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ID
2574424
Banca
CPCON
Órgão
UEPB
Ano
2017
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Atente ao fragmento abaixo, extraído do romance d´APedra do Reino e o Príncipe do Sangue do Vai-e-Volta, de Ariano Suassuna, de modo a responder a questão.


“Folheto I - Pequeno Cantar Acadêmico a Modo de Introdução Daqui de cima, no pavimento superior, pela janela gradeada da Cadeia onde estou preso, vejo os arredores da nossa indomável Vila sertaneja. O Sol treme na vista, reluzindo nas pedras mais próximas. Da terra agreste, espinhenta e pedregosa, batida pelo Sol esbraseado, parece desprender-se um sopro ardente, que tanto pode ser o arquejo de gerações e gerações de Cangaceiros, de rudes Beatos e Profetas, assassinados durante anos e anos entre essas pedras selvagens, como pode ser a respiração dessa Fera estranha, a Terra - esta Onça-Parda em cujo dorso habita a Raça piolhosa dos homens. Pode ser, também, a respiração fogosa dessa outra Fera, a Divindade, Onça-Malhada que é dona da Parda, e que, há milênios, acicata a nossa Raça, puxando-a para o alto, para o Reino e para o Sol. Daqui de cima, porém, o que vejo agora é a tripla face, de Paraíso, Purgatório e Inferno, do Sertão. Para os lados do poente, longe, azulada pela distância, a Serra do Pico, com a enorme e alta pedra que lhe dá nome. Perto, no leito seco do Rio Taperoá, cuja areia é cheia de cristais despedaçados que faíscam ao Sol, grandes Cajueiros, com seus frutos vermelhos e cor de ouro. Para o outro lado, o do nascente, o da estrada de Campina Grande e Estaca-Zero, vejo pedaços esparsos e agrestes de tabuleiro, cobertos de Marmeleiros secos e Xiquexiques. Finalmente, para os lados do norte, vejo pedras, lajedos e serrotes, cercando a nossa Vila e cercados, eles mesmos, por Favelas espinhentas e Urtigas, parecendo enormes Lagartos cinzentos, malhados de negro e ferrugem; Lagartos venenosos, adormecidos, estirados ao Sol e abrigando Cobras, Gaviões e outros bichos ligados à crueldade da Onça do Mundo. Aí, talvez por causa da situação em que me encontro, preso na Cadeia, o Sertão, sob o Sol fagulhante do meio-dia, me aparece, ele todo, como uma enorme Cadeia, dentro da qual, entre muralhas de serras pedregosas que lhe servissem de muro inexpugnável a apertar suas fronteiras, estivéssemos todos nós, aprisionados e acusados, aguardando as decisões da Justiça; sendo que, a qualquer momento, a Onça-Malhada do Divino pode se precipitar sobre nós, para nos sangrar, ungir e consagrar pela destruição. É meio-dia, agora, em nossa Vila de Taperoá. Estamos a 9 de Outubro de 1938. É tempo de seca, e aqui, dentro da Cadeia onde estou preso, o calor começou a ficar insuportável desde as dez horas da manhã. Pedi então ao Cabo Luís Riscão que me deixasse sair lá de baixo, da cela comum, e vir cá para cima, varrer o chão de madeira do pavimento superior, onde funcionava, até o fim do ano passado, a Câmara Municipal”. ".

(SUASSUNA, Ariano. O Romance d´APedra do Reino e o Príncipe do Sangue do Vai-e-Volta, Rio de Janeiro: José Olympio Editora, 1971).

O sujeito sintático da sentença “Aqualquer momento, a Onça-Malhada do Divino pode se precipitar sobre nós” é

Alternativas
Comentários
  • Gabarito: A

  • Quem pode se precipitar sobre nós?
    A Onça-Malhada do Divino .

    Gab. A

  • Gabarito letra A.

     

    Nesse tipo de questão, o adjunto adverbial de tempo (a qualquer momento) deslocado costuma enganar na análise do sujeito. Basta colocar a frase na ordem normal e fica mais fácil identificar. Veja-se:

     

    A Onça-Malhada do Divino pode se precipitar sobre nós a qualquer momento.

     

    Poderia existir dificuldade caso o examinador quisesse nos confundir e dizer que o sujeito é composto. Mas em vez disso ele colocou em todas as alternativa que ele é simples, como de fato o é. Aqui, "Onça-Malhada do Divino" é o nome completo do sujeito. "Do divino" não é núcleo do sujeito separado de "Onça-Malhada", motivo pelo qual a letra D está errada.

     

    Não ia comentar, mas 26% de erro é um índice alto para uma questão desse tipo. Essa prova teve questões bem mais difíceis.

     

    Espero ter ajudado.

  • Letra A

    Como o verbo acompanha o sujeito, basta pegar o termo que você acredita que seja o sujeito e passa-lo para o plural, se o verbo acompanhar será o sujeito, vejamos na frase:

    Aqualquer momento, a Onça-Malhada do Divino pode se precipitar sobre nós - frase normal

    Passando o termo para o plural -> a qualquer momento, as onças-malhada do Divino podem se precipitar sobre nós -> veja que o verbo acompanhou a mudança para concordar com o termo.

  • "Aqualquer momento, a Onça-Malhada do Divino pode se precipitar sobre nós" Vamos por parte:

     

    Aqualquer momento: adjunto adverbial.

     

    a Onça-Malhada do Divino: sujeito simples

     

    a Onça-Malhada do Divino: Em vermelho (adjuntos adnominais), em azul (núcleo do sujeito)

     

    se: PIV (particula integrante do verdo precipitar)

     

    pode se precipitar: locução verbal cujo verbo principal é transitivo indireto.

     

    sobre nós: Objeto indireto

     

     

     

     

     

     

     

  • a) “A Onça-Malhada do Divino” e se classifica como simples. 

    A Onça-Malhada do Divino: sujeito

    Onça-Malhada: Núcleo do sujeito

  • Com questões desse tipo, tenha preguiça não, usa a barra do ''site'' apaga o endereço e copia a frase na ordem direta: S V P

    Onça-Malhada do Divino pode se precipitar sobre nós a qualquer momento.

    O substantivo é nucleo do sujeito.

    GAB A

  • Orações com sujeito posposto costumam confundir. O primeiro passo, então, é colocar a oração na ordem direta . Vejamos:

    "A Onça-Malhada do Divino pode se precipitar sobre nós a qualquer momento." Assim fica mais fácil identificar os termos.

     

    Quem escolheu a busca não pode recusar a travessia - Guimarães Rosa

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    Gabarito: A

  • Conversa com o verbo, quem o o quê pode?