SóProvas


ID
2592043
Banca
VUNESP
Órgão
Câmara de Porto Ferreira - SP
Ano
2017
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

      Em 1933, a pintora paulista Tarsila do Amaral, um dos expoentes do modernismo nacional, concluiu sua tela Operários, na qual retrata a enorme diversidade étnica dos brasileiros que chegavam aos magotes para trabalhar nas fábricas de São Paulo nos anos 30. Hoje, mais de oito décadas depois, a tela de Tarsila poderia trazer alguns brasileiros humildes usando um chapéu de formatura, para simbolizar que até filhos de operários, em certos casos, podem concluir um curso universitário.

      A mudança na paisagem é resultado da adoção da política de cotas raciais e sociais, que vem sendo implantada no país nos últimos quinze anos, com o objetivo de abrir as portas das universidades públicas a negros, pardos, índios e pobres – e acaba de ganhar a adesão da Universidade de São Paulo, a melhor do Brasil.

      Hoje, finalmente, é possível fazer um balanço dessa política, e a conclusão é inequívoca: do ponto de vista acadêmico, as cotas estão cumprindo seu papel. Além disso, todos aqueles mitos – segundo os quais as cotas derrubariam a qualidade do ensino universitário, estimulariam a evasão, acirrariam conflitos raciais – acabaram mostrando-se apenas isso: mitos. É um feito a comemorar num Brasil tão carente de notícias positivas.

      Dito isso, é preciso não perder de vista que a política das cotas não é uma boa solução. Na verdade, é lamentável que tenha de ser adotada. Afinal, sua implantação é a expressão cabal da profunda desigualdade étnica e social do Brasil. As cotas, raciais ou sociais, são portanto um atalho para compensar um descaminho. O desejável, mesmo, é que elas sejam temporárias e, em seu lugar, o país abra escolas de qualidade para todos, negros e brancos, pobres e ricos, de tal modo que as oportunidades sejam iguais para todos – e o mérito de cada um, apenas o mérito, torne-se a medida do triunfo individual.

                                                       (Carta ao Leitor. Veja, 16.08.2017. Adaptado)

Leia os trechos:


• ... um dos expoentes do modernismo nacional... (1° parágrafo);

• ... e a conclusão é inequívoca... (3° parágrafo);

• ... num Brasil tão carente de notícias positivas... (3° parágrafo);

•  ... a expressão cabal da profunda desigualdade étnica e social... (4°parágrafo).


Nos enunciados, os termos em destaque significam, correta e respectivamente,

Alternativas
Comentários
  • Necessitado = carente 

  • Matei a questão por lembrar da prova cabal. :P

  • GABARITO: B

     

    Expoente: indivíduo que, por possuir qualidades ou atributos notáveis, é visto como representante ilustre de sua classe, profissão etc.

     

    Inequívoco: evidente; que não admite engano, dúvida; sem ambiguidade; que não é equívoco; manifesto; expresso claramente.

     

    Carente: que não tem posses; que não tem nada; carecente; que necessita de alguma coisa; necessitado.

     

    Cabal: completo, perfeito, pleno, definitivo, categórico, absoluto, irrefutável.

     

    Fonte: https://www.dicio.com.br

  • Substituindo para ver se mantêm os sentidos:

     ...um dos representantes ilustres do modernismo nacional... (1° parágrafo);

    ... e a conclusão é manifesta... (3° parágrafo);

     ... num Brasil tão necessitado de notícias positivas... (3° parág

     rafo);

     ... a expressão plena da profunda desigualdade étnica e social...

  • Uma dica que ajuda bastante nessas questões que pedem sinônimos/antônimos de determinadas palavras, quando não soubermos, é voltar ao texto e ver como elas estão empregadas no contexto.

     

    Ex. Não lembrava o que significava cabal. Vamos ao texto:

     

    "Dito isso, é preciso não perder de vista que a política das cotas não é uma boa solução. Na verdade, é lamentável que tenha de ser adotada. Afinal, sua implantação é a expressão cabal da profunda desigualdade étnica e social do Brasil."

     

    No contexto dá para perceber que significa algo que está completando, deixando mais categórico/pleno o argumento do autor.