SóProvas


ID
2597587
Banca
CONSULPLAN
Órgão
Câmara de Nova Friburgo - RJ
Ano
2017
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

                                Internet e fraude


      Alguém duvida que a internet tenha mudado a vida das pessoas? Não, ninguém pode duvidar disso. A internet não é apenas um meio de comunicação ou de informação; é um jeito de viver, um novo jeito de viver, e a história do mundo vai se dividir em duas fases: AI (antes da Internet) e DI (depois da Internet).

      E ai do AI! A internet subverteu totalmente a milenar ideia de que os mais velhos detêm o conhecimento. Agora, são eles que têm de aprender com os jovens, e não o contrário. Um aprendizado que, aliás, funciona: num projeto conduzido nos Estados Unidos, adolescentes, orientados por professores de informática, prontificaram-se a dar aulas sobre computador e internet para pessoas de idade. Ficaram, os veteranos, melindrados com a situação? Nada disso. Antes do treinamento, só 5% sentiam-se à vontade com internet. Depois do treinamento, essa porcentagem subiu para 80%. O vovô pode, sim, aprender com os netos. Vale para computador, vale para celular, vale até para controle remoto.

      Mas há um lugar em que a internet está causando problemas: a sala de aula.

      No passado, era muito comum os professores pedirem aos alunos que preparassem, em casa, trabalhos sobre temas diversos. As pesquisas para isso eram feitas em bibliotecas ou em enciclopédias. No mínimo, os jovens tinham de copiar os textos. Agora eles simplesmente podem baixá-los da internet. E podem contar também com o auxílio de empresas especializadas, que elaboram até teses de mestrado e de doutorado. A frequência com que isso está acontecendo é muito grande; nos Estados Unidos, 50% dos alunos admitem que já recorreram a esse tipo de fraude. Por causa disso, surgiu uma nova especialidade, a detecção de fraudes, um método que conta até com um programa de computador, o Turnitin, capaz de identificar a cópia.

      Pergunta: será que isso vale a pena? Transformar os professores em êmulos da Polícia Federal será a solução do problema? Ou seria melhor pensar sobre as causas desse fenômeno?

      Em primeiro lugar, precisamos nos dar conta de que, como foi dito, copiar os alunos sempre copiaram, só que antes faziam isto à mão. Alguém alegará que dessa forma aprendiam alguma coisa, mas trata-se de uma afirmação questionável: copiar pode ser simplesmente uma coisa mecânica. O melhor é perguntar: qual deve, afinal, ser a característica de um trabalho de aluno? A mim a resposta parece óbvia. O trabalho do aluno, como o trabalho de qualquer pessoa – como este texto que vocês estão lendo –, deve refletir seu pensamento e suas emoções. Ou seja: o trabalho deve ser eminentemente pessoal. Deixem-me dar um exemplo tirado do ensino de medicina. Podemos pedir a um aluno que escreva sobre as relações médico-paciente, e aí, sem dúvida, ele encontrará na internet montes de textos copiáveis. Ou podemos pedir que descreva um episódio de sua própria vida: uma doença que teve e o papel que o médico desempenhou então, com sua avaliação a respeito. Aí não tem como colar. Só a autenticidade resolve. E essa autenticidade será extremamente educativa para o aluno.

      Ou seja: a internet nos ensina coisas, sim. Até quando temos de pensar a respeito das armadilhas da internet e de como evitá-las.

(SCLIAR, Moacyr. Do jeito que nós vivemos – Belo Horizonte: Editora Leitura, 2007.)

Assinale a alternativa em que todas as palavras apresentam dígrafo.

Alternativas
Comentários
  • LETRA B

     

     

    velhos / recorreram / pessoas.

  • So lembrando que:

    Dígrafo é quando duas letras emitem um único som! veja : assar, banho, arroz, querido.

    Percebe que ao pronunciar ss em assar, nh em banho, rr em arroz e qu em querido, emitimos apenas um fonema?

    Então, quando isso ocorre, chamamos de dígrafo, o qual compreende o seguinte grupo de letras: lhnhchrrssqugu (seguidos de e ou i), scxcxs.

    Observe as palavras: quente e sequência. A primeira possui o dígrafo “qu”. No entanto, a segunda não compreende um dígrafo, uma vez que a vogal “u” é pronunciada.
    Da mesma forma ocorre com a dupla “cegueira” e “aguentar”. O “u” no primeiro termo não é pronunciado e, portanto, trata-se de um dígrafo, ao contrário do que acontece no segundo termo.

    Portanto, fique atento aos dígrafos “gu” e “qu” seguidos de e ou i!

    Vejamos alguns exemplos de palavras com dígrafos:

    alho = lh
    chuva = ch
    ninho = nh
    carro = rr
    assistir = ss
    águia = gu
    aquilo = qu
    nascer = sc
    descer = sc
    cresça = sç
    exceção = xc
    exsurgir = xs

    Além desses, há os chamados dígrafos vocálicos, os quais são formados pelas vogais nasais seguidas de “m” ou “n” (am, an, em, en, im, in, om, on, um e un): amparar, antigo, lembrar, encontrar, importar, indicar, ombro, onda, umbigo, fundo.

    Interessante: Uma observação que podemos fazer é que toda segunda letra do dígrafo não compreende um fonema, mas sim uma letra diacrítica, ou seja, ela constata que tipo de som deverá ser emitido. Lembre-se também que o “h” não é um fonema, mas uma letra, considerada etimológica, ou seja, que permanece em nosso idioma por uma questão de origem.

    IMPORTANTE: Jamais confunda encontro consonantal com dígrafo, pois no primeiro há o encontro de duas consoantes com sons distintos (cartela = rt) e no segundo, como vimos, há a pronúncia de apenas um som (massa).
     

  • b)

    velhos / recorreram / pessoas.

  • Dígrafos consonantais:  lhnhchrrss! 

    b) velhos / recorreram / pessoas.

  • Dígrafo Nasal

    a,e,i,o,u seguidos de M/N no meio da frase


    Ditongo Crescente

    AM/EN (s) final de frase


    Dígrafo GU-QU

    serão apenas se estiverem seguídas de E e I

  • ninguém: 1 dígrafo vocálico nasal "in" e um dígrafo consonantal "gu";

    disso: 1 dígrafo consonantal "ss";

    velhos: 1 dígrafo consonantal "lh";

    recorreram: 1 dígrafo consonantal "rr";

    pessoas: 1 dígrafo consonantal "ss";

    melhor: 1 dígrafo consonantal "lh";

    conhecimento: 1 dígrafo consonantal "nh" e 1 dígrafo vocálico nasal "en";

    quando: 1 dígrafo vocálico nasal "an".

  • Em 27/02/19 às 00:27, você respondeu a opção B. Você acertou!

    Em 10/03/18 às 11:48, você respondeu a opção D. Você errou!

    Em 25/02/18 às 16:18, você respondeu a opção D.Você errou!

    velhos / recorreram / pessoas.

    "A repetição com correção até a exaustão leva a perfeição"

  • Letra B. Em síntese os dígrafos podem ser consonantais(lh) ou vocálicos(em), sendo que as duas letras correspondem a apenas um fonema, diferentemente dos encontros vocálicos, onde há a pronúncia das duas vogais, sendo sílabas juntas(perfeito) ou separadas(imperfeito).

  • GABARITO LETRA B

    A) NI-GEI (DIGRAFO), DI-SO (DIGRAFO), PRO-PRIA( ENCONTRO DE CONSOANTE)

    B) VE-LYOS ( DIGRAFOS), RE-CO-RE-RAU ( DIGRAFO), PE-SO-AS( DIGRAFOS)

    C) PRO-BLE-MAS( ENCONTRO DE CONSOANTE), ME-LYOR( DIGRAFO), SUB-VER-TEU( ENCONTRO DE CONSOANTE)

    D) CO-NYE-CI-ME-TO ( DIGRAFO), QUA-DO( DIGRAFO), PRO-GRA-MA( ENCONTRO DE CONSOANTE)

  • Essa sim é só pro candidato não zerar a prova...

  • Tenho uma dúvida, nos comentários acima classificaram a palavra "QUANDO" como Dígrafo Consonantal, o certo não seria Ditongo "UÃ"?

  • DÍGRAFO : 2 GRAFIAS = 1 SOM

    OUTROS: CH = /X/

    NH = /NH/

    LH = /LH/

    RR = /R/

    SS = /S/

    SC= /S/

    XC = /S/

    QU = /K/

    GU = /G/

    DÍGRAFO VOCÁLICO -

    EX:

    AM/AN = /Ã/

    CAMPO = CÃPO

    ** QU/ GU - DÍGRAFOS EVENTUAIS

    SE ESTIVER ACOMPANHADO DE A OU O = DITONGO

    SE ESTIVER ACOMPANHADO DE E OU I = DÍGRAFO

  • GABARITO: LETRA B

    Vamos analisar cada uma das palavras exploradas na questão:

    - Ninguém: verificam-se dois dígrafos (IN e GU) e um ditongo decrescente nasal (EM);

    - Disso: contém um dígrafo (SS);

    - Própria: há dois encontros consonantais (PR e PR) e um ditongo crescente (IA);

    - Velhos: um dígrafo (LH);

    - Recorreram: um dígrafo (RR) e um ditongo nasal (AM);

    - Pessoas: um dígrafo (SS);

    - Melhor: contém um dígrafo (LH);

    - Problema: existem dois encontros consonantais (PR e BL);

    - Subverteu: há dois encontros consonantais (BV e RT) e um ditongo decrescente (EU);

    - Conhecimento: dois dígrafos (NH e EN);

    - Quando: um dígrafo vocálico (AN) e um ditongo crescente (UA);

    - Programa: só há encontros consonantais (PR e GR).

    Considerando a análise acima, a alternativa B é a única em que todas as palavras têm dígrafos.

    FONTE: PORTUGUÊS PARA CONCURSOS - GRAMÁTICA ESQUEMATIZADA, INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS E QUESTÕES COMENTADAS.

  • GABARITO: LETRA B

    O dígrafo constitui-se de duas letras representando um só fonema. A segunda letra é diacrítica, isto é, existe apenas para ajudar numa determinada pronúncia. Por exemplo, se dissermos caro, o R terá um som diferente de RR, em carro. Este segundo R, em carro, é uma letra diacrítica.
    Há dois tipos:
    • consonantais: gu, qu, ch, lh, nh, rr, ss, sc, sç, xc, xs.
    Ex.: guerreiro, queda, chave, lhama, nhoque, arrastão, assado, descendente, crea, excitado, exsudar.
    • vocálicos ou nasais: a, e, i, o, u seguidos de m ou n na mesma sílaba (!)
    Ex.: campo, anta/empresa, entrada/imbatível, caindo/ombro, onda/umbigo, untar.

    FONTE: A gramática para concursos públicos / Fernando Pestana. – 3. ed. – Rio de Janeiro :Método, 2017 .

  • dígrafo

    substantivo masculino

    1. grupo de duas letras us. para representar um único fonema; digrama, monotongo [No português são dígrafos: chlhnhrrssscxc ; incluem-se tb. amanemeniminomonumun (que representam vogais nasais), gu e qu antes de <e>e de , e tb. ha, he, hi, ho, hu e, em palavras estrangeiras, th, ph, nn, dd, ck, oo etc.].