Autor: Victória Sabatine , Mestre em Serviço Social (UFJF), Doutoranda em Serviço Social pela UFRJ, Assistente Social e Professora de Serviço Social
A redução da maioridade penal, temática está polêmica e em alta na atualidade, é tema complexo que carece de aprofundamento teórico. Disseminada pela classe dominante e pelo ideal neoliberal, a ideia falaciosa de redução da idade de imputabilidade penal possui a justificativa de que assim se diminuiria o número de crimes e atos de violência cometidos por adolescente, no entanto, quando verificada esses tais "crimes" são inexpressíveis. Ademais, o Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei n. 8.069/1990) já prevê uma série de medidas para adolescentes entre 12 e 18 anos de idade que cometam atos infracionais, inclusive, medida de internação em centros socioeducativos. O que se nota com essa ideia de redução da maioridade é a desresponsabilização do Estado de prover políticas públicas que possibilitem a esses jovens vislumbrar melhores condições de vida e de trabalho buscando através do encarceramento em massa a retirada da classe trabalhadora de cena, vista agora como "classe perigosa".
a) Esta alternativa está correta. A proposta de redução da idade de imputabilidade penal vislumbra um Estado "penal" em detrimento do Estado "social". Ou seja, com a ampliação da política criminal almeja-se simultaneamente a redução e extinção das políticas sociais. Não tem-se o objetivo de conhecer as questões que levam a violência e ao crime, as quais muitas vezes estão relacionadas a sociedade capitalista em que vivemos. Os adolescentes pobres e de periferia sem perspectivas de futuro, de trabalho, de moradia digna, de estudo, de alimentação, recorrem ao mundo do crime e das drogas para sobreviverem. O Estado, assim, se exime da sua função protetiva para com essas famílias e com a política criminal dá a sociedade a resposta que ela quer, momentaneamente, seja por falta de informação ou devido as posições conservadoras.