SóProvas


ID
2569384
Banca
VUNESP
Órgão
PM-SP
Ano
2017
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

     – Bem dizia eu, que aquela janela…

      – É a janela dos rouxinóis.

      – Que lá estão a cantar.

      – Então, esses lá estão ainda como há dez anos – os mesmos ou outros – mas a menina dos rouxinóis foi-se e não voltou.

      – A menina dos rouxinóis? Que história é essa? Pois deveras tem uma história aquela janela?

      – É um romance todo inteiro, todo feito, como dizem os franceses, e conta-se em duas palavras.

      – Vamos a ele. A menina dos rouxinóis, menina com olhos verdes! Deve ser interessantíssimo. Vamos à história já.

      – Pois vamos. Apeiemos e descansemos um bocado.

      Já se vê que este diálogo passava entre mim e outro dos nossos companheiros de viagem. Apeamo-nos, com efeito; sentamo-nos; e eis aqui a história da menina dos rouxinóis como ela se contou.

      É o primeiro episódio da minha odisseia: estou com medo de entrar nele porque dizem as damas e os elegantes da nossa terra que o português não é bom para isto, que em francês que há outro não sei quê…

      Eu creio que as damas que estão mal informadas, e sei que os elegantes que são uns tolos; mas sempre tenho meu receio, porque, enfim, deles me rio eu; mas poesia ou romance, música ou drama de que as mulheres não gostem é porque não presta.

      Ainda assim, belas e amáveis leitoras, entendamo-nos: o que eu vou contar não é um romance, não tem aventuras enredadas, peripécias, situações e incidentes raros; é uma história simples e singela, sinceramente contada e sem pretensão.   

      Acabemos aqui o capítulo em forma de prólogo e a matéria do meu conto para o seguinte.

                                                                                   (Almeida Garrett. Viagens na Minha Terra)

Observe as frases:


• Chegamos ____________fim do capítulo em forma de _______ , com a matéria do meu conto para o seguinte.

• Discordo ________ certas damas e certos tolos, que preferem _________ para se contar uma história.


De acordo com a norma-padrão e os sentidos do texto, as lacunas devem ser preenchidas, respectivamente, com:

Alternativas
Comentários
  • Quem Prefere,Prefere algo a algo! Alternativa "C"

  • Basta observar a regência do verbo ''preferir''. A construção ''prefiro mais isso do que aquilo'' desrespeita e agride completamente a norma-padrão. Tal verbo é bitransitivo, exigindo dois complementos verbais: um objeto direto e um indireto, o qual apresenta a preposição ''a." Observem:

     

    Ex.: As mulheres preferem inteligência a músculos.

    Ex.: Prefiro esse carro àquele.

    Ex.: Preferimos comer mal a morrer de fome.

    Ex.: Meu filho prefere sorvete à bala.

     

    Na alternativa C, a regência desse verbo está correta.

     

    Letra C

  • O verbo preferir é transitivo direto e indireto (isto a aquilo), exigindo atenção no paralelismo sintático:

                                                                     OD       OI

    Prefiro carro a moto. O a nesse caso será só prep.

    Prefiriu a casa à viagem. Uso do artigo antes de casa então uso obrigátorio depois dela, + a prep a dela ocasionando a crase.

     

  • Em construções no modelo "PREFIRO ISTO A AQUILO" é incorreto usar intensificadores (mil vezes, mais, etc)
  • Não se usa intensificadores.

    MAIS isso do que aquilo.

  • quem vai, vai A

    quem chega chega A

  • quem vai, vai A

    quem chega chega A