SóProvas


ID
2363413
Banca
CONSULPLAN
Órgão
TRF - 2ª REGIÃO
Ano
2017
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Texto I para responder à questão.


Onde o Direito e a Literatura se encontram 

  “Porque esse é o meu nome! Porque não posso ter outro em minha vida! Porque estaria mentindo e assinando mentiras. Porque não valho a poeira dos pés daqueles que mandou enforcar! Eu já dei a minha alma ao Senhor, deixe-me ficar com meu nome!”. A citação acima foi retirada da obra As Bruxas de Salém, de Arthur Miller, que também foi tema de filme, lançado em 1996. O trecho em questão, porém, também foi utilizado como argumentação em uma decisão judicial a favor da autora que reclamava de atentado à honra. 
  A argumentação não só mostra como a Literatura ajuda a fundamentar a realidade, mas como o próprio Direito se utiliza dessa ferramenta para interpretar a sociedade. Essa relação entre Direito e Literatura pode ser analisada de três formas: o Direito na Literatura; o Direito da Literatura, que trata dos direitos do autor ou de uma obra e de temas relacionados, como a liberdade de expressão; e, ainda, a utilização de práticas da crítica literária para compreender e avaliar os direitos, as instituições e procedimentos judiciais, o que seria o Direito como Literatura. 
  Esta última relação do Direito com a Literatura, como explica Vera Karam, professora da disciplina de Direito e Literatura da Faculdade de Direito da Universidade Federal do Paraná (UFPR), é o estudo de temas jurídicos – e da própria realidade em que estão inseridos – com a ajuda das obras literárias. “A Literatura surge como uma metáfora que o direito usa para tentar articular uma boa solução para aquilo que é chamado a responder”, explica. [...]
  “O aplicador do direito é constantemente demandado a dar respostas a conflitos concretos e diversos, e a Literatura justamente abre um espaço de reflexão e de ação mais crítico, porque é mais sensível às especificidades do humano”, aponta Vera.
  
“A Literatura amplia os horizontes, já que possibilita ao leitor experimentar, de um modo seguro, situações que ele provavelmente jamais viveria. A boa literatura estimula a reflexão e desperta o senso crítico”, complementa Lenio Streck, procurador de Justiça do Rio Grande do Sul e professor de Pós-Graduação em Direito na Unisinos-RS. 
  Para Vera, além de trazer novas perspectivas aos operadores do Direito, a Literatura antecipa temas relacionados ao universo jurídico. “A ficção literária tem essa riqueza, essa sutileza, essa sensibilidade que permite que o Direito às vezes fique até mais bem preparado para o enfrentamento de conflitos que seriam inimagináveis fora da ficção”, diz.
  A linguagem, que no Direito encontra suas especificidades e na Literatura é registrada de maneira mais diversa e livre, também é apontada pelos especialistas como um ponto-chave da interpretação jurídica por meio das obras. “Olhando a operacionalidade, a realidade não nos toca, as ficções, sim. Com isso, confundimos as ficções da realidade com a realidade das ficções. Ficamos endurecidos. A Literatura pode ser mais do que isso. Faltam grandes narrativas no Direito, e a Literatura pode humanizá-lo”, finaliza Streck.
(Katna Baran, especial para a Gazeta do Povo 21/03/2013. Disponível em: http://www.gazetadopovo.com.br/vidapublica/justica-direito/onde -o-direito-e-a-literatura-se-encontramb2yn714yocf2hz62cladr6p1q>Acesso em janeiro de 2017. Adaptado.)  

Em “a poeira dos pés daqueles que mandou enforcar!” (1º§) o termo destacado indica, sintaticamente, a mesma função exercida pelo termo grifado em:

Alternativas
Comentários
  • a poeira dos pés daqueles que mandou enforcar!   que =  A QUAL  - pronome relativo

     

    “A Literatura surge como uma metáfora que o Direito usa para tentar articular uma boa solução [...]” (3º§)    ( que = A QUAL )

     

  • Enunciado - Mandou enforcar "aqueles" - objeto direto!!
    Alternativa C - "A Literatura surge como uma metáfora que o Direito usa para tentar articular uma boa solução" - o direito usa uma metáfora para.... objeto direto também.

  • Todas as outras alternativas apresentam a função de sujeito

  • Em “a poeira dos pés daqueles que mandou enforcar!” (1º§) o termo destacado indica, sintaticamente, a mesma função exercida pelo termo grifado em

    Apesar do pronome relativo "que" se referir à "daqueles"  (sempre se refere a termo anterior a ele) , o que tem sua funçaõ sintática na 2º oração

     (ELE) MANDOU ENFORCAR -LOS  (=que)

    O "que" não pode ser sujeito já que o sujeito implícito é "ELE". 

    o verbo enforcar não pede complemento então será transitivo direto e assim, o "que" que pode ser visto como o "los" será objeto direto. 

    a frase em que o verbo é transitivo direto: “A Literatura surge como uma metáfora que o Direito usa para tentar articular uma boa solução [...]” (3º§) 

    O DIREITO USA "A METÁFORA" (= QUE) PARA TENTAR ARTICULAR BOA SOLUÇÃO. 

     

  • não entendi.

  • Verônica,

    Não sei se eu estou falando abobrinha, mas a maneira que eu entendi a questão foi assim: eu tenho que achar o outro QUE que esteja cumprindo a mesma função sintática do QUE da frase “a poeira dos pés daqueles que mandou enforcar!”. Nesse caso, ele está substituindo qual termo da oração subordinada? O objeto. " (Ele/ Alguém) mandou enforcar aquelas pessoas (representado pelo termo DAQUELES e substituído pelo termo QUE).

     

    Na alternativa A) o QUE está substituindo o termo OBRA. Se você trocar o QUE por OBRA, na oração subordinada, vai ver que ele exerce função de sujeito - A obra também foi tema de filme.

     

    B) o QUE está substituindo o termo O DIREITO DA LITERATURA. Se você tbm fizer a troca, vai ver que ele exerce função de sujeito - O direito de literatura trata dos direitos do autor ou de uma obra...

     

    C) o QUE está substituindo o termo METÁFORA. Já aqui, a função de METÁFORA na frase subordinada é objeto, e não mais sujeito - o Direito (sujeito) usa A METÁFORA (objeto) para tentar articular uma boa solução.

     

    D) o QUE está substituindo o termo AUTORA. Mais uma vez, se você fizer a troca na oração subordinada, vai ver que ele exerce a função de sujeito - A autora reclamava de atentado à honra.

     

    Todos os QUE das orações são pronomes relativos, e todas as orações são Orações Subordinadas Adjetivas.

     

    Enfim, espero ter ajudado!!

     

  • Ponto dos Concursos - Professor Albert Iglésia

    Comentários: o pronome relativo “que” funciona como objeto direto do verbo “mandou”. Na terceira alternativa, o “que” exerce a mesma função em relação ao verbo “usa”. Nas demais sentenças, a função é de sujeito.

     

  • Porque não valho a poeira dos pés daqueles que mandou enforcar! a poeira dos pés daqueles que mandou enforcar!

    Frase 1: Porque não valho a poeira dos pés daqueles

    Frase 2: Mandou enforcar aqueles

    “que” = “aqueles” (Frase 2) → Objeto direto

     

    Alternativa A ERRADA

     

    A citação acima foi retirada da obra As Bruxas de Salém, de Arthur Miller, que também foi tema de filme, lançado em 1996”

     

    Frase 1: A citação acima foi retirada da obra As Bruxas de Salém, de Arthur Miller

     

    Frase 2: A citação acima também foi tema de filme, lançado em 1996

     

    “Que” = “A citação acima” (Frase 2) → Sujeito

     

    Alternativa B – ERRADA

     

    Essa relação entre Direito e Literatura pode ser analisada de três formas: o Direito na Literatura; o Direito da Literatura, que trata dos direitos do autor ou de uma obra [...]; e, ainda, [...] o Direito como Literatura. 

     

    Frase 1: Essa relação entre Direito e Literatura pode ser analisada de três formas: o Direito na Literatura; o Direito da Literatura; e, ainda, [...] o Direito como Literatura.

     

    Frase 2: O Direito da Literatura trata dos direitos do autor ou de uma obra [...]

     

    “que” = “O Direito da Literatura” (Frase 2) → Sujeito

     

    Alternativa C – CERTA

     

    A Literatura surge como uma metáfora que o Direito usa para tentar articular uma boa solução

     

    Frase 1: A Literatura surge como uma metáfora

     

    Frase 2: O Direito usa uma metáfora para tentar articular uma boa solução

     

    “que” = “uma metáfora” (Frase 2) → Objeto Direto

     

    Alternativa D – ERRADA

     

    O trecho em questão, porém, também foi utilizado como argumentação em uma decisão judicial a favor da autora que reclamava de atentado à honra.” 

     

    Frase 1: O trecho em questão, porém, também foi utilizado como argumentação em uma decisão judicial a favor da autora

     

    Frase 2: A Autora reclamava de atentado à honra

     

    “que” = “A Autora” (Frase 2) → Sujeito

  • O pronome “que” refere-se a “daqueles”. Colocando a frase na ordem direta, teríamos: mandou enforcar aqueles (não valho a poeira dos pés deles). O “que” tem a função sintática de objeto direto, já que, quem manda enforcar, manda enforcar alguém. Portanto temos que achar uma alternativa em que o “que” tenha a função de objeto direto.

     

    a) O “que” atua como sujeito do verbo ser. Alternativa incorreta.

    b) Novamente o “que” exerce a função de sujeito do verbo tratar. Alternativa incorreta.

    c) O “que” retoma “metáfora” e tem a função de objeto direto: o Direito usa a metáfora (literatura) para tentar articular uma boa solução. Quem usa, usa algo ou alguém (VTD). Alternativa correta.

    d) Novamente o “que” exerce a função de sujeito do verbo reclamar. Alternativa incorreta.

     

    Comentários  retirados do site exponencial concursos. Link: https://www.exponencialconcursos.com.br/trf2-portugues-ajaa-e-ajof/

    Por Leonardo Coelho

  • Questão (QUE = OBJETO DIRETO)

     

    a)  QUE = SUJEITO

     

    b)  QUE = SUJEITO

     

    c)    QUE  =  OBJETO DIRETO

     

    d)     QUE = SUJEITO

  • Classificação das palavras Que

    A palavra que em português pode ser:

     

     

    Interjeição: exprime espanto, admiração, surpresa.

    Nesse caso, será acentuado e seguido de ponto de exclamação. Usa-se também a variação "o quê"! A palavra que não exerce função sintática quando funciona como interjeição.

     

    Quê! Você ainda não está pronto?
    O quê! Quem sumiu?

     

    Substantivo: equivale a alguma coisa.

     

    Nesse caso, virá sempre antecedido de artigo ou outro determinante e receberá acento por ser monossílabo tônico terminado em e. Como substantivo, designa também a 16ª letra de nosso alfabeto. Quando a palavra que for substantivo, exercerá as funções sintáticas próprias dessa classe de palavra (sujeito, objeto direto, objeto indireto, predicativo etc.)

     

    Ele tem certo quê misterioso. (substantivo na função de núcleo do objeto direto).

     

     

    Preposição: liga dois verbos de uma locução verbal em que o auxiliar é o verbo ter. Equivale a de. Quando é preposição, a palavra que não exerce função sintática.

     

    Tenho que sair agora.
    Ele tem que dar o dinheiro hoje.

     

     

    Partícula expletiva ou de realce: pode ser retirada da frase, sem prejuízo algum para o sentido. Nesse caso, a palavra que não exerce função sintática; como o próprio nome indica, é usada apenas para dar realce. Como partícula expletiva, aparece também na expressão é que.

     

    Quase que não consigo chegar a tempo.
    Ela é que conseguiu chegar.

     

     

    Advérbio: modifica um adjetivo ou um advérbio. Equivale a quão. Quando funciona como advérbio, a palavra que exerce a função sintática de adjunto adverbial; no caso, de intensidade.

    Que lindas flores!
    Que barato!

     

     

    Pronome: como pronome, a palavra que pode ser:

     

     

    ⇒ Pronome relativo: retoma um termo da oração antecedente, projetando-o na oração consequente. Equivale a o qual e flexões.

     

    Não encontramos as pessoas que saíram.

     

     

    ⇒ Pronome indefinido: nesse caso, pode funcionar como pronome substantivo ou pronome adjetivo:

     

     

    ⇒ Pronome substantivo: equivale a que coisa. Quando for pronome substantivo, a palavra que exercerá as funções próprias do substantivo (sujeito, objeto direto, objeto indireto, etc.)

     

     

    Que aconteceu com você?

     

     

     Pronome adjetivo: determina um substantivo. Nesse caso, exerce a função sintática de adjunto adnominal.

    Que vida é essa?

     

     

    Conjunção: relaciona entre si duas orações. Nesse caso, não exerce função sintática. Como conjunção, a palavra que pode relacionar tanto orações coordenadas quanto subordinadas, por isso, classifica-se como conjunção coordenativa ou conjunção subordinativa. Quando funciona como conjunção coordenativa ou subordinativa, a palavra que recebe o nome da oração que introduz. Por exemplo:

     

    Venha logo, que é tarde. (Conjunção coordenativa explicativa)

    Falou tanto que ficou rouco. (Conjunção subordinativa consecutiva)


    Quando inicia uma oração subordinada substantiva, a palavra que recebe o nome de conjunção subordinativa integrante.

     

    Desejo que você venha logo.

     

     

    fonte: 

    http://brasilescola.uol.com.br/gramatica/classificacao-das-palavras-que-e-se.htm

     

     

     

    Bons Estudos!

  • eu pensei que o DAQUELES fosse sujeito na sentenca -> a poeira dos pes daquele que mandou enforcar. 

     

    ate agora nao entendo porque nao pode se sujeito!

  • Se DAQUELES fosse o sujeito, o verbo ficaria "mandaram".

  • “Porque não valho a poeira dos pés daqueles que (os quais) mandou enforcar!

    Alternativa A ERRADA

    “A citação acima foi retirada da obra As Bruxas de Salém, de Arthur Miller, que (a obra) também foi tema de filme, lançado em 1996”

    Alternativa B – ERRADA

    [...] o Direito da Literatura, que (o direito da literatura) trata dos direitos do autor ou de uma obra [...]; e, ainda, [...] o Direito como Literatura.

    Alternativa C – CERTA

    “A Literatura surge como uma metáfora que (a qual) o Direito usa para tentar articular uma boa solução”

    Alternativa D – ERRADA

    “O trecho em questão, porém, também foi utilizado como argumentação em uma decisão judicial a favor da autora que (a autora) reclamava de atentado à honra.”

  • c) “A Literatura surge como uma metáfora que o Direito usa para tentar articular uma boa solução [...]” (3º§) 

  • Letra C.

     

    Alguém mandou enforcá-los. OD

    O direito usa a metáfora. OD

  • a professora Duda Nogueira comentou da seguinte forma:

    O pronome “que” refere-se a “daqueles”. Colocando a frase na ordem direta, teríamos: mandou enforcar aqueles (não valho a poeira dos pés deles). O “que” tem a função sintática de objeto direto, já que, quem manda enforcar, manda enforcar alguém. Portanto, temos que achar uma alternativa em que o “que” tenha a função de objeto direto.

    Que retoma aqueles. Ideia: mandou enforcar aqueles. Quem enforca, enforca alguém = VTD; aqueles = OD, QUE = OD.

  • Pô, que banca sacana. Mas é uma questão que derruma mais da metade. Ela nem colocou a preposição,aí na hora fica difícil analisar.

    C ,tá certa.pois quem Usa ,usa algo. logo OD igual o que a questão pede.

    D,tá errada,pois quem Reclamava,reclamava DE alguma coisa. portanto OI.

  • Retificando o comentário do Rudmiller, na verdade o pronome relativo "que" da alternativa D está na função de subjeito, não de objeto direto. Alguém "reclamava de atentato à honra". Esse alguém é a autora, retomada pelo pronome relativo que.

  • Em “a poeira dos pés daqueles que mandou enforcar!” (1º§) o termo destacado indica, sintaticamente, a mesma função exercida pelo termo grifado em:  

    Parte superior do formulário

     a)  A citação acima foi retirada da obra As Bruxas de Salém, de Arthur Miller, que também foi tema de filme, lançado em 1996.   

    que também foi tema de filme, lançado em 1996.” (1º§)   SUJEITO

     b)  o Direito na Literatura; o Direito da Literatura, que trata dos direitos do autor ou de uma obra e de temas relacionados,   SUJEITO

    “o Direito da Literatura, que trata dos direitos do autor ou de uma obra [...]” (2º§)

     c) A Literatura surge como uma metáfora que o direito usa para tentar articular uma boa solução para aquilo que é chamado a responder”, explica. [...]   OBJ.DIR

    “A Literatura surge como uma metáfora que o Direito usa para tentar articular uma boa solução [...]” (3º§)     

     d)  O trecho em questão, porém, também foi utilizado como argumentação em uma decisão judicial a favor da autora que reclamava de atentado à honra.   SUJEITO

     

    “decisão judicial a favor da autora que reclamava de ate ntado à honra.” (1º§) 

     

     

     

    POREM ACREDITO QUE ESTA QUESTAO DEVERIA SER ANULADA, 

  • Caramba, questão inteligentíssima. Tem que tar afiado na análise sintática.

    Gabarito C