SóProvas


ID
2536909
Banca
IBFC
Órgão
TJ-PE
Ano
2017
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Texto


                                       Camelos e beija-flores...

                                                                                             (Rubem Alves)


      A revisora informou delicadamente que era norma do jornal que todas as “estórias” deveriam ser grafadas como “histórias”. É assim que os gramáticos decidiram e escreveram nos dicionários.

      Respondi também delicadamente: “Comigo não. Quando escrevo ‘estória’ eu quero dizer ‘estória’. Quando escrevo ‘história’ eu quero dizer ‘história’. Estória e história são tão diferentes quanto camelos e beija-fores...”

      Escrevi um livro baseado na diferença entre “história” e “estória”. O revisor, obediente ao dicionário, corrigiu minhas “estórias” para “história”. Confiando no rigor do revisor, não li o texto corrigido. Aí, um livro que era para falar de camelos e beija-flores, só falou de camelos. Foram-se os beija-flores engolidos pelos camelos...

      Escoro-me no Guimarães Rosa. Ele começa o Tutameia com esta afirmação: “A estória não quer ser história. A estória, em rigor, deve ser contra a história.”

      Qual é a diferença? É simples. Quando minha filha era pequena eu lhe inventava estórias. Ela, ao final, me perguntava: “Papai, isso aconteceu de verdade?” E eu ficava sem lhe poder responder porque a resposta seria de difícil compreensão para ela. A resposta que lhe daria seria: “Essa estória não aconteceu nunca para que aconteça sempre...”

      A história é o reino das coisas que aconteceram de verdade, no tempo, e que estão definitivamente enterradas no passado. Mortas para sempre. [...]

      Mas as estórias não aconteceram nunca. São invenções, mentiras. O mito de Narciso é uma invenção. O jovem que se apaixonou por sua própria imagem nunca existiu. Aí, ao ler o mito que nunca existiu eu me vejo hoje debruçado sobre a fonte que me reflete nos olhos dos outros. Toda estória é um espelho. [...]

      A história nos leva para o tempo do “nunca mais”, tempo da morte. As estórias nos levam para o tempo da ressurreição. Se elas sempre começam com o “era uma vez, há muito tempo” é só para nos arrancar da banalidade do presente e nos levar para o tempo mágico da alma.

      Assim, por favor, revisora: quando eu escrever “estória” não corrija para “história”. Não quero confundir camelos e beija-flores...

Em “Quando escrevo ‘estória’ eu quero dizer ‘estória’. Quando escrevo ‘história’ eu quero dizer ‘história’.” (2º§), ocorrem dois períodos. Quanto ao correto emprego da pontuação, de acordo com a Norma, faz-se um comentário adequado em:

Alternativas
Comentários
  • Analisando as alternativas

     

    a) O primeiro ponto final deveria ser substituído por uma vírgula. 

    Errada. Entretanto se estivesse 'poderia' estaria correta, só que a alternativa nos ordena a colocar vírgular, logo, ela se torna incorreta.

     

     

    c) Seria obrigatório o emprego de um ponto e vírgula no lugar do primeiro ponto final. 

    Errada. Não é obrigatório o emprego de um ponto e vírgula.

     

     

    d) Depois de cada uma das duas ocorrências do verbo “dizer” deveria ser empregada uma vírgula.  

    Errada. Entre o verbo e o objeto não se deve usar a vírgula.

     

     

    e) Caso o primeiro ponto fosse suprimido, não haveria prejuízo para a estrutura sintática do período. 

    Errada. Se o ponto fosse omitido haveria incompreensão na frase. Ninguém iria entender nada.

     

     

    Qcom - Questão comentada

    https://www.youtube.com/channel/UCBY27FNGgRpPa-PgFubwjPQ

  • Gabarito: Alternativa B 

     

    > Deveria haver vírgula antes de cada pronome eu, visto que temos no período citado no enunciado duas orações subordinadas adverbiais temporais deslocadas.  

    “Quando escrevo ‘estória’, eu quero dizer ‘estória’. Quando escrevo ‘história’, eu quero dizer ‘história’.”

     

    > Não haveria vírgulas caso o período fosse assim redigido:

    "Eu quero dizer ‘estória’ quando escrevo estória. Eu quero dizer "hístória" quando eu escrevo história".

     

     

    > As outras alternativas apresentam casos facutativos de substituição da pontuação no casos das alternativas: "a" e "c", ou mesmo casos errados de substituição e colocação da pontuação (alternativas "d" e "e").

     

     

  • LETRA B

     

    A posição "normal" deste tipo de período é ORAÇÃO PRINCIPAL + ORAÇÃO SUBORDINADA (neste caso a vírgula é facultativa). Porém, quando a oração subordinada adverbial estiver DESLOCADA, a vírgula será obrigatória. É o que ocorre nos dois períodos apresentados:

     

    �Quando escrevo �estória�, eu quero dizer �estória�.                            Quando escrevo �história�, eu quero dizer �história�.� (2º§)

     

    Oração subordinada adverbial temporal deslocada + oração principal; Oração subordinada adverbial temporal deslocada + oração principal.

  • A vírgula, em ambos períodos, estará separando a oração principal da oração adverbial (no caso, temporal).
  • Basta perceber que temos uma oração adverbial e uma no infinitivo,assim, devemos separar as orações.

  • Yan Carlos, a vírgula em ORAÇÃO adverbial no final do período ela é FACULTATIVA. 

  • Gaba: B

     

    Quando a oração subordinada adverbial (aquelas que possuem as conjunções que adoramos e já decoramos: quando, apesar de, desde que, etc) estiver anteposta à oração principal ou intercalada a esta, a vírgula é obrigatória. Caso o contrário, a vírgula é facultativa:

     

    Se o governo quisesse,          investiria em educação.

    O.S.Adverbial anteposta                 O.P.                              ==> vírgula obrigatória

     

    O governo,         se quisesse,                        investiria em educação.

                     O.S.Adverbial intercalada                 ==> vírgula obrigatória

     

    O governo investiria em educação, se quisesse. ==> vírgula facultativa           

  • Quando escrevo ‘estória’ eu quero dizer ‘estória’. Quando escrevo ‘história’ eu quero dizer ‘história’.

    ---------------------------------------Letra B

    Eu quero dizer 'estória', quando escrevo 'estória'. Eu quero dizer 'história', quando escrevo 'história'.

     

    Abraços e que a força esteja com vocês.

  •   Respondi também delicadamente: “Comigo não. Quando escrevo ‘estória’(,) eu quero dizer ‘estória’. Quando escrevo ‘história’ (,) eu quero dizer ‘história’. Estória e história são tão diferentes quanto camelos e beija-fores...”

     

     

    Trata-se de uma oração subordinada adverbial deslocada de sua posição normal, que é no final da frase. Nesse caso, é obrigatória a vírgula.

  • Significado de Estória

    Texto popular; narrativa tradicional: estória infantil.

     

    Significado de História

    Reunião e análise das informações ou dos conhecimentos sobre o passado e sobre o desenvolvimento da humanidade, de um povo, de uma ciência ou arte; de uma cultura, região ou de um indivíduo determinado: história da matemática; história do Brasil.

  • mamão com açucar.

  • Oração subordinada adverbial deslocada:

     

    Quando escrevo ‘estória’ eu quero dizer ‘estória’.

    A oração original é assim:

    Eu quero dizer 'estória' quando escrevo 'estória'.

    Logo encaixa-se a vírgula.

    Quando escrevo 'estória', eu quero dizer 'estória'. 

     

  • Quando escrevo ‘estória’(ORAÇÃO SUBORDINADA ADVERVIAL TEMPORAL) eu quero dizer ‘estória’. Quando escrevo ‘história’ eu quero dizer ‘história’.

     

    NAS ADVERBIAIS, É OBRIGATÓRIO O USO DE VÍRGULA PARA INDENTIFICAR QUE O TERMO NÃO ESTÁ NA ORDEM DIRETA:

    ORAÇÃO PRINCIPAL> ORACÇÃO SURBORDINADA.

  • B: Por eliminação ja dava para parceber. #PMSE

     

  • GAB: B

     

  • hoje eu respodir errado!

    Mas apredir uma coisa,tentar sempre desistir já mias,a vida é dura pra quem é mole,treinamento difícil combate facíl.

    rumo a aprovação PMSE.

  • O SUJEITO EU ESTÁ ELIPTICO, LOGO DEVE SER EMPREGADA A VÍRGULA. GABA B

  • Aleluia! Já não aguentava mais errar tanto.

  • Letra B.

    A questão foi simples: cobrou do candidato a sua sabedoria em oração.

    Não se usa vírgula > oração principal e oração subordinada , ORDEM DIRETA

    Usa-se vírgula > Oração subordinada e oração principal, ORDEM INDIRETA

    Ex.: 1 > Eu estudava enquanto todos dormiam.

    Eu estudava (oração principal)

    Enquanto todos dormiam ( oração subordinada )

    Nesse primeiro exemplo, como a ordem é direta não se usa vírgula.

    Ex.: 2> Enquanto todos dormiam, eu estudava.

    Ordem invertida.

    Obs.: a banca usa muito as orações subordinada adverbiais de tempo : quando, enquanto....

    PM-BA 2019

  • Letra: B

    Oração subordinada adverbial temporal deslocada é separada por vírgula.

    Quando escrevo ‘estória’, eu quero dizer ‘estória’.

    => ordem direta: Eu quero dizer ‘estória' quando escrevo ‘estória’

  • Letra A – ERRADA – A substituição por vírgula não seria correta, pois temos uma estruturação sintática completa. No máximo, poderíamos substituir por ponto e vírgula, enfatizando comparação e contraste.

    Letra B – CERTA – A vírgula é necessária para isolar a oração subordinada adverbial deslocada da ordem direta “Quando escrevo...”.

    Letra C – ERRADA – Não se trata de emprego obrigatório. É uma opção, justificada para enfatizar uma comparação ou contraste.

     Letra D – ERRADA – De forma alguma, pois a vírgula assim inserida separaria verbo e complemento.

    Letra E – ERRADA – A simples omissão do ponto, sem modificação adicional alguma, geraria problema de coesão.

    Resposta: B 

  • Gabarito ( B ) As duas orações são subordinadas Adv. Temporais, e estão na ordem inversa . ( orações Adv temporais , finais , causais e proporcionais , na ordem inversa a vírgula é obrigatória, na canônica a vírgula é facultativa )
  • Ordem direta : (pontuação proibida)

    • Eu quero dizer 'estória' quando escrevo estória
    • Eu quero dizer 'história' quando escrevo 'história'

    = orações subordinadas adverbiais temporais

    Na ordem inversa : (pontuação obrigatória)

    • Quando escrevo ‘estória’, eu quero dizer ‘estória’
    • Quando escrevo ‘história’, eu quero dizer ‘história’.