SóProvas


ID
2363434
Banca
CONSULPLAN
Órgão
TRF - 2ª REGIÃO
Ano
2017
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Texto para responder à questão.

* Final do romance “Vidas Secas” que narra a família de Fabiano, mais uma vez, se retirando para algum outro lugar, em virtude da seca:  

  Pouco a pouco uma vida nova, ainda confusa, se foi esboçando. Acomodar-se-iam num sítio pequeno, o que parecia difícil a Fabiano, criado solto no mato. Cultivariam um pedaço de terra. Mudar-se-iam depois para uma cidade, e os meninos frequentariam escolas, seriam diferentes deles. Sinhá Vitória esquentava-se. Fabiano ria, tinha desejo de esfregar as mãos agarradas à boca do saco e à coronha da espingarda de pederneira.
  Não sentia a espingarda, o saco, as pedras miúdas que lhe entravam nas alpercatas, o cheiro de carniças que empestavam o caminho. As palavras de Sinhá Vitória encantavam-no.
   Iriam para diante, alcançariam uma terra desconhecida. Fabiano estava contente e acreditava nessa terra, porque não sabia como ela era nem onde era. Repetia docilmente as palavras de Sinhá Vitória, as palavras que Sinhá Vitória murmurava porque tinha confiança nele. E andavam para o sul, metidos naquele sonho. Uma cidade grande, cheia de pessoas fortes. Os meninos em escolas, aprendendo coisas difíceis e necessárias. Eles dois velhinhos, acabando-se como uns cachorros, inúteis, acabando-se como Baleia. Que iriam fazer?
  Retardaram-se, temerosos. Chegariam a uma terra desconhecida e civilizada, ficariam presos nela. E o sertão continuaria a mandar gente para lá. O sertão mandaria para a cidade homens fortes, brutos, como Fabiano, Sinhá Vitoria e os dois meninos.
(Vidas Secas, Graciliano Ramos.) 

Considerando os aspectos semânticos das orações coordenadas, a conjunção empregada em “Fabiano estava contente e acreditava nessa terra” (3º§) possibilita a expressão, no contexto apresentado, de

Alternativas
Comentários
  • Fonte (Comentários Abaixo): https://www.exponencialconcursos.com.br/trf2-portugues-ajaa-e-ajof/

     

    Alternativa A – CERTA

     

    Note que o “e” conecta duas orações com a ideia de soma. Fabiano além de estar feliz, também acreditava nessa terra. É uma soma de duas afirmações diferentes que não tem, a priori, relação entre si. Ou seja, exatamente o que expressa a letra A (ligação de fatos coexistentes). Alternativa correta.

     

    Alternativa B – ERRADA

     

    Não há alternativas e sim duas afirmações coexistentes. Alternativa incorreta.

     

    Alternativa C – ERRADA

     

    Não há cronologia, a afirmação situa as duas afirmações no mesmo tempo. Alternativa incorreta.

     

    Alternativa D – ERRADA

     

    Não há relação de causa e efeito entre as duas orações. Alternativa incorreta.

     

  • Sobre a letra A - gabarito -, uma pergunta que não quer calar, conforme enunciado (“Fabiano estava contente e acreditava nessa terra” (3º§))

    Desde quando estar contente e acreditar em algo é um fato?

     a) ligação de orações que representam fatos coexistentes.

    Estar contente é um sentimento e acreditar em algo expressa uma crença, são percepções subjetivas, mas não são fatos.

     

  • Eitaaa que essa banca ta me esquentando a cabeça....

  • Conjunção aditiva: e, mas, também, além disso, ademais, como, nem

  • Coexistente = existir simultaneamente. "Mini Aurélio"

  • "E" conjunção coordenada aditiva ligando duas orações, o termo coexistentes foi só p confundir, pois a conjunção "e" pode ligar duas orações independentes de existirem no contexto simultaneamente ou não.

     

    Bons estudos

  • Redação do capiroto

  • Assertiva A

    Pessoal, observem alguns detalhes. É possível que seja dito como exemplo: "João está triste, isto é um fato"! Se essa frase for uma possibilidade, estaríamos utilizando a palavra fato para expressar um acontecimento jurídico, porém sem expressão imediata no mundo das coisas. Assim como ter uma CNH e dirigir. Há uma percepção jurídica do indivíduo diferente. Há uma avaliação do ânimo de João no exemplo acima.

    Superado aquele fato, a alternativa menciona coexistentes, ou seja simultâneo.  No fragmento, o sujeito está CONTENTE (alegre) e , ao mesmo tempo, ACREDITANDO (crente).

    Bons estudos

  •  d)produção de efeito adicional diante da expressão de desejo da primeira oração.

    só foi eu que marcou (D) ?

    POR FAVOR EXPLIQUE-ME O ERRO DESTA QUESTÃO !

  • Posso afirmar que sequer os professores sabem explicar muitas questões. Essa é uma delas. Ex: a alternativa D - Existe sim uma relação de causa e efeito entre as orações - “Fabiano estava contente e acreditava nessa terra” - Pq Fabiano estava contente = Efeito / Pq acreditava nessa terra (Causa). A conjunção "e" pode ter equivalência de "pois" - Marquei a alternativa A por sorte, mas digo que questões como essa beiram a sacanagem com o candidato, pq admitem mais de uma resposta.

  • POR SER ORAÇÃO COORDENADA, JURAVA QUE ERA LETRA D....ESSA BANCA E PIOR QUE A CESPE.....TO E FUDIDO!!

  • Nem sempre o conectivo 'e' terá valor de adição. Fabiano estava contente. Fabiano acreditava nessa terra.

    .

    Os dois fatos estavam acontecendo ao mesmo tempo, ou seja, eram coexistentes.

  • Não tem nada a ver com causa e efeito. Acredito que esse seja o erro das alternativas C e D.
    Na D - Produção de EFEITO adicional. Para se ser um efeito, ainda que adicional, precisa da causa; no entanto estamos diante de uma oração coordenada, e não subordinada. Isso também explica a alternativa E.

    A conjunção 'e' pode, no máximo, significar adição, oposição ou conclusão. Talvez o sentido de conclusivo que possa confundir muita gente. Exemplo:

    Esforçou-se e passou em 1º lugar (portanto passou em 1º lugar). Essa ideia é conclusiva, e não de causa!

    A únicas orações que demonstram causa-efeito são as subordinativas causais e as consecutivas. Naquelas (causais), temos a causa na oração subordinada e o efeito na oração principal; e nestas (consecutivas) temos a causa na oração principal e a consequencia na subordinada.

  • O que é uma Conjunção?

    É a palavra que une duas ou mais orações.

     

  • Gabarito A

    As outras alternativas eram tão nada a ver que fiquei com medo de não ter entendido alguma coisa.