SóProvas


ID
2374333
Banca
CESPE / CEBRASPE
Órgão
SEDF
Ano
2017
Provas
Disciplina
Economia
Assuntos

Tendo em vista as interações entre câmbio, moeda, balanço de pagamentos e política econômica, julgue o item que se segue.

Uma política de corte de gastos sempre produz maior impacto no produto que uma política de expansão dos tributos.

Alternativas
Comentários
  • Gabarito CERTO

    confesso que esse "sempre" ai me deixou receoso, mas a justificativa é simples: Política Fiscal e paradoxo da Parcimônia
     

    A política fiscal de gastos é mais intensa que a política fiscal de tributação.

    ·         Política de gasto: é direto = incide direto na RENDA.

    ·         Política de tributação: é indireto = incide no CONSUMO, para depois incidir na renda.


    bons estudos

  • O sempre também me deixou receoso Renato, com isso errei a questão.rsrs

  • também optei pelo sempre, ou seja, errei....kkkkk

    foco e fé!!!

  • Correto. A utilização dos impostos leva a um efeito menor do que o observado quando são utilizados os gastos governamentais. Quando o governo varia os gastos, ele injeta o dinheiro totalmente na economia. Contudo, quando o governo implementa uma política fiscal via impostos ou transferências, acontece um amortecimento do efeito da política devido à propenção marginal a consumir. As famílias não irão consumir o total do valor aumentado em sua renda. Pois pare da renda vai para a poupança.

  • RESOLUÇÃO:

              Perfeito!

              O que você precisa sempre ter em mente do modelo keynesiano é que o gasto público gera efeito direto na renda.

              A tributação gera efeito indireto porque ela reduz a renda disponível e consequentemente faz o consumo cair.

              Pense no modelo de determinação da renda que estudamos:

    Y = C + I + G + X – M

              Se “abrirmos” mais o consumo, teremos o seguinte:

    Y = Co + cYd + I + G + X – M

              Yd é a renda disponível e renda disponível significa aquela renda que sobra depois da tributação:

              Então, abrindo mais:

    Y = Co + c(Y-T) + I + G + X – M

              Note que só agora apareceu a tributação “T”.

              E note que o efeito dela é indireto porque será ponderado por “c”, que é a propensão marginal a consumir.

              Ou seja, quando o governo corta gastos (reduz G) o impacto na renda Y é direto.

              Quando ele aumenta a tributação T, o impacto na renda Y é indireto porque não é toda a renda que seria consumida: uma parte é consumida a outra parte seria poupada. Por causa disso, a política fiscal via G é mais eficaz que a política fiscal via T. 

    Resposta: C

  • Empregando a determinação da renda como Y = Ca + cY – cT + I + G

               Note-se que G está como variável pura, enquanto a variável T pode sofrer alteração por estar multiplicada pelo c, a propensão marginal a consumir. Aconselho ter essa equação à mão para casos assim.

  • Gab. C

    A política fiscal, nada obstante apresente melhor eficácia quando o objeto é a melhoria da distribuição de renda, é morosa, porque depende do processo legislativo, além de obedecer o princípio da anterioridade ou anualidade.

    Veja a nossa reforça tributária, o quão morosa está sendo. Se fosse dela depender para produzir impacto a curto prazo para lidar com a pandemia, iriamos esperar ainda bons meses. 

    O corte de gasto é muito mais imediato e pode ser estabelecido por qualquer Poder, independentemente do processo legislativo. Um exemplo típico, na pandemia, que produz toda sorte de limitação de gasto, é a limitação de empenho pelos Poderes para atender aos limites fixados pela LRF. O efeito é imediato. Deixa-se de empenhar, ou seja, de assumir compromisso. Simples e prático. 

  • Oque o examinador queria/podia ter perguntado: A política fiscal via gastos é mais efetiva do que a política fiscal via tributação. Resposta = Certo

    Oque o examinador perguntou: Uma política de corte de gastos sempre produz maior impacto no produto que uma política de expansão dos tributos. = Errado

    Consigo citar infinitas situações em que uma política de corte de gastos é mais eficaz que expansão de tributos. Em economia todos sabemos que não existe "sempre", tudo tem exceções.

  • Fala pessoal! Tudo beleza? Professor Jetro Coutinho na área, para comentar esta questão sobre Política Fiscal.

    A política fiscal representa as escolhas que o governo faz em relação ao que gasta e arrecada. Tal política é representada pelos gastos do governo e pela arrecadação tributária.

    Quando temos uma política fiscal expansionista, o governo utiliza a política fiscal para aumentar o produto da economia, por meio do aumento dos gastos ou redução dos tributos.

    Diferentemente, uma política fiscal restritiva diminui o produto da economia. O governo alcança tal resultado cortando gastos ou aumentando tributos.

    Um fator interessante a ser notado é que a política via gastos é mais eficiente que a política via tributação. Isso acontece porque o impacto no multiplicador é maior via gastos. Mas é fácil entendermos porque isso acontece. Repare na seguinte expressão:

    Y = C + I + G + X - M

    onde:

    Y = Produto
    C = Consumo
    I = Investimento
    G = Gastos do Governo
    X = Exportações
    M = Importações

    Os tributos fazem parte do Consumo (quanto menores os tributos, mais renda as famílias terão e, portanto, maior consumo elas realizarão).

    Dessa forma, quando o governo pratica política fiscal pela via da tributação ele age apenas indiretamente no produto da economia (tributo impacta consumo, que impacta produto).

    Já quando o governo age por meio dos gastos públicos, ele age sobre o G, que tem impacto direto no produto.

    Portanto, se o governo agir via tributos, ele impacta apenas indiretamente o produto. Já se ele agir via gastos, esse impacto ocorre de maneira direta. Por isso, o multiplicador via gastos é maior que o multiplicador via tributação, o que faz com que, a política fiscal via gastos seja mais intensa que a política via tributação.


    Gabarito do Professor: CERTO.
  • GAB: CERTO

    Complementando!

    Fonte: Prof. Celso Natale

    Deixando um pouco de lado o orçamento equilibrado, o governo ainda tem duas opções para estimular a economia: aumentar seus gastos ou diminuir a tributação

    A diferença entre os multiplicadores tem outra importante implicação na política fiscal. 

    • Ao aumentar seus gastos, o multiplicador seria  1÷(1-c) ou 1/(1-c) {fração}
    • Ao diminuir a tributação, o multiplicador seria -(-c÷(1-c)) = c/(1-c)  {fração} (meno com meno = +)

    Perceba que a diferença é apenas no numerador e, mais importante, como “c”, por definição, sempre será menor do que 1, o multiplicador de diminuir a tributação sempre será menor do que o multiplicador de aumentar os gastos. 

    Isso faz sentido, pois ter diminuídos seus impostos não significa que seu consumo aumentará na mesma medida

     

    ATENÇÃO!!

    • A política fiscal via gastos e transferências é mais efetiva do que a política fiscal via tributação. 
    • Transferências são repasses do governo sem contrapartida, como o Bolsa Família.