Keynes, de fato e em contrapartida a Harry D. White, do lado americano, propôs uma taxa de câmbio flutuante, que permitisse ajustes de balanço de pagamentos internacional, a ser regulado pelo ICU (International Clearing Union) e por sua moeda escritural, o bancor. Contudo, os americanos, que detinham 2/3 do ouro mundial à época, saíram vencedores, o que tornou a taxa de câmbio fixa, com o dólar sendo a única moeda conversível em ouro (US$35,00/onça troy). Apesar de ter entrado em colapso apenas em 1971, tal sistema foi o que vigorou boa parte do tempo no qual a economia mundial foi conhecida como "golden age".
Fala pessoal! Tudo beleza? Professor Jetro Coutinho na área,
para comentar esta questão sobre a conferência de Bretton Woods.
A referida conferência foi realizada porque os países Aliados estavam preocupados com as necessidades econômicas que viriam após o fim do segundo conflito mundial armado, a segunda guerra mundial.
Assim, queriam planejar um acordo econômico que levasse ao pleno emprego, à estabilidade de preços e que permitisse o equilíbrio externo sem precisar impor restrições ao comércio internacional.
A entrada dos EUA na segunda guerra mundial ocorreu de forma tardia, mas foi fundamental para que houvesse chance de vitória aos Aliados (que, antes da entrada dos EUA, estavam sendo aniquilados pelas forças de Hitler). Este fato levou os EUA a terem maior influência nas negociações de Bretton Woods (tanto é que o encontro dos países ocorreu justamente em solo americano).
Ocupando o vácuo de poderio econômico deixado pela Inglaterra, os EUA assumiram papel central no sistema econômico internacional após o acordo. Ficou decidido que todos os países adotariam um sistema cambial fixo em relação ao dólar-americano. Ou seja, as moedas dos 44 países seriam, agora, lastreadas, em dólar americano, tornando o dólar o padrão monetário mundial.
Apesar de os EUA terem saído vitoriosos dos embates argumentativos, isto não veio sem uma "boa luta". O principal debate ocorreu entre John Maynard Keynes, economista inglês, e Harry Dexter White, economista americano.
Keynes propôs um "Banco Central global" que pudesse controlar o sistema internacional de pagamentos, provendo liquidez aos países que apresentassem déficit no seu Balanço de Pagamentos. A ideia de Keynes era romper com o outro como padrão do sistema monetário e permitir a criação do bancor, uma moeda escritural, que cumpriria as funções de unidade de conta e meio de pagamento.
A criação do bancor seria capaz de evitar ataques especulativos ao câmbio, pois, em conjunto com o Banco Central global (que Keynes chamou de Clearing Union - Câmara de Compensação), obrigaria todos os países com déficit externos a reequilibrar suas posições, o que distribuiria o ônus do ajuste de forma equânime.
Mas a proposta vencedora foi a de White, que argumentou que deveria existir uma instituição com poderes e recursos mais limitados e sem a nova moeda (sem o bancor). Dessa forma, os EUA conseguiram emplacar o dólar como novo padrão monetário mundial, vinculado ao ouro.
Ou seja, a proposta de Keynes não ocorreu mediante câmbio flutuante, mas centrou-se nos aspectos de criação da Clearing Union e do bancor.
Gabarito do Professor: ERRADO.