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ID
2558452
Banca
FCC
Órgão
TST
Ano
2017
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

      A coletânea de aforismos que constituem os dois volumes de Humano, demasiado humano, considerado o marco inicial do segundo período da produção de Nietzsche, é um ajuste de contas definitivo com as ideias fundamentais do sistema filosófico de Schopenhauer.

Dedicando o livro à memória do filósofo francês Voltaire e escolhendo como epígrafe uma citação de René Descartes, Nietzsche já o insere simbolicamente na tradição da filosofia das Luzes, caracterizada pela confiança no poder emancipatório da ciência, em seu triunfo contra as trevas da ignorância e da superstição. Não por acaso, portanto, a obra tem como subtítulo Um livro para espíritos livres.

Se, para o jovem Nietzsche, era a arte – e não a ciência – o que constituía a atividade metafísica do homem, em Humano, demasiado humano ela é destituída desse privilégio. Fazendo uma referência velada a pressupostos fundamentais da filosofia de Schopenhauer, dos quais partilhara, Nietzsche toma agora o cuidado de se afastar criticamente deles. “Que lugar ainda resta à arte? Antes de tudo, ela ensinou, através de milênios, a olhar com interesse e prazer a vida, em todas as suas formas. Essa doutrina foi implantada em nós; ela vem à luz novamente agora como irresistível necessidade de conhecer. O homem científico é o desenvolvimento do homem artístico”.

Se, para o jovem Nietzsche, o aprofundamento do conhecimento científico conduzia à proliferação de um saber erudito e estéril, que sufocava a vida, para o Nietzsche do período intermediário o conhecimento científico torna livre o espírito.

Pouco mais tarde, Nietzsche aprofundaria seu novo entendimento relativo ao papel da ciência e à oposição entre esta e a arte. Contrapondo-se àqueles que valorizam apenas a imaginação e as obras-primas do disfarce estético, o filósofo afirma: “eles pensam que a realidade é horrível; contudo, não pensam que o conhecimento até da mais horrível realidade é belo, do mesmo modo que aquele que conhece bastante e amiúde está, por fim, muito longe de considerar horrível o grande todo da realidade, cuja descoberta lhe proporciona sempre felicidade. A felicidade do homem do conhecimento aumenta a beleza do mundo”.

(Adaptado de: GIACOIA JUNIOR, Oswaldo. Nietzsche. São Paulo, Publifolha, 2000, p. 42-46) 

... ela é destituída desse privilégio. (3° parágrafo)

... e à oposição entre esta e a arte. (último parágrafo)


Os pronomes sublinhados acima retomam, respectivamente, os seguintes elementos: 

Alternativas
Comentários
  • Letra (d)

     

    A banca exigiu que o candidato soubesse de recurso anaforico e cataforico. Porém, na questão, exigia-se o conhecimento daquele, que é usado para retomar o que já foi dito ou escrito.

     

    Anafórico, genericamente, pode ser definido como uma palavra ou expressão que serve para retomar um termo já expresso no texto, ou também para antecipar termos que virão depois.

     

    Se, para o jovem Nietzsche, era a arte – e não a ciência – o que constituía a atividade metafísica do homem, em Humano, demasiado humano ela (a arte) é destituída desse privilégio. Fazendo uma referência velada a pressupostos fundamentais da filosofia de Schopenhauer, dos quais partilhara, Nietzsche toma agora o cuidado de se afastar criticamente deles.

     

    Pouco mais tarde, Nietzsche aprofundaria seu novo entendimento relativo ao papel da ciência e à oposição entre esta (a ciência) e a arte. Contrapondo-se àqueles que valorizam apenas a imaginação e as obras-primas do disfarce estético, o filósofo afirma: “eles pensam que a realidade é horrível; contudo, não pensam que o conhecimento até da mais horrível realidade é belo, do mesmo modo que aquele que conhece bastante e amiúde está, por fim, muito longe de considerar horrível o grande todo da realidade, cuja descoberta lhe proporciona sempre felicidade. A felicidade do homem do conhecimento aumenta a beleza do mundo”.

  • Aos usuários que não conseguem visualizar os elementos sublinhados, são eles:

    ...ela é destituída desse privilégio (3 parágrafo)

    ...e à oposição entre esta e a arte (último parágrafo).

    A equipe do qconcursos já deveria ter solucionado esse problema há muito tempo. Já vi diversos usuários reclamando de não verem nos seus navegadores os elementos sublinhados dos enunciados.

  • 1) ''' e, para o jovem Nietzsche, era a arte – e não a ciência – o que constituía a atividade metafísica do homem, em Humano, demasiado humano ela é destituída desse privilégio.

     

    --> RETIRA ESSA TERMO INTERCALADO ENTRE HÍFENES ( TAMBÉM PODE SER ESCRTIO ASSIM ), O QUAL PODE SER PLENAMENTE SUPRIMIDO SEM NUNHUM PREJUÍZO, POIS MERA INTERCALAÇÃO EXPLICATIVA. DAÍ VOCÊ VERÁ SEM  SOMBRA DE DÚVIDA QUE O REFERENCIAL É A ARTE.

     

     

     

    2)pouco mais tarde, Nietzsche aprofundaria seu novo entendimento relativo ao papel da ciência e à oposição entre esta e a arte.

     

    --> O ''ESTA'' RETOMA O REFERENCIAL JÁ DITO MAIS PRÓXIMO, NO CASO, CIÊNCIA.

     

     

     

    GAB D

  • Sempre bom também saber sobre o: esta, essa e aquela.

     

  • o carro e a moto, sendo que esta é mais rápida que aquele.

     

    esta está se referindo à moto, galera.

  • Questão de caça palavras. Perde-se mais tempo procurando o trecho no maldito texto do que efetivamente pensando para resolver a questão...

  • esTe - perTo (retoma termo específico)

    esse - médio (retoma ideias)

    aquLe - Longe (retoma termo específico)

  • sem muito gramatiquês e teoria, só ler com calma que acerta. Letra D

  • ciência retornado por esta, dá até medo responder quando facilitam desse jeito

  • Nunca consigo ver nenhum termo sublinhado nas questões.

  • Tenho até medo dessas questões "fáceis" da FCC, e logo de um Tribunal Superior, aí fico caçando pelo em ovo.

  • Está parecendo IADES... Fico super desconfiado ao ver questões da FCC desse nível.

  • Se, para o jovem Nietzsche, era a arte (...) o que constituía a atividade metafísica do homem, em Humano, demasiado humano ela é destituída desse privilégio. 

     

    Pouco mais tarde, Nietzsche aprofundaria seu novo entendimento relativo ao papel da ciência e à oposição entre esta e a arte. 

  • Pra nível TST, deu até medo na hora de marcar kkkkkkk...que caia uma dessa na minha prova