O processo de construção da Renast, portanto, "representou o aprofundamento da institucionalização e do fortalecimento da saúde do trabalhador no âmbito do SUS, reunindo as condições para o estabelecimento de uma política de Estado e os meios para sua execução" (Brasil, 2006a, p. 19-20). O seu principal objetivo é o de "integrar a rede de serviços do SUS, voltados à assistência e à vigilância para o desenvolvimento das ações de saúde do trabalhador" (Idem, p. 26).
Segundo esse documento, as atribuições principais dos Cerests são: capacitar a rede de serviços de saúde; assessorar e apoiar as investigações de maior complexidade e a estruturação da assistência de média e alta complexidade para atender aos acidentes de trabalho e agravos contidos na lista de doenças relacionadas ao trabalho e aos de notificação compulsória, vinculados a processos de trabalho, inclusive com realização de convênios de cooperação técnica, e, com esses dados, subsidiar a formulação de políticas públicas em saúde do trabalhador. Porém, por não terem sido superadas as questões de fundo, a Renast corre o risco de manter seus centros como "ambulatórios especializados" (Vasconcellos, 2007). Este aspecto parece situar-se basicamente em um dos próprios processos de trabalho atribuídos no Modelo de Projeto do Cerest a ser habilitado (Brasil, 2006a, anexo 1). Consiste em "ações assistenciais individuais, como atendimento, acolhimento do usuário, consultas, exames e orientações". Nessas atribuições também seriam incluídas as notificações dos acidentes de trabalho ali atendidos.
Extraído de: Movimentos sociais e controle social em saúde do trabalhador: inflexões, dissensos e assessoria do Serviço Social
autora: Lúcia M. de B. Freire
Revista Serviço Social e Socidade, 102. disonivel em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0101-66282010000200006&lng=pt&nrm=is&tlng=pt