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ID
234799
Banca
NC-UFPR
Órgão
UFPR
Ano
2010
Provas
Disciplina
Psicologia
Assuntos

Na técnica de grupo operativo, o ECRO (esquema conceitual referencial e operativo) tem papel central. Sobre esse conceito, assinale a alternativa INCORRETA.

Alternativas
Comentários
  • O cone invertido
    O esquema do Cone invertido permite descrever a operação do grupo. Na base do cone, encontram-se os conteúdos emergentes, manifestos e as situação explícitas. No vértice do cone estão as situações implícitas. O espiral representa o movimento dialético de indagação e esclarecimento que vai do explícito ao implícito, revelando os medos básicos subjacentes para interpretar a mudança. 
    Os membros que assumem o papel de porta-voz trazem algum emergente que, interpretado pelo coordenador ou facilitador, possibilita o surgimento de outros materiais mais implícitos, o que permite elaborar as fantasias grupais.

    Horizontalidade, verticalidade e transversalidade
    A verticalidade se refere à análise da história individual de cada um dos sujeitos que compõem o grupo. É a história dos grupos internos que constituem os fantasmas grupais, seus vínculos e formas de comunicação.
    Por outro lado, a horizontalidade diz respeito como a situação vincular grupal, ou seja, a dinâmica grupal das histórias individuais dos diferentes membros que compõem o grupo. Neste ponto, aparece a importância do conceito de porta-voz como o que enuncia sempre uma situação que é um produto da dinâmica grupal.
    A transversalidade consiste em uma dimensão que pretende superar dois impasses de uma pura verticalidade e de uma simples horizontalidade. Tende a realizar-se quando uma comunicação máxima se efetua entre os diferentes níveis e sobretudo nos diferentes sentidos. Trata-se do lugar do sujeito inconsciente do grupo, o além das leis objetivas, o que fundamenta o desejo do grupo. 
    A intervenção institucional grupal requer interpretar a articulação entre a horizontalidade, a verticalidade e a transversalidade, para levantar obstáculos na realização da tarefa.
    (http://mudancaeresistencia.blogspot.com.br)
  • Complementando o acima dito:

    Cone Invertido

    É um esquema idealizado por Pichon para avaliar o movimento no interior de um grupo durante a realização de uma tarefa e seu resultado final, quando se tornam manifestos os conteúdos que no início do processo encontravam-se latentes. O Cone Invertido constituído por seis vetores de análise também pode ser utilizado para analisar a dinâmica de uma equipe institucional bem como uma entrevista ou até uma intervenção clínica. Visca (1987) utilizava-o também para avaliar a conduta do paciente (individual e grupal).

    Os seis vetores são:

    • Pertença – diz respeito a sensação única e individual de fazer parte do grupo, ser importante para a realização da tarefa e pode ser medida pela presença constante, respeito aos compromisso assumidos e efetiva participação nas atividades.
    • Cooperação – baseia-se na troca de informação entre os participantes do grupo, isto é, aquilo que os membros trazem de si para o grupo, contribuindo para a tarefa grupal.
    • Pertinência – diz respeito a percepção dos integrantes quanto ao centramento nas tarefas, isto é, aos objetivos delineados no projeto.
    • Comunicação – constitui basicamente o intercâmbio de informações entre membros do grupo. Para não haver obstáculos no entendimento das mensagens de cada um é importante que não aconteça “formação de ruídos” nessa comunicação, o que causaria dificuldades para enfrentar a tarefa.
    • Aprendizagem – torna-se possível a partir da comunicação bem realizada. O grupo se conscientiza da natureza real da tarefa e se torna capaz de gerar um projeto de execução, incluindo abordagens táticas, técnicas e logísticas para iniciar, realizar e aperfeiçoar a tarefa. O vínculo que o grupo estabelece com a aprendizagem tem relação com o afastar ou aproximar o sujeito da aprendizagem.
    • Tele – diz respeito a empatia entre os participantes do grupo, que pode ser positiva ou negativa. É o clima que se desenvolve no grupo causando sentimento de atração ou rejeição quando as tarefas.
  • Continuando..

    Esquema Conceitual Referencial Operativo (ECRO)

    É considerado o instrumento de análise ideal do funcionamento do grupo como um todo e do indivíduo participante deste grupo. Vem, como unidade operacional, da Epistemologia Convergente. Este esquema é voltado para a aprendizagem através da TAREFA. O ECRO vai sendo construído na medida em que o trabalho do grupo for se desenvolvendo e depende da história da instituição ou do grupo em si, e da contribuição individual de cada componente: com suas histórias, seus esquemas conceituais, referenciais e operativos, colocados no interjogo das relações interpessoais que aí acontecem e vão se construindo.

    Papéis do Grupo Operativo

    Os indivíduos assumem diferentes papéis nos grupos dos quais fazem parte. Esses papéis vão sendo colocados naturalmente pelo grupo dependendo dos vínculos que vão se criando e normalmente são desempenhados pelos componentes que têm uma história pessoal que lhes permita desempenhá-los.

    Estes papéis são móveis, ou seja, o indivíduo pode em determinado momento do grupo estar desempenhando um papel e mais adiante, em outra situação, estar em outro.

    Líder de mudança: é aquele componente que provoca, instiga, sugere coisas novas levando o grupo a buscar algo novo, a mudança.

    Líder de resistência: é aquele que, quando se sugere algo novo, tenta segurar o grupo a manter a situação anterior abrindo um espaço para a conservação.

    Obs: As duas lideranças são importantes, porque é justamente no interjogo entre o novo e o conhecido que ocorrem as mudanças, as transformações e o crescimento individual e grupal.

    Porta-voz: é aquele que traduz através de sua fala e de suas ações os sentimentos e as idéias que circulam no grupo, aparentes ou não.

    Bode expiatório: é aquele que recebe e aceita a carga negativa do grupo, deixando-o mais leve e produtivo, já que o grupo está tendo em quem projetar seus pontos negativos.

    Sintetizador: é aquele participante que consegue ouvir, perceber e captar o que se passa no grupo, expressando a síntese da discussão, integrando o que foi apresentado, mesmo que tenham surgido idéias opostas, o que quase sempre acontece.

  • O trabalho em Grupo Operativo é quase sempre um jogo de inter-relações, do qual todos fazem parte e ninguém é melhor ou pior que o outro. O tempo todo, mesmo sem que se perceba, há trocas entre os integrantes em todos os níveis. Analisar os diferentes papéis e sua circulação permite ao observador perceber o momento ideal para uma intervenção e sua real necessidade. O grupo torna-se mais saudável e produtivo quando os papéis circulam, proporcionando o crescimento individual e grupal, ou seja, a realização da tarefa e a transformação dos indivíduos.Trabalhar em grupo operativamente não é fácil, mas permite que ocorra maior circulação do saber de cada um e evita a cristalização de certos comportamentos que em outras circunstâncias impediria que a tarefa fosse realizada e que os componentes do grupo crescessem enquanto sujeitos.

    Coordenador e Observador

    O coordenador de grupo operativo não pode trabalhar nem como um psicanalista de grupo nem como um simples coordenador de grupo de discussão e tarefa. Sua intervenção se limita a sinalizar as dificuldades que impedem ao grupo enfrentar a tarefa. Dispõe para isso de um ECRO pessoal a partir do qual tentará decifrar essas dificuldades, propondo ao grupo as hipóteses que lhe permitam tornar-se a si mesmo como objeto de estudo e ir revelando as dificuldades que aparecem na comunicação e aprendizagem. O coordenador não está ali para responder as questões mas, para ajudar o grupo a formular aquelas que permitirão o enfrentamento dos medos básicos. Ele cumpre no grupo um papel prescrito: o de ajudar os membros a pensar, abordando o obstáculo epistemológico configurado pelas ansiedades básicas. Seu instrumento é a sinalização das situações manifestas e a interpretação da causalidade subjacente.

    O observador, na forma tradicional de grupo operativo, é um elemento não participante e ao mesmo tempo em que serve de tela de projeção por sua característica de permanecer silencioso, registra material expresso tanto verbalmente como pré-verbalmente nos distintos momentos grupais. Depois da sessão grupal as notas do observador são analisadas em conjunto com o coordenador, que juntos podem repensar as hipóteses e adequá-las em função do processo grupal.
    Extraído de: http://supervisaopsicopedagogica.com.br/?p=76

  • ECRO é o conjunto de experiências, conhecimentos e afetos com os quais o sujeito pensa/sente/age.