A hora de jogo diagnóstica constitui um recurso ou instrumento técnico que o psicólogo utiliza dentro do processo psicodiagnóstico com a finalidade de conhecer a realidade da criança que foi trazida à consulTa.
A atividade lúdica é sua forma de expressão própria, assim como a linguagem verbal o é no adulto. Trata-se, então, de instrumentalizar suas possibilidades comunicacionais para depois conceituar a realidade que nos apresenta.
Ao oferecer à criança a possibilidade de brincar em um contexto particular, com um enquadramento dado que inclui espaço, tempo, explicitação de papéis e finalidade, cria-se um campo que será estruturado, basicamente, em função das variáveis internas de sua personalidade.
Numa a fantasia é mediada pelas verbalizações; na atividade lúdica o mediador é, predominantemente, o brinquedo oferecido, que expressa o que a criança está vivenciando no momento.
Na verbaliz4ção a fantasia aparece depurada pela maior influência do processo secundário; a localização temporal da fantasia expressa através da linguagem, do uso apropriado dos verbos e das leis do pensamento lógico-formal torna-se mais clara. No brincar, por sua vez, há uma comunica ção de tipo espacial, na qual são incluídos mais elementos do processo primário através de princípios como os de condensação, atemporalidade e deslocamento, atuados no próprio brincar.
Por outro lado, a hora de jogo diagnóstica é precedida das entrevistas realizadas com os pais (que correspondem ao conceito de pré-entrevista dos adultos).
Nelas o psicólogo elabora com os pais instruções que serão dadas à criança por eles. Como pode haver interferência de diferentes fatores para que esta informação chegue de modo adequado ou não, cremos ser neces sário reformular para a criança, num primeiro contato, tais instruções de forma clara e precisa.
(CAPÍTULO 7, A HORA DO JOGO DIAGNÓSTICO – OCAMPO)
PSICOLOGIA PRA PASSAR - OSLEM KLESIANO