SóProvas


ID
2363416
Banca
CONSULPLAN
Órgão
TRF - 2ª REGIÃO
Ano
2017
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Texto I para responder à questão.


Onde o Direito e a Literatura se encontram 

  “Porque esse é o meu nome! Porque não posso ter outro em minha vida! Porque estaria mentindo e assinando mentiras. Porque não valho a poeira dos pés daqueles que mandou enforcar! Eu já dei a minha alma ao Senhor, deixe-me ficar com meu nome!”. A citação acima foi retirada da obra As Bruxas de Salém, de Arthur Miller, que também foi tema de filme, lançado em 1996. O trecho em questão, porém, também foi utilizado como argumentação em uma decisão judicial a favor da autora que reclamava de atentado à honra. 
  A argumentação não só mostra como a Literatura ajuda a fundamentar a realidade, mas como o próprio Direito se utiliza dessa ferramenta para interpretar a sociedade. Essa relação entre Direito e Literatura pode ser analisada de três formas: o Direito na Literatura; o Direito da Literatura, que trata dos direitos do autor ou de uma obra e de temas relacionados, como a liberdade de expressão; e, ainda, a utilização de práticas da crítica literária para compreender e avaliar os direitos, as instituições e procedimentos judiciais, o que seria o Direito como Literatura. 
  Esta última relação do Direito com a Literatura, como explica Vera Karam, professora da disciplina de Direito e Literatura da Faculdade de Direito da Universidade Federal do Paraná (UFPR), é o estudo de temas jurídicos – e da própria realidade em que estão inseridos – com a ajuda das obras literárias. “A Literatura surge como uma metáfora que o direito usa para tentar articular uma boa solução para aquilo que é chamado a responder”, explica. [...]
  “O aplicador do direito é constantemente demandado a dar respostas a conflitos concretos e diversos, e a Literatura justamente abre um espaço de reflexão e de ação mais crítico, porque é mais sensível às especificidades do humano”, aponta Vera.
  
“A Literatura amplia os horizontes, já que possibilita ao leitor experimentar, de um modo seguro, situações que ele provavelmente jamais viveria. A boa literatura estimula a reflexão e desperta o senso crítico”, complementa Lenio Streck, procurador de Justiça do Rio Grande do Sul e professor de Pós-Graduação em Direito na Unisinos-RS. 
  Para Vera, além de trazer novas perspectivas aos operadores do Direito, a Literatura antecipa temas relacionados ao universo jurídico. “A ficção literária tem essa riqueza, essa sutileza, essa sensibilidade que permite que o Direito às vezes fique até mais bem preparado para o enfrentamento de conflitos que seriam inimagináveis fora da ficção”, diz.
  A linguagem, que no Direito encontra suas especificidades e na Literatura é registrada de maneira mais diversa e livre, também é apontada pelos especialistas como um ponto-chave da interpretação jurídica por meio das obras. “Olhando a operacionalidade, a realidade não nos toca, as ficções, sim. Com isso, confundimos as ficções da realidade com a realidade das ficções. Ficamos endurecidos. A Literatura pode ser mais do que isso. Faltam grandes narrativas no Direito, e a Literatura pode humanizá-lo”, finaliza Streck.
(Katna Baran, especial para a Gazeta do Povo 21/03/2013. Disponível em: http://www.gazetadopovo.com.br/vidapublica/justica-direito/onde -o-direito-e-a-literatura-se-encontramb2yn714yocf2hz62cladr6p1q>Acesso em janeiro de 2017. Adaptado.)  

O verbo “inserir”, utilizado no trecho “– e da própria realidade em que estão inseridos –” (3º§), aparece na lista de verbos classificados como “abundantes”, ou seja, que apresentam duas ou três formas de igual valor e função. As orações a seguir apresentam duas possibilidades admitidas pela norma padrão da língua para o particípio do verbo, com EXCEÇÃO de:

Alternativas
Comentários
  • Recordem-se sempre: ''trago'' não é o particípio do verbo ''trazer'', e sim a primeira pessoa desse verbo ou do verbo ''tragar''. O particípio correto de ''trazer'' é ''trazido''. 

     

    Ex.: Se eu tivesse trazido um livro estaria melhor acompanhado. (Correto).

    Ex. Se eu tivesse trago um livro estaria melhor acompanhado. (Errado).

    Ex.: Trago boas-novas, meus queridos! (Correto).

    Ex.: Eu não trago cigarro, faz muitíssimo mal. (Correto).

     

    Agora uma frase aplicando tudo:

    ''O maço de cigarro que trago comigo não está cheio, devia ter trazido o que comprei mais cedo... Mas tudo bem, eu trago um cigarro seu."

     

     

    Gabarito D

  • GAB: D.

     

    Os verbos tra​zer, chegar, abrir, cobrir e escrever não são abundantes. Logo, as únicas formas no particípio são, respectivamente: trazido, chegado, aberto, coberto, escrito.

    As formas trago e chego não são admitidas no registro culto da língua.
     

    Ele tinha chegado tarde. E não: Ele tinha chego tarde.


    O pacote foi trazido na hora certa. E não: O pacote foi trago na hora.
     

  • O verbo trazer, assim como o verbo chegar não é abundante.

    a) Trago na festa quem quiser vir. (presente do indicativo)
    b) Ele tinha trago à festa quem pôde vir. (erro no emprego do particípio do verbo “trazer”)

    Outra suposta explicação para o uso de “trago” ao invés de “trazido” pode ser no uso da primeira pessoa do singular na oração com particípio. O cérebro associa a pessoa do discurso ao verbo de forma instantânea: Veja:

    a) Eu tinha trago minhas roupas para arrumar. (Errado)
    b) Eu tinha trazido minhas roupas para arrumar. (Certo)

    Da mesma forma acontece com algumas construções com o verbo “chegar”, contudo, menos usuais:

    a) Eu tinha chego atrasada. (Errado)
    b) Eu tinha chegado atrasada. (Certo)

    http://brasilescola.uol.com.br/gramatica/trazido-ou-trago-tinha-chego-ou-tinha-chegado.htm

     

     

    Observação:

     

    As formas regulares: abrido, cobrido, escrevido, ganhado, gastado, e pagado são evitadas na língua culta.

     

    Usa-se: aberto, coberto, escrito ganho, gasto e pago, com qualquer auxiliar.

     

    http://www.ufla.br/ascom/2012/03/26/dicas-de-portugues-o-emprego-dos-participios-duplos/

     

     

     

  • Erro gritante na (D), gabarito sem discussão, mas na (B)  os verbos "TER" e "HAVER", formadores de tempos compostos, não exigiriam  apenas o particípio regular ?

     

     "Disse que já HAVIA LIMPADO todo o pátio exterior..."

  • Trago = Usado com conjugação do presente (Eu trago boas novas)

    Trazido(particípio de trazer, conjugação no passado) "O processo foi trazido"

     

    Bons estudos

  • GAB: D.

     

    Os verbos tra​zer, chegar, abrir, cobrir e escrever não são abundantes. Logo, as únicas formas no particípio são, respectivamente: trazido, chegado, aberto, coberto, escrito.

  • o verbo TRAZER NÃO é ABUNDANTE!

     

    Sua ÚNICA forma de particípio é Trazido

    Exemplo: Eu havia trago o caderno----> NÃO EXISTE TRAGO

    EU HAVIA TRAZIDO O CADERNO --> CERTO

     

     

  • Questão estranha pois, exceto para os verbos Ganhar, Pegar, Gastar e Pagar, os particípios formados com Ter e Haver deveriam ser sempre regulares. Não é facultativo.
  • Eu concordo com a Mariana Santos e Diego em relação ao  "ter" e "haver". Duas respostas na questão.

  • Alguém sabe dizer qual gramática a Consulplan usa como referência?

  • Convém utilizar a FORMA REGULAR DE PARTICÍPIO com os verbos auxiliares TER e HAVER

       EX: tenho aceitADO

    E a FORMA IRREGULAR com os auxiliares SER e ESTAR, ou em qualquer outra hipótese:

       EX: foi aceiTO

    @concurseira.nomade

     

  • Letra D.

     

    O correto é dizer “trazido”, pois essa é a única forma do particípio do verbo trazer. Na língua padrão a forma “trago” não é aceita. Veja:

     



    Emprego errado: Que bom que você havia trago suas tintas. Nosso cartaz ficou lindo!

    Emprego correto: Que bom que você havia trazido suas tintas. Nosso cartaz ficou lindo!

     

    “Trago” é o presente do indicativo do verbo “trazer”: Eu trago um copo para você.
      Ou é o presente do indicativo do verbo “tragar”: Eu trago a fumaça dessa cidade!
     

    Outro verbo que merece atenção quanto ao particípio é “chegar”. Há uma frase específica mais comum: “Ele tinha chego atrasado.”
    Este verbo também possui uma única forma de particípio: chegado. Vejamos:

    a) Ele havia chegado antes da hora prevista.
    b) Ele tinha chegado para jantar com a esposa.

     

     

    http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/gramatica/trazido-ou-trago.htm

  • TER - HAVER : ADO, IDO = VOZ ATIVA  = PART. REGULAR

     

    SER - ESTAR : DO, GO, TO, SO. =VOS PASSIVA = PAT. IRREGULAR

  • LIMPO OU LIMPADO?

    No meu ver, a letra "b" também está errada. Segundo o professor Gabriel Perissé:

    "A regra é clara. Usa-se limpo com os verbos ser e estar: estava limpo, será limpo. Usa-se limpado com os verbos ter e haver: havia limpado, terei limpado."

     

  • Segundo o professor Fernando Pestana : os verbos TRAZER,CHEGAR,ABRIR, ESCREVER E COBRIR NÃO SÃO ABUNDANTES. LOGO, AS ÚNICAS FORMAS NO PARTICÍPIO SÃO  : TRAZIDO, CHEGADO,ABERTO,ESCRITO E COBERTO.

  • d) O processo foi trazido/trago a tempo para a devida apreciação sem que houvesse qualquer prejuízo. 

  • trago - tragar

  • O particípio do verbo TRAZER é TRAZIDO e jamais pode ser trago.

    Aos amiguinhos que corrigem você, passem na cara deles kkkkkk (brincadeira).

  • Gabarito D 

    trago de TRAGAR

  • Trago vem do verbo tragar. Além disso, os verbos trazer, chegar, abrir, cobrir e escrever não são abundantes! Trago e chego não são admitidos na norma culta.

    Fontes: Gramática para concursos - Fernando Pestana.