SóProvas


ID
2476711
Banca
FUNDEP (Gestão de Concursos)
Órgão
HRTN - MG
Ano
2014
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

                        Paixão, amor, casamento...

      Você já se imaginou vivendo 10, 20 ou 50 anos com a mesma pessoa? Sentindo sempre o mesmo prazer em sua companhia, o mesmo conforto em seus braços? Se a perspectiva parece interessante, agradeça ao seu cérebro (e se não agrada, a culpa é dele, também). De certa forma, é curioso que laços afetivos fortes, como os amorosos, sejam tão importantes para nossa espécie. Tecnicamente, viver em sociedade, ou mesmo em pares, não é obrigatório para a sobrevivência de nenhum animal. Observem-se tantos mamíferos, aves e outros bichos que procuram um par somente para o acasalamento e, imediatamente depois, segue cada um o seu caminho.

      Se gostamos de formar pares a ponto de investir boa parte de nossa energia, tempo e esforços cognitivos em convencer um belo exemplar do sexo interessante de que nós somos a pessoa mais sensacional e desejável na face da Terra, é porque o sistema cerebral humano, como o de outros animais sociais, é capaz de atribuir um valor positivo à companhia alheia. Isso é função do sistema de recompensa, conjunto de estruturas no centro do cérebro especializadas em detectar quando algo interessante acontece, premiar-nos com uma sensação física inconfundível de prazer e satisfação e ainda associar esse prazer com o que levou a ele – o que pode ser uma ação, uma situação, um objeto ou... alguém.

      À medida que o prazer se repete na companhia dessa pessoa, o valor positivo que atribuímos a ela é reforçado, enquanto torcemos para que o mesmo aconteça no cérebro dela, associando um valor cada vez mais positivo à nossa própria companhia, claro. É o que fazemos no período de namoro, quando conversas interessantes, passeios agradáveis, boa música, boa comida e carinho oferecem prazeres que vão sendo associados à companhia do outro. Se “rolar” sexo, melhor ainda: o prazer do orgasmo funciona como uma cola extraordinária para o sistema de recompensa, que atribui (corretamente!) a satisfação incrível àquela pessoa específica (mas é verdade que isso não funciona tão bem em alguns cérebros...).

      Com a repetição, o sistema de recompensa vai aprendendo a ficar ativado não apenas em resposta, mas também em antecipação à presença daquela pessoa. Esse prazer antecipado é a motivação, que nos dá forças para alterar compromissos, abrir espaço na agenda e ficar acordado madrugada adentro. Essa é a paixão, estado de motivação enorme em que se faz tudo em nome de mais tempo na presença do ser amado.

      Quando vira amor? Essa questão é complicada, mas existe ao menos uma definição operacional curiosa: passado o ardor da paixão, descobre-se que se ama alguém quando o fato de pensar no que seria da vida sem a pessoa causa angústia sincera e profunda. O amor é esse laço que faz o cérebro achar que a felicidade está vinculada à presença e à felicidade do outro e que fazê-lo feliz dá novo sentido à vida. Nesse estado, desejar o casamento é apenas natural.

      Se é para sempre? Depende de vários fatores, alguns deles fora de nosso alcance, como ser traído (e não apenas sexualmente). A boa notícia da neurociência sobre a longevidade dos relacionamentos amorosos é que eles não estão necessariamente fadados ao esgotamento: é, sim, possível se sentir apaixonado décadas a fio pela mesma pessoa. E não é mero acaso de sorte: você pode fazer sua parte. É uma questão de continuar inventando e descobrindo novos prazeres a dois. Tudo para manter o sistema de recompensa do outro interessado em você...

(Herculano-Houzel, S., Scientific American - Cérebro e Mente, out/2010.

Assinale a alternativa em que o verbo destacado NÃO está na forma de infinitivo.

Alternativas
Comentários
  • NÃO ENTENDI MESMO!

  • O verbo da letra  C não está no infinitivo porque está antecedido da conjunção "se", sendo assim está no subjuntivo.

  • Pra quem teve dúvida:


    "Fazê-lo" (alternativa A) está no infinitivo, porque trata-se do verbo fazer contraído com o pronome pessoal átono "O", que ao se juntar com o verbo, toma a forma "-lo". Como significa "fazer ele", encontra-se no infinitivo.


    -----

    Deste modo, os infinitivos da 1.ª conjugação (p. ex.: lavar), quando seguidos das formas pronominais já indicadas, têm sempre acento agudono a da sílaba final (como acontece coma as formas monissilábicas: fá-lo).

    (1) «Vou provar o bolo.» → «Vou prová-lo.»

    Os infinitivos a 2.ª conjugação (p. ex.: fazer) apresentam acento circunflexo no e final (como acontece com as formas monossilábicas: fê-lo):

    (2) «Vou fazer o exercício.» → «Vou fazê-lo

    A respeito dos infinitivos da 3.ª conjugação (p. ex.: partirfugirdestruir), observe-se que, geralmente, o i final não apresenta acento antes das formas pronominais em referência (exemplo 3); só terá acento gráfico se for precedido de vogal, de forma a evitar a formação de ditongo (exemplo 4):

    (3) «Vou dividir o bolo.» → «Vou dividi-lo

    (4) «Vou destruir a casa.» → «Vou destruí-la


    https://ciberduvidas.iscte-iul.pt/consultorio/perguntas/a-grafia-dos-infinitivos-seguidos-de-pronomes-pessoais-atonos/32600

  • A palavra marcada pela letra A é a unica que não termina com a desinência R.

  • Cláudia Paty, nada a ver! Está questão deveria ter sido anulada! Qualquer forma nominal pode ser empregada no subjuntivo conservado sua forma! Regra do português nenhuma justificativa neste caso o verbo "rolar" não estar no infinitivo!

  • Concordo com José Aparecido, a questão deveria ter sido anulada! Peço à colega Cláudia Paty gentileza indicar a FONTE do seu comentário.....

  • claudia Paty, mas não ta perguntando se é INDICATIVO ou SUBJUNTIVO..ta perguntando do INFINITIVO apenas! alguém sabe explicar?

  • Muito boa sua definição Cláudia.
  • Assim como vocês, fui pego numa questão parecida com essa. Apenas para ajudar os colegas e complementar o que a Cláudia explicou.. deixo o vídeo do professor Ricardo erse explicando sobre o subjuntivo e o infinitivo. Muito boa por sinal. https://youtu.be/VNiQucF7rhc
  • GABA c)

    Se rolar .. (subjuntivo)

    Quanto a alternativa a) Fazê-lo = fazer ele (infinitivo)

  • Claudia está certa. Clássica questão que devemos diferenciar o futuro do subjuntivo x infinitivo impessoal.

    Essas questão são resolvidas substituindo o verbo que está sendo analisado por um verbo irregular, como, por exemplo, o verbo fazer. Esse verbo tem como infinitivo a forma fazer e como futuro do subjuntivo fizer.

    Se nessa substituição a conjugação mais adequada for fizer, o verbo estará no futuro do subjuntivo e não no infinitivo. É exatamente o que ocorre na letra C.

    **Com conjunções, será sempre futuro do subjuntivo. Com preposição ou sem conectivo algum, será infinitivo.

    Na letra A: quando verbos terminam em r, s, z e os pronomes pedidos são o(os), a(as), ocorre a queda dessas terminações acrescentando-se l.

    Ex.: comprar+as = comprá-las; fazer+os = fazê-los

    Fonte: gramática comentada - Adriana Figueiredo

  • SE FIZER SEXO. SUBJUNTIVO