SóProvas


ID
2386126
Banca
FCC
Órgão
TRT - 24ª REGIÃO (MS)
Ano
2017
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

                            A representação da “realidade” na imprensa

      Parece ser um fato assentado, para muitos, que um jornal ou um telejornal expresse a “realidade”. Folhear os cadernos de papel de ponta a ponta ou seguir pacientemente todas as imagens do grande noticiário televisivo seriam operações que atualizariam a cada dia nossa “compreensão do mundo”. Mas esse pensamento, tão disseminado quanto ingênuo, não leva em conta a questão da perspectiva pela qual se interpretam todas e quaisquer situações focalizadas. Submetermo-nos à visada do jornalista que compôs a notícia, ou mesmo à do câmera que flagra uma situação (e que, aliás, tem suas tomadas sob o controle de um editor de imagens), é desfazermo-nos da nossa própria capacidade de análise, é renunciarmos à perspectiva de sujeitos da nossa interpretação.

      Tanto quanto os propalados e indiscutíveis “fatos”, as notícias em si mesmas, com a forma acabada pela qual se veiculam, são parte do mundo: convém averiguar a quem interessa o contorno de uma análise política, o perfil criado de uma personalidade, o sentido de um levante popular ou o alcance de uma medida econômica. O leitor e o espectador atentos ao que leem ou veem não têm o direito de colocar de lado seu senso crítico e tomar a notícia como espelho fiel da “realidade”. Antes de julgarmos “real” o “fato” que já está interpretado diante de nossos olhos, convém reconhecermos o ângulo pelo qual o fato se apresenta como indiscutível e como se compõe, por palavras ou imagens, a perspectiva pela qual uma bem particular “realidade” quer se impor para nós, dispensando-nos de discutir o ponto de vista pelo qual se construiu uma informação.

                                                                                                       (Tibério Gaspar, inédito

Está correto o emprego de ambos os elementos sublinhados na frase:

Alternativas
Comentários
  • GABARITO LETRA E

    a) O bom leitor, em cuja (DE CUJA / quem depende, depende de) atenção um texto depende para ser bem compreendido, não hesita de reconhecer a perspectiva de quem redige uma notícia. 

     b) Quando se pensa nos bons leitores, imagina-se que nunca lhe (LHES / leitores) escapa a necessidade de levar em conta, na leitura de uma notícia, o ponto de vista de quem as (A / notícia) elaborou. 

     c) Falta à (A / VTD) muita gente o cuidado essencial de detectar numa notícia não apenas o que ela diz, mas sobretudo o modo ao qual (DO QUAL) ela se determina retratar uma situação. 

     d) A interpretação de uma notícia, aonde (A QUAL) o bom leitor deve estar comprometido, é fundamental para que não sejamos levados à (A / não se usa crase antes de verbo) imaginar que tudo o que se publica é uma verdade definitiva. 

     e) Os leitores de jornal, caso não lhes ocorra levar em conta o valor da perspectiva de quem redige uma notícia, não estão imunes à manipulação maliciosa das palavras. CORRETA

  • Letra (e)

     

    Quanto a letra (a): O pronome deve aparecer antecedido de preposição sempre que a regência dos termos posteriores exigir.

  • Gabarito letra E.

     

    Curiosidades sobre o pronome "cuja(o)":

     

    * trata-se de um pronome relativo que estabelece condição de posse com relação ao termo antecedente, mas concorda em gênero e número com o termo que especifica;

     

    * o pronome relativo “cujo” (e flexões) sempre exercerá a função sintática de adjunto adnominal (professor Fabiano Sales, Estratégia Concursos);

     

    * sua regência depende do verbo que aparece porteriormente, no caso em apreço o verbo é "depende", ora, "quem depende", "depende de" e não "em";

     

    * não utilize artigo definido depois do pronome cujo.

  • Entendo que o motivo de não haver crase na assertiva "D" é o fato de "muita" ser um pronome indefinido. Não sendo o caso de incidência dessa forma.

     

    NÃO USAMOS A CRASE:

     

    Antes de Pronomes Indefinidos que não admitem artigo (seguidos ou não de "s"): alguém, alguma, nenhuma, cada, certa, determinada, pouca, quanta, tal, tamanha, tanta, toda, ninguém, muita, outra, tudo, qual, qualquer, quaisquer. E de Pronomes Interrogativos:

     

    ●   Falaste a que pessoa? / A qual delas você se refere?

     

    ●   Não sei como resistiu a tanta provação.

     

    ●   Embarcarei daqui a poucas semanas.

     

    ●   Dirigiu-se em vão a outra repartição.

  • só mais um "bizu" a respeito do pronome ONDE - ele até se encaixa em certos contextos (como na alternativa D), no entanto só será admitido quando se referir à POSSE ... 

     

     

  • Pessoal, não entendi o uso do lhe nas letras B e E.

    Qual verbo pediu o "lhe" como objeto indireto?

     

  • a) O bom leitor, em cuja atenção um texto depende para ser bem compreendido, não hesita de reconhecer a perspectiva de quem redige uma notícia. 

    Quem depende depende de, logo não razão para essa preposição em.

     

    b)Quando se pensa nos bons leitores, imagina-se que nunca lhe escapa a necessidade de levar em conta, na leitura de uma notícia, o ponto de vista de quem as elaborou. 

    Bons leitores está no plural o pronome que está lhe substituindo está no singular -

     

    c) Falta à muita gente o cuidado essencial de detectar numa notícia não apenas o que ela diz, mas sobretudo o modo ao qual ela se determina retratar uma situação. 

    Não se usa crase antes de pronome indefinido, como o MUITA na questão.

     

    d) A interpretação de uma notícia, aonde o bom leitor deve estar comprometido, é fundamental para que não sejamos levados à imaginar que tudo o que se publica é uma verdade definitiva. 

    onde + aonde = dever ter sentido de lugar

     

    e)Os leitores de jornal, caso não lhes ocorra levar em conta o valor da perspectiva de quem redige uma notícia, não estão imunes à manipulação maliciosa das palavras. 

  • a) de cuja / hesita em

    b) lhes escapa / a elaborou

    c) a muita / com o qual

    d) onde / a imaginar

    e) gabarito

  • Mindiset, quanto a sua pergunta:

    (Pessoal, não entendi o uso do lhe nas letras B e E. Qual verbo pediu o "lhe" como objeto indireto?)

    A letra B está ERRADA. Quando se pensa nos bons leitores, imagina-se que nunca escapa a eles a necessidade de levar em conta, na leitura de uma notícia, o ponto de vista de quem a elaborou.  (Escapar - no sentido de passar despercebido é VI)

    A letra E está CERTA: Os leitores de jornal, caso não lhes ocorra levar em conta o valor da perspectiva de quem redige uma notícia, não estão imunes à manipulação maliciosa das palavras.  (Ocorre, nesse caso é VTI - o lhes sempre é OI)

     

  • CUIDADO! "Faltar", nesse contexto, é VTDI, pois falta ISSO a ALGUÉM. O erro na assertiva consiste no fato de que antes de pronomes indefinidos não há artigo, de modo que o "a" aí é a preposição exigida pelo verbo quanto à transitividade indireta. 

     

    c) Falta o quê? o cuidado de detectar... a quem? a muita gente! 

     

  • A FCC adora brincar com o futuro do pretérito do indicativo.

  • a) O bom leitor, de cuja atenção um texto depende para ser bem compreendido, não hesita em reconhecer a perspectiva de quem redige uma notícia. 

     

    b)Quando se pensa nos bons leitores, imagina-se que nunca lhes escapa a necessidade de levar em conta, na leitura de uma notícia, o ponto de vista de quem as elaborou. 

     

    c) Falta a muita gente o cuidado essencial de detectar numa notícia não apenas o que ela diz, mas sobretudo o modo pelo qual ela se determina retratar uma situação.  [penso que nesta oração a FCC errou em não colocar a preposição "a" antes do verbo retratar, porque no contexto em que o verbo determinar se encontra, parece-me que ele tem o sentido de "propor", ou seja, "o modo pelo qual ela se propõe a retratar (quem se propõe se propõe A algo, quem se determina se determina A algo).  Então a frase ficaria correta escrita assim:(...) mas sobretudo o modo pelo qual ela se determina a retratar uma situação.] se eu estiver errada, mandem-me mensagem. Obrigada.

     

    d) A interpretação de uma notícia, com a qual o bom leitor deve estar comprometido, é fundamental para que não sejamos levados a imaginar que tudo o que se publica é uma verdade definitiva.  [quem está comprometido, está comprometido COM ALGO OU ALGUÉM]

     

    e)Os leitores de jornal, caso não lhes ocorra levar em conta o valor da perspectiva de quem redige uma notícia, não estão imunes à manipulação maliciosa das palavras. 

  • Crase da letra C, ao meu ver, esta correta. No contexto, não é VTD e sim VTDI. (Falta alguma coisa à alguém), tanto que, se trocarmos "muita gente" por "leitor" ficaria: Falta ao leitor o cuidado essencial.... 

  • Crase proibida:

    - antes de pronomes pessoais, interrogativos, indefinidos, demonstrativos e relativos.

    Exceção: formas de tratamento  (à senhorita, à senhora), antes dos pronomes indefinidos  (pouca, muitas, demais, outra, várias) e antes do relativo  (a qual), antes dos demonstrativos  (àquele, aquilo, mesma, próprias ).

    FERNANDO PESTANA 

  • a) O bom leitor, DE cuja atenção um texto depende para ser bem compreendido, não hesita EM reconhecer a perspectiva de quem redige uma notícia. ERRADO.

    (Um texto depende DA atenção...)

     

    b) Quando se pensa nos bons leitores, imagina-se que nunca lheS escapa a necessidade de levar em conta, na leitura de uma notícia, o ponto de vista de quem A (notícia) elaborou. ERRADO 

     

    c) Falta A (não há crase antes de pronome indefinido) muita gente o cuidado essencial de detectar numa notícia não apenas o que ela diz, mas sobretudo o modo DO qual ela se determina retratar uma situação. ERRADO

    (Ela se determina desse modo...)

     

    d) A interpretação de uma notícia, COM QUE o bom leitor deve estar comprometido, é fundamental para que não sejamos levados A (NÃO há crase antes de verbo) imaginar que tudo o que se publica é uma verdade definitiva. ERRADO

    (O leitor deve estar comprometido COM...)

     

    e) Os leitores de jornal, caso não lhes ocorra levar em conta o valor da perspectiva de quem redige uma notícia, não estão imunes à manipulação maliciosa das palavras. CERTO.

  • a) E. Quem hesita, hesita 'em', 'entre' algo. O uso da preposição 'de' está incorreto para reger o verbo.
    Correto: ... não hesita em reconhecer...
    b) E. Note que estamos primeiramente se referindo a bons leitores e segundo a notícia. Logo o correto é:
    ... que nunca lheS (para eles) ... ponto de vista de quem A (notícia elaborou)
    c) E. Não há crase antes do pronome indefinido ('muita')
    d) E. Não se usa crase antes de verbos e o pronome 'aonde' está incorreto no contexto.
    e) C 

  • A maioria dos comentários mais curtidos não corrigiu o "HESITA DE RECONHECER". O correto seria HESITA EM RECONHECER.

  • Por vacilo, acabei marcando a B.

     Mas eu declaro pra vcs que fecharei portugues na minha prova de OJAF. 

  • Cada comentário de um jeito, af...Eu sei que o intuito é ajudar, mas se não sabe, se não tem certeza, procura aprender e fundamentar seus conhecimentos pra depois, bem depois, comentar!

  • Calma Adriane Lakamar, SUA LINDA!