Comentário objetivo:
a) Nem às formigas nem às abelhas COMPETE decidir quais funções serão exercidas por quem.
b) Quase todos os problemas que CABE à humanidade resolver derivariam de um engano da natureza.
c) ATRIBUI -se às leis do mercado uma racionalidade tal que é acusado de insano quem contra elas se insurge.
d) A força de tantas compulsões egoístas entre os homens CONSTUMA redundar em profundas injustiças.
e) O motivo pelo qual se DIRIGEM à vida de uma colmeia tantos aplausos é a harmonia de que as abelhas são capazes.
FORMA DIRETA: A harmonia de que as abelhas são capazes é o motivo pelo qual tantos aplausos se dirigem à vida de uma colmeia.
Consolidando as explicações:
A) Nem às formigas nem às abelhas compete decidir...
Este é não um caso de sujeito composto (pelo uso das conjunções "ou... ou"/"nem... nem" com idéia de equivalência ou exclusão), pois, na língua portuguesa, não se permite um sujeito preposicionado (note que existem crases). Trata-se, então, de um típico caso de "ordem SVO embaralhada":
Decidir quais funções (...) compete nem às formigas nem às abelhas.
O verbo "competir" permanece na 3ª pessoa do singular (3ªPS), pois seu sujeito é uma oração (sujeito oracional/ oração subordinada substantiva subjetiva). Uma dica para identificar esses casos é substituir o sujeito oracional por "isso":
Isso compete nem às formigas nem às abelhas.
B) Quase todos os problemas que cabe à humanidade resolver...
A mesma explicação da letra anterior cabe aqui. "à humanidade" não pode ser sujeito, porque temos uma preposição embutida na crase. Então quem é o sujeito? "probelmas"? Não. Novamente, o sujeito é uma oração:
Resolver quase todos os problemas cabe à humanidade. = Isso cabe à humanidade.
C) Atribui-se às leis do mercado...
O verbo "atribuir" é acompanhado de objeto indireto (note-se a crase), então essa oração
não pode estar na voz passiva. Portanto, "às leis do mercado"
não é seu sujeito paciente (como seria em "
Alugam-se casas."). Este é um caso de
sujeito indeterminado, então o verbo ficará na 3ªPS e, à propósito, o "se" é, então, índice de indeterminação do sujeito (IIS). O "se" pode ser muito confuso já que ele pode desempenhar várias funções sintáticas. Sobre o "se" como partícula integrante do verbo, como mencionado por Leticia, recomendo esse
link.
D) A força de tantas compulsões egoístas entre os homens costuma redundar...
Não houve dúvidas quanto a este item.
E) O motivo pelo qual se dirigem à vida de uma colméia tantos aplausos...
A mesma dica da crase: "vida de uma coméia" não pode ser sujeito. Fazemos aquela velha pergunta ao verbo: "quem se dirige à vida de uma colméia"? "
Tantos aplausos. Na ordem SVO direta, temos:
Tantos aplausos se dirigem à vida de uma colméia.
Essa alternativa foi bem esclarecida pelo colega Rodrigo.
Mas... Qual a função sintática deste "se" então? Neste contexto, o verbo "dirigir" é pronominal, portanto temos uma partícula integrante do verbo, sem função sintática. Essa classificação não deve ser confundida com
pronome reflexivo.
Bons estudos!