SóProvas


ID
2559820
Banca
FCC
Órgão
AL-SP
Ano
2012
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

      A carta-testamento deixada por Getúlio Vargas no dia de sua morte, a 24 de agosto de 1954, vem a ser a peça retórica mais contundente que o então denominado “Pai dos Pobres” terá produzido durante toda a sua vida política. Contrapartida dramática da sua morte, seria ela a arma pela qual o polêmico e contraditório político iria tentar revolver a encenação de seus últimos dias.

      Postos assim, nesses termos, parecerá ao leitor que estou reduzindo os últimos dias de Vargas a uma simples manifestação histriônica. Em termos, sim. Mas não se trata de uma simplificação. A teatralidade a que esse fato remete tem um significado que transcende seu aparente artifício.

      Pensada na função, digamos, psicológica que aquela missiva poderia vir a ter sobre seus destinatários, ela não difere muito do que são, em sua grande maioria, as cartas dos suicidas. Resultado aparente de um esforço de explicitação das causas que teriam levado o autor ao ato definitivo, na verdade, ela tenta fazer cair sobre os agentes da morte o peso de seus próprios atos. É uma peça que, valendo-se desse processo de culpabilização, tenta dar um sentido e uma fecundidade ao autoaniquilamento (via de regra, o indivíduo que comete, junto com a própria morte, uma carta “aos que ficam”, deve acreditar no poder transfigurador de seu próprio ato). Pensando dessa forma, é que dá para admitir a aproximação entre esse tipo de suicídio e a cena teatral. A morte para o seu “sujeito” não é o fim, mas sim, é parte decisiva de uma vida que continua, e sobre a qual fatalmente seu ato incidirá. A vida continuará, mas será outra.

(Haquira Osakabe, A carta-testamento ou a cena final de Getúlio Vargas. In: Prezado senhor, prezada senhora: estudos sobre cartas. Org. Walnice Galvão, Nádia Battella Gotlib. São Paulo: Companhia das Letras, 2000. p.373 e 374) 

A única alternativa em que a palavra destacada é uma conjunção é:

Alternativas
Comentários
  • Na letra B), o que é CONJUNÇÃO INTEGRANTE, introduzindo uma Oração Subordinada Substantiva Subjetiva (pode ser substituída por "isto", que teria a função de sujeito)

     

    " que estou reduzindo os últimos dias de Vargas a uma simples manifestação histriônica" (isto) parecerá ao leitor 

     

    Nas demais alternativas, o que é PRONOME RELATIVO, retomando termos antecedentes.

  • Funções do QUE como Conjunção Integrante ou como Pronome Relativo.

     

    O roteiro abaixo ajuda a identificar os casos:

     

       É possível substituir o QUE por ISSO?

     

        SIM

       * Então é CONJUNÇÃO INTEGRANTE

       * É ANTECEDIDO POR VERBOS

       * Se trata de uma ORAÇÃO SUBORDINADA subjetiva, apositiva, predicativa, objetiva ou completiva

     

        NÃO

       * Sendo substituível por O(A) QUAL/OS(AS) QUAIS é PRONOME RELATIVO

       * É ANTECEDIDO POR NOMES

       * Se trata de uma ORAÇÃO SUBORDINADA ADJETIVA explicativa ou restritiva

       * Resta saber se é do tipo explicativa ou restritiva, logo pergunta-se:

     

             

              Vem separado por vírgulas ?

     

              SIM

             * Então é ORAÇÃO SUBORDINADA ADJETIVA EXPLICATIVA

     

     

             NÃO

             * Então é ORAÇÃO SUBORDINADA ADJETIVA RESTRITIVA

     

     

    (Comentário de Godim)

  • Substitui o QUE por ISSO e deu sentido, 99% dos caso é conjunção integrante.

  • nem creio que acertei.

  • Correta, B

    QUE = ISSO = Conjunção Integrante.

    Postos assim, nesses termos, parecerá ao leitor ISSO/que estou reduzindo os últimos dias de Vargas a uma simples manifestação histriônica.