É branco aquele indivíduo que, no cotidiano, nas estatísticas e nos indicadores sociais, abocanha privilégios materiais e simbólicos resultantes do possível mérito de ser branco. Esse sistema funciona perfeitamente bem no Brasil desde tempos imemoriais.
  A título de exemplo, desde a primeira metade do século passado, a Lei das Estatísticas Criminais prevê a classificação racial de vítimas e acusados por meio do critério da cor. Emprega-se aqui a técnica da heteroclassificação, visto que ao escrivão de polícia compete classificar, o que é criticado pela demografia, que entende ser mais recomendável, do ângulo ético e metodológico, a autoclassificação.
   Há um outro banco de dados no qual o método empregado é o da autoclassificação: o Cadastro Nacional de Identificação Civil, feito com base na ficha de identificação civil, a partir da qual é emitida a cédula de identidade, o popular RG. Tratase de uma ficha que pode ser adquirida em qualquer papelaria, cujo formulário, inspirado no aludido Decreto-Lei das Estatísticas Criminais, contém a rubrica “cútis”, neologismo empregado para designar cor da pele. Assim, todas as pessoas portadoras de RG possuem em suas fichas de identificação civil a informação sobre sua cor, lançada, em regra, por elas próprias.
  Vê-se, pois, que o Cadastro Nacional de Identificação Civil oferece uma referência objetiva e disponível para o suposto problema da classificação racial: qualquer indivíduo cuja ficha de identificação civil, dele próprio ou de seus ascendentes (mãe ou pai), indicar cor diversa de branca, amarela ou indígena, terá direito a reivindicar acesso a políticas de promoção da igualdade racial e estará habilitado para registrar seu filho ou filha como preto/negro.
  Fora dos domínios de uma solução pragmática, o procedimento de classificação racial, que durante cinco séculos funcionou na mais perfeita harmonia, corre o risco de se tornar, agora, um terrífico dilema, insolúvel, poderoso o bastante para paralisar o debate sobre políticas de promoção da igualdade racial.
  No passado nunca ninguém teve dúvidas sobre se éramos negros. Quiçá no futuro possamos ser apenas seres humanos.
SILVA JÚNIOR, Hédio. Preto é cor, negro é raça. Folha de S.Paulo, São Paulo, 21 dez. 2002. Opinião, p.A3.

A transposição oração da frase “O refrão de uma marchinha carnavalesca, de amplo domínio público, oferece uma pista interessante” para a voz passiva analítica implicará:

Alternativas
Comentários
  • O refrão de uma marchinha carnavalesca, de amplo domínio público, oferece uma pista interessante

    VOZ PASSIVA: UMA PISTA INTERESSANTE É OFERECIDA PELO REFRÃO DE UMA MARCHINHA CARNAVALESCA, DE AMPLO DOMINIO PUBLICO

  • “O refrão de uma marchinha carnavalesca, de amplo domínio público, oferece uma pista interessante”

    Voz Passiva  - Sofre a ação do Verbo, possui sujeito paciente.

    Voz Passiva analítica - Verbo Ser + Participio (ida, ido, ada, ado...)

    UMA PISTA INTERESSANTE É (verbo ser) OFERECIDA (participio) PELO REFRÃO DE UMA MARCHINHA CARNAVALESCA, DE AMPLO DOMINIO PUBLICO.

    UMA PISTA INTERESSANTE - Tornou-se o sujeito da oração e sofre a ação do verbo.

    RESPOSTA: A

  • qual erro da letra D ?

  • D)  nao é marchinha carnavalesca e sim O refrão de uma marchinha carnavalesca.

    GAB:A

  •  

     

    TRANSFORMAR PARA A VOZ PASSIVA ANALÍTICA:

     

    REGRA:        ATIVA COM UM VERBO. NA PASSIVA VAI TER DOIS

     

     

    VOZ ATIVA   Os revestimentos das paredes isolam o calor 

                                     Sujeito                          VTD        OD

     

     

    PROCURAR O VERBO:    SER      +      PARTICÍPIO             Q778074                    Q778014                     

     

    VOZ PASSIVA     O calor         é       +       isolado                         pelos revestimentos das paredes.

                                   Sujeito     VL          (locução verbal)                     Agente da passiva 

     

     

     Q795122    É produzido com matérias primas da própria região.

    Q822883  No caso do de cobre, esse controle é repetido por nós após a primeira menstruação depois da colocação

  • Lembrar da regra do X , quando for fazer transposição de vozes verbais e a primeira estiver na voz ativa você cruza as informação, dessa forma o que era sujeito fica no predicado e vice-versa : 

     

     

  • Uma pista interessante(sujeito)

    é oferecida pelo

    refrão de uma marchinha carnavalesca.(agente da passiva)

     

  • O objeto direto será sujeito na voz passiva

  • voz passiva analítica = verbo ser/estar ( tempo e modo verbal do verbo principal da voz ativa) + participio

    voz passiva sintética = VTD/VTDI + Se (particula apassivadora)

     

    VOZ ATIVA  =>  VOZ PASSIVA ANALÍTICA

    Sujeito                  Agente da Passiva

    VTD/ VTDI             Locução Verbal

    Objeto Direto        Sujeito Passivo

  • O verbo no enunciado está no presente, então não poderia ser "FOI OFERECIDA", no passado, como afirma a letra E