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ID
2431
Banca
NCE-UFRJ
Órgão
MPE-RJ
Ano
2007
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

TEXTO II

Alcatrazes
Expedição ao Arquipélago Proibido
Johnny Mazzilli

O balanço do barco, o mar instável e a chuva
puseram parte de nosso efetivo enjoado e cabisbaixo,
durante as quatro horas de travessia. Com a visibilidade
prejudicada, avistamos Alcatrazes já relativamente
próximos, e bastou chegar um pouco mais perto para
esquecermos qualquer mal estar - a paisagem mudara por
completo e olhávamos impressionados as falésias
rochosas com 200, 300 metros verticais assomando
diretamente das águas e entremeadas por mantos de
vegetação tropical - muito, muito maiores do que
imaginávamos.
Ao contornar a ilha principal em busca do Ninhal das
Fragatas, nosso ponto de ancoragem, demos de cara com
a exuberância da fauna, uma espécie de "Galápagos" do
litoral paulista. Milhares de aves se empoleiravam nos
arbustos costeiros e centenas voavam gritando acima de
nós, num cenário que parecia nos remeter ao passado.
O desembarque é moroso - tudo tem que ser
transferido para um bote de borracha com motor de popa
que conduz as tralhas ao costão em sucessivas e lentas
baldeações. Não há praia ou cais e são necessárias
seguidas aproximações, recuos e reaproximações com o
bote, apenas para descer a carga de uma viagem.
A tralha era extensa - pilhas de mochilas,
equipamentos de mergulho e fotográfico, cordas, bolsas
impermeáveis e caixas, muitas caixas com itens para
pesquisa e coleta de animais. Chovia sem parar enquanto
subíamos carregados pela encosta rochosa escorregadia
em direção ao local do acampamento, a 50 metros dali.
Parou de chover quando montamos o acampamento.
Precisávamos de tempo para as pesquisas e
principalmente para a investida na parede rochosa -
trabalho inédito nas ilhas e que gerou grande expectativa
entre as equipes. Cada time composto por membros do
Projeto Tamar, Instituto Butantã, Fundação Florestal,
Biociências da USP e Projeto Alcatrazes faria, no curto
prazo de dois dias, suas próprias pesquisas com aves,
serpentes, répteis e batráquios.

Revista Planeta, out. 2006, p. 37 (fragmento).

A conjunção E, empregada na passagem "avistamos Alcatrazes relativamente próximos e bastou chegar um pouco mais perto" (l.4), auxilia na construção de uma idéia de:

Alternativas
Comentários
  • Mas o "e" não é uma conjunção aditiva?
  • Não é contraposição mesmo !!! Repare que no texto ele vem seguido de vírgula e faz parte da próxima oração e não desta citada no enunciado.
    Essas bancas ...  
  • Tirando a oração intercalada pelas vírgulas temos:   Com a visibilidade prejudicada " E/ENTRETANTO/PORÉM....."  bastou chegar um pouco mais perto para esquecermos qualquer mal estar-
     Assim ficou mais fácil para visualizar.
  • Duas formas de "matar" essa questão...

    Não se prendam apenas ao fragmento destacado. Vá ao texto, desde o início, e verá a nítida ideia de contraposição:

    "O balanço do barco, o mar instável e a chuva
    puseram parte de nosso efetivo enjoado e cabisbaixo,
    durante as quatro horas de travessia. Com a visibilidade
    prejudicada, avistamos Alcatrazes já relativamente
    próximos, e bastou chegar um pouco mais perto para
    esquecermos qualquer mal estar
    "

    Esquecer "qualquer mal estar" se contrapõe a ideia de "parte de nosso efetivo enjoado e cabisbaixo".

    E para corroborar a ideia, pode-se utilizar mais um método:

    "avistamos Alcatrazes relativamente próximos e bastou chegar um pouco mais perto"

    O fragmento mostrado não possui natureza de subordinação, logo não poderia ser causa, comparação e finalidade. As únicas que sobram é contraposição e alternância. Como alternância você sempre utilizará o "ou", matamos por eliminação.
  • Se é conjunção adversativa não deveria vir antecedida de vírgula ? 

  • não concordo com os comentários pois há um ponto final entre as orações o qual encerra o período . Se a banca queria analisar o primeiro parágrafo como um todo que ela coloca-se assim:

    A conjunção E, empregada no primeiro parágrafo auxilia na construção de uma ideia de:

    analisando o enunciado da questão está bem claro que é para fazer a análise na oração destacada pelo enunciado e não do primeiro paragrafo

  • pode-se substituir o "E" por "MAS".

  • Correta, B

    Típica questão em que é de extrema importância voltar ao texto e reler o trecho completo, vejamos:

    "Com a visibilidade prejudicada, avistamos Alcatrazes já relativamente próximos, e bastou chegar um pouco mais perto para esquecermos qualquer mal estar - a paisagem mudara por completo(...)".

    Com a visibilidade prejudicada, avistamos Alcatrazes já relativamente próximos, MAS / ENTRETANTO / TODAVIA bastou chegar um pouco mais perto para esquecermos qualquer mal estar - a paisagem mudara por completo(...).

    Logo, assertiva correta, letra B.

    Pertenceremos !!!