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ID
2530315
Banca
COMPERVE
Órgão
UFRN
Ano
2017
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

                           Trabalho escravo é ainda uma realidade no Brasil

            Esse tipo de violação não prende mais o indivíduo a correntes, mas acomete a

             iberdade do trabalhador e o mantém submisso a uma situação de exploração

                                                                                                    Natalia Suzuki (*) e Thiago Casteli


      O trabalho escravo ainda é uma violação de direitos humanos que persiste no Brasil. A sua existência foi assumida pelo governo federal perante o país e a Organização Inte rnacional do Trabalho (OIT) em 1995, o que fez com que o Brasil se tornasse uma das primeiras nações do mundo a reconhecer oficialmente a escravidão contemporânea em seu território. Daquele ano até 2016, mais de 50 mil trabalhadores foram libertados de situações análogas a de escravidão em atividades econômicas nas zonas rural e urbana.

      Quem é o trabalhador escravo? Em geral, são migrantes que deixaram suas casas em busca de melhores condições de vida e de sustento para as suas famílias. Saem de suas cidades atraídos por falsas promessas de aliciadores ou migram, forçadamente, por uma série de motivos, que pode incluir a falta de opção econômica, guerras e até perseguições políticas. No Brasil, os trabalhadores provêm de diversos estados das regiões Centro-Oeste, Nordeste e Norte, mas também podem ser migrantes internacionais de países latino-americanos – como a Bolívia, Paraguai e Peru –, africanos, além de procedentes do Haiti e do Oriente Médio. Essas pessoas podem se destinar à região de expansão agrícola ou aos centros urbanos à procura de oportunidades de trabalho.

      Tradicionalmente, o trabalho escravo é empregado em atividades econômicas na zona rural, como a pecuária, a produção de carvão e os cultivos de cana-de-açúcar, soja e algodão. Nos últimos anos, essa situação também é verificada em centros urbanos, principalmente na construção civil e na confecção têxtil.

      No Brasil, 95% das pessoas submetidas ao trabalho escravo rural são homens. Em geral, as atividades para as quais esse tipo de mão-de-obra é utilizado exigem força física, por isso, os aliciadores buscam principalmente homens e jovens. Os dados oficiais do Programa Seguro-Desemprego de 2003 a 2014 indicam que, entre os trabalhadores libertados, 72,1% são analfabetos ou não concluíram o quinto ano do Ensino Fundamental.

      Muitas vezes, o trabalhador submetido ao trabalho escravo consegue fugir da situação de exploração, colocando a sua vida em risco. Quando tem sucesso em sua empreitada, recorre a órgãos governamentais ou a organizações da sociedade civil para denunciar a violação que sofreu. Diante disso, o governo brasileiro tem centrado seus esforços para o combate desse crime, especialmente na fiscalização de propriedades e na repressão por meio da punição administrativa e econômica de empregadores flagrados utilizando mão-de-obra escrava.

      Enquanto isso, o trabalhador libertado tende a retornar a sua cidade de origem, onde as condições que o levaram a migrar permanecem as mesmas. Diante dessa situação, o indivíduo pode novamente ser aliciado para outro trabalho em que será explorado, perpetuando uma dinâmica que chamamos de “Ciclo do Trabalho Escravo”.

      Para que esse ciclo vicioso seja rompido, são necessárias ações que incidam na vida do trabalhador para além do âmbito da repressão do crime. Por isso, a erradicação do problema passa também pela adoção de políticas públicas de assistência à vítima e prevenção para reverter a situação de pobreza e de vulnerabilidade de comunidades. Dentre essas políticas, estão as ações formativas no âmbito da educação, como aquelas propostas pelo programa Escravo, nem pensar!

T * Natalia Suzuki é jornalista, mestre em Ciência Política pela FFLCH-USP e coordenadora do programa “Escravo, nem Pensar!”, programa de educação para prevenção do trabalho escravo da ONG Repórter Brasil.

Disponível em:http://www.cartaeducacao.com.br/aulas /fundamental-2/trabalho-escravo-e-ainda-uma-realidade-no-brasil/. Acesso em: 15 jul de 2017. [Adaptado]

O trabalho escravo ainda é uma violação de direitos humanos que persiste no Brasil.


De acordo com a modalidade formal escrita da língua portuguesa, assinale a opção possível de colocação da vírgula no trecho:

Alternativas
Comentários
  • C- APOSTO EXPLICATIVO

  • ainda é explicativo?  e a letra A ?

  • Não acredito que a palavra (ainda) seja um aposto explicativo, imagino que possa ser algum outro tipo de aposto, por exemplo, o aposto resumidor que serve para resumir numa só palavra vários termos da oração. Mas ainda tenho dúvidas sobre a seguinte questão, alguém que explique com clareza por gentileza. rsrs

  • Eu entendi como adjunto adverbial deslocado.

    Sobre a letra A, não necessita de virgula o adj adv de lugar, por esta na ordem direta na orção.

  • Na pontuação quando um advérbio é pequeno se torna facultativo o seu uso, então no meu ver o "ainda" é facultativo, assim como a alternativa A.

  • Não creio que a palavra AINDA seja aposto, acredito mais num adjunto adverbial. 

  • Na letra A, o erro esta na separação de uma oração subordinada adjetiva restritiva,  "persiste no Brasil" e não em qualquer lugar. Caso fosse oração subordinada adjetiva explicativa,  poderia ter a vírgula. 

  • c-

    Ainda é adjunto adverbial de concessão. Como termo acessorio da oração, pode vir entre virgulas e ser removido sem comprometer o período

  • a)  O trabalho escravo ainda é uma violação de direitos humanos que persiste, no Brasil. (Persiste onde ? Em que lugar ? No brasil. Não se separa verbo do seu complemento!)

    b) O trabalho escravo ainda é uma violação, de direitos humanos que persiste no Brasil. (Violação do quê? De direito humanos. Não se separa nome do seu complemento!)

    c) O trabalho escravo, ainda, é uma violação de direitos humanos que persiste no Brasil. GABARITO!

    d) O trabalho escravo, ainda é uma violação de direitos humanos que persiste no Brasil. (Separou sujeito do verbo. Não se separa sujeito do verbo)

  • Boa questão, gabarito letra C, ainda é adjunto adverbial de concessão. E um caso facultativo.

  • GABARITO C

     

     

     

    ''Apesar dos tempos modernos, e das leis trabalhistas, e dos direitos humanos, o trabalho escravo ,AINDA, é uma violação de direitos humanos que persiste no Brasil.''

    (Observe que com os termos que atribui ao inicio, eu poderia trocar o AINDA, por todavia,  contudo, muito embora, apesar disso

    Concessão = aquilo que não se é esperado, o contraditório duma coisa...

    _________________________________________________________________________________________________________

     

    ''O trabalho escravo, AINDA, é uma violação de direitos humanos que persiste no Brasil.''   Nessa alternativa, se trata de adj. Adverbial de tempo!

    Adjunto adverbial de tempo: indica uma ideia que dá um lugar no espaço e tempo para o verbo, ''ontem eu fiz tal coisa, amanhã eu farei tal coisa, o trabalho escravo, até HOJE, é uma violação de direitos...''

     

     

     

     

     

    Bons estudos pessoal! Não desistam!

  • Ainda = adjunto adverbial de pequena extensão que pode ser usado de forma FACULTATIVA no início e no meio da Frase.

     

  • kkk os bichos estão doidos em achar que ''ainda'' é aposto..

  • ADJUNTO ADVERBIAL É COMPLICADO.

    PODEM SER FACULTATIVO OU NÃO , DEPENDO DO TAMANHO DO ADJ ADVERBIAL, DO GRAMÁTICO ETC., ETC., ETC., 

  • Isso  mesmo Douglas Stanlet - explicação correta .  

  • Segundo o professor Pestana, a vírgula é facultativa entre o complemento de um verbo e logo após um adjunto adverbial (não importa a extensão, se estiver na ordem direta).

    Exemplo: Eles exercitaram questões de vírgula, ontem à noite.

    Como vemos no exemplo anterior, a vírgula está entre o complemento do verbo exercitar e adjunto adverbial após o complemento, sendo assim, facultativa.

    Na alternativa A, a vírgula está entre o verbo e o adjunto adverbial, ou seja, está diferente do que vimos, então o adjunto adverbial (no Brasil) é o "próprio complemento", o qual não deveria ser separado pela vírgula.

     

     

    Qualquer erro me avisem.

  • ´´No Brasil`` está na ordem direta, por essa razão, a vírgula é facultativa.

  • "AINDA" --> é uma elemento de REALCE, podendo tirar sem prejuízo da correção gramatical.

     

    Em seguida, é só analisar o período na ORDEM DIRETA:

     

    SUJEITO + VERBO + COMPLEMENTO (OU OBJETO) ---> Não se separam, mas n confunda quando houver INTERCALAÇÃO, APOSTO etc.

  • GABARITO C.