Texto 1
Arrumando a mala e o espírito
Lembro bem dos dias que antecederam a minha primeira viagem à Europa. Era como se eu estivesse prestes a embarcar para outra galáxia. Quê! Surpresas minhas. Tanto que, quando aterrissei em Londres, não foram os monumentos históricos que me causaram impacto, e sim o fato de me deparar com farmácias, paradas de ônibus e escolas. Meu devaneio não havia previsto o lugar-comum. Sei lá o que imaginava encontrar de tão insólito, só sei que caí na real: as cidades, pelo menos as ocidentais, têm estrutura muito similar: o que nos encanta, na verdade, é o confronto com o nosso outro eu, aquela parte de nós que nunca se conformou com a vida em prisão domiciliar.
Viajar é correr atrás do nosso eu ancestral, aquele rebelde que escapou da domesticação e que não vê a hora do reencontro com sua alma peregrina. Quando pensamos em todas as opções que o planeta oferece, dá uma certa vertigem. Qual o melhor lugar para arrancar a gravata, tirar o salto alto e ficar desnudo para si mesmo? Diante de quais das sete maravilhas do mundo conseguiremos redimensionar o nosso próprio tamanho e passar a viver com mais humildade, prazer e leveza?
Sem ilusões: estamos falando de turismo, e não de um retiro espiritual. O melhor local para conhecer a si mesmo é onde se está todos os dias da semana em todos os anos da vida, uma viagem que não termina e que acontece dentro da gente. O processo é interno, sempre foi. Viajar é apenas o tubo de oxigênio que nos permite mergulhar mais fundo na nossa estranheza e insegurança. Mesmo por uma semana? Que seja. É mais do que dura uma viagem lisérgica. E dessa droga ninguém deveria prescindir, o vício incurável no deslumbre.
Martha Medeiros
Fonte: Revista Viagem e Turismo. Fevereiro de 2017. Texto Adaptado.
Associe as colunas 1 e 2 abaixo:
Coluna 1
1. Substantivo com função sintática de sujeito simples.
2. Substantivo com função sintática de objeto direto.
3. Adjetivo com função sintática de adjunto adnominal.
4. Adjetivo com função sintática de predicativo do sujeito.
5. Pronome com função sintática de objeto direto.
6. Pronome com função sintática de objeto indireto.
Coluna 2
( ) [...] o vício incurável no deslumbre.
( ) Viajar é apenas o tubo de oxigênio [...].
( ) [...] não vê a hora do reencontro [...].
( ) O processo é interno, sempre foi.
( ) [...] o que nos encanta, na verdade, é o confronto com o nosso outro eu [...].
( ) Viajar é apenas o tubo de oxigênio que nos permite mergulhar mais fundo na nossa estranheza e insegurança.
Assinale a alternativa que indica a sequência correta,
de cima para baixo.