SóProvas


ID
2417539
Banca
IBADE
Órgão
Prefeitura de Rio Branco - AC
Ano
2017
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Uma estranha descoberta

Lá dentro viu dependurados compridos casacos de peles. Lúcia gostava muito do cheiro e do contato das peles. Pulou para dentro e se meteu entre os casacos, deixando que eles lhe afagassem o rosto. Não fechou a porta, naturalmente: sabia muito bem que seria uma tolice fechar-se dentro de um guarda roupa. Foi avançando cada vez mais e descobriu que havia uma segunda fila de casacos pendurada atrás da primeira. Ali já estava meio escuro, e ela estendia os braços, para não bater com a cara no fundo do móvel. Deu mais uns passos, esperando sempre tocar no fundo com as pontas dos dedos. Mas nada encontrava. 

“Deve ser um guarda-roupa colossal!”, pensou Lúcia, avançando ainda mais. De repente notou que estava pisando qualquer coisa que se desfazia debaixo de seus pés. Seriam outras bolinhas de naftalina? Abaixou-se para examinar com as mãos. Em vez de achar o fundo liso e duro do guarda roupa, encontrou uma coisa macia e fria, que se esfarelava nos dedos. “É muito estranho”, pensou, e deu mais um ou dois passos.

O que agora lhe roçava o rosto e as mãos não eram mais as peles macias, mas algo duro, áspero e que espetava.

– Ora essa! Parecem ramos de árvores!

Só então viu que havia uma luz em frente, não a dois palmos do nariz, onde deveria estar o fundo do guarda-roupa, mas lá longe. Caía-lhe em cima uma coisa leve e macia. Um minuto depois, percebeu que estava num bosque, à noite, e que havia neve sob os seus pés, enquanto outros flocos tombavam do ar. Sentiu-se um pouco assustada, mas, ao mesmo tempo, excitada e cheia de curiosidade. Olhando para trás, lá no fundo, por entre os troncos sombrios das árvores, viu ainda a porta aberta do guarda-roupa e também distinguiu a sala vazia de onde havia saído. Naturalmente, deixara a porta aberta, porque bem sabia que é uma estupidez uma pessoa fechar-se num guarda-roupa. Lá longe ainda parecia divisar a luz do dia.

- Se alguma coisa não correr bem, posso perfeitamente voltar. 

E ela começou a avançar devagar sobre a neve, na direção da luz distante. 

Dez minutos depois, chegou lá e viu que se tratava de um lampião. O que estaria fazendo um lampião no meio de um bosque? Lúcia pensava no que deveria fazer, quando ouviu uns pulinhos ligeiros e leves que vinham na sua direção. De repente, à luz do lampião, surgiu um tipo muito estranho. 

Era um pouquinho mais alto do que Lúcia e levava uma sombrinha branca. Da cintura para cima parecia um homem, mas as pernas eram de bode (com pelos pretos e acetinados) e, em vez de pés, tinha cascos de bode. Tinha também cauda, mas a princípio Lúcia não notou, pois ela descansava elegantemente sobre o braço que segurava a sombrinha, para não se arrastar pela neve.

Trazia um cachecol vermelho de lã enrolado no pescoço. Sua pele também era meio avermelhada. A cara era estranha, mas simpática, com uma barbicha pontuda e cabelos frisados, de onde lhe saíam dois chifres, um de cada lado da testa. Na outra mão carregava vários embrulhos de papel pardo. Com todos aqueles pacotes e coberto de neve, parecia que acabava de fazer suas compras de Natal.

Era um fauno. Quando viu Lúcia, ficou tão espantado que deixou cair os embrulhos.

– Ora bolas! - exclamou o fauno.

[...] 

LEWIS, C.S.Uma estranha descoberta.In: As Crônicas de Nárnia.Tradução de Paulo Mendes Campos. São Paulo: Martins Fontes, 2005. p.105-6. Volume único.



Pode-se afirmar que a oração destacada em “Quando viu Lúcia, ficou tão espantado QUE DEIXOU CAIR OS EMBRULHOS.” é subordinada:

Alternativas
Comentários
  • Gabarito: Letra "B".

    Depois do Tesão vem a consequência: Tão...que  / Tanto...que  / Tal...que.   ======>  Oração Subordinada Aderbial Consecutiva.

  • De modo que deixou cair os embrulhos.

  • CAUSA ACONTECE PRIMEIRO, E DEPOIS VEM A CONSEQUÊNCIA.

    O que aconteceu primeiro : Ele viu Lúcia.

    O que aconteceu depois: Ele deixou cair os embrulhos.

     

    GAB. B

     

    Sempre uso esse raciocinio e dar certo.

  • TÁO...QUE

    TANTO....QUE

     TAMANHO....QUE   

    Todas são consecutivas: ideia de consequencia, Na dúvida, veja o que acontece primeiro, aquilo será a causa. A segunda parte, logo, a consequência.

  • um conceito massa que pode ajudar. a oração subordinada adverbial consecutiva é aquela que vai apresentar o resultado do fato ocorrido na oração principal.

     

                                       O.P                                O.S.A.Consecutiva

    “Quando viu Lúcia, ficou tão espantado QUE DEIXOU CAIR OS EMBRULHOS.”

     

     

    o resultado dele ter ficado tão espantado foi ter deixado os embrulhos caírem.

     

     

    ad astra et ultra.

  • Quando viu Lúcia, ficou tão espantado (DE MODO) QUE DEIXOU CAIR OS EMBRULHOS

                                      O.Sub.Adv.Consecutiva

  • TÃO... QUE/ TAMANHO... QUE/ TAL.... QUE = ideia de consequência. 

  • macete: depois do Tesão vem a consequencia.

  • GABARITO> B

  • Vi uma vez aqui no QC e tem ajudado demais. Sempre que for relação de CAUSA/CONSEQUÊNCIA, é só fazer a troca por: O fato de (causa), fez com que (consequência).

    “Quando viu Lúcia, ficou tão espantado QUE DEIXOU CAIR OS EMBRULHOS.”

    O fato de ver Lúcia (causa), fez com que deixasse cair os embrulhos (consequência).

  • CARA É AQUILO NE NÃO USOU CAMISINHA ? DPS DO TSÃO VEM A CONSEQUENCIA

    TÃO... QUE / TAMBEM... QUE / TAL... QQUE

    LOGO EM SEGUIDA FICA CLARO: A ORAÇÃO SUBORDINADA ADVERBIAL CONSECUTIVA(Consequencia).