SóProvas


ID
2627716
Banca
FCC
Órgão
DETRAN-MA
Ano
2018
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

                                Mobilidade urbana


      Ao longo dos últimos anos a expressão mobilidade urbana – soma das condições e dos critérios oferecidos para a livre circulação das pessoas numa cidade − tem sido empregada para identificar um dos desafios dos grandes centros urbanos. Trata-se de um conceito mais complexo do que parece: não se reduz a uma simples questão de trânsito, diz respeito ao modo e à qualidade de vida das pessoas, à dinâmica instituída em seu cotidiano. Trata-se, enfim, de considerar uma política pública para qualificar os espaços em que os indivíduos se movimentam.

      O desafio está, sobretudo, em escolher os usos do território urbano, em privilegiar este ou aquele meio de transporte, em administrar os rumos e as concentrações de passageiros. Essa escolha não se faz sem pressupostos: o que, de fato, se pretende instituir? A livre circulação dos automóveis? O favorecimento do transporte coletivo? A velocidade máxima em canais de uso regulamentado? Faixas para ciclistas? Calçadões para pedestres? Espaços ambientais interligados? Linhas subterrâneas? A política implicada nesta ou naquela escolha diz muito das convicções de quem administra o espaço das grandes cidades. Como este é fatalmente limitado, e tende a receber um número sempre crescente de usuários, há que se encontrar medidas que otimizem seu uso e favoreçam a mobilidade de quem se considere seu usuário preferencial. Não é à toa que medidas tomadas para a implementação prática da mobilidade urbana provocam polêmicas ácidas, quando não conflitos mais graves, entre setores da população.

      Como regra geral, o poder público deve se envolver sobretudo com o que seja coletivo, o que atenda à parte maior da população, visando criar condições dignas para sua mobilidade. O transporte de massas não pode ser sacrificado em nome do transporte individual. A primazia do automóvel tem infligido enormes custos à qualidade de vida da maioria dos que habitam as grandes cidades.

                                                                              (Argemiro Diaféria, inédito

A primazia do automóvel tem infligido enormes custos à qualidade de vida da maioria dos que habitam as grandes cidades.


Uma nova, correta e coerente redação da frase acima, iniciando-se por uma inversão na ordem de seus elementos, poderá ser:


A maioria dos que habitam as grandes cidades

Alternativas
Comentários
  • Gabarito D.

    Uma observação importante: não se deve atribuir acontecimentos negativos a sua causa por meio da palavra "graças", como ocorre na letra C, pois  convencionalmente esta é utilizada para atribuição de acontecimentos positivos.

    Outro exemplo: ''Ele bateu de carro graças ao óleo derramado na pista''. Neste caso, poderia ter usado devido.

    Prof Terror.

    Bons estudos!

     

  •  

    GABARITO D)

     

    A maioria dos que habitam as grandes cidades...

     

    a)têm sofrido a primazia do automóvel, com seus prejuízos de qualidade de vida.  > PROBLEMA SEMÂNTICO

     

    b)vem sendo infligida, pela primazia do automóvel, de custos em sua qualidade de vida. > PROBLEMA COM A VÍRGULA E SEMÂNTICA NO FINAL

     

    c)sofre, graças à primazia do automóvel, que lhes infligem danos na qualidade de vida. > VERBO DEVERIA ESTAR NO SINGULAR, mas deve ter mais erro que não vi.

     

    d)tem sofrido danos em sua qualidade de vida, em função da primazia do automóvel.  > CORRETO, a vírgula no final é facultativa.

     

    e)vem sofrendo, em sua qualidade de vida, o que lhe inflige os privilégios do automóvel. > DEVIA TÁ NO PLUNAL, deve ter mais erro, fora a semântica prejudicada.

  • DÚVIDA;

    Na letra D não teria que ter acento em " TÊM "?

  • Angélica,

    dúvida pertinente a sua, é um caso FACULTATIVO, concordância com PARTITIVOS.

     

    A maioria dos que habitam as grandes cidades...   tem sofrido

    O verbo pode concordar com MAIORIA que está no singular > tem sofrido

    O verbo pode concordar com DOS (Daqueles) que está no plural > têm sofrido

     

    As duas formas são admitidas.

     

    Exemplo mais simples:

    A maioria dos estudantes faltou a aula

    A maioria dos estudantes faltaram a aula

  • E pra onde foi o "infligido"? Achei que deveria permanecer na reescritura, e acabei marcando B.

     

    "vem sendo infligida" e "tem sofrido" não são expressões sinônimas. Achei que o sentido deveria ser mantido na reescritura.

     

    Assim fica muito difícil FCC!

  • Não concordo com a LETRA D, pois o texto  especifica como gerador do sofrimento da maioria dos habitantes os ENORMES CUSTOS advindos primazia do automóvel, e não a primazia do automóvel unicamente. Minha opinião é que não há alternativa certa.

  • no dia que fiz essa prova acabei errando por falta de atenção.

    continuamos na busca da aprovação. 

  • Há vários colegas com discordância quanto ao gabarito, vamos marcar para comentário.

  • Rapaz ... nessa prova eu gastaria metade do tempo só para responder essas questões de português viu, FCC bem chatinha !

  • A maioria dos que habitam as grandes cidades tem sofrido danos em sua qualidade de vida, em função da primazia do automóvel.  É  a D,  as outras não tem sentido nenhum.

  • Creio que custos danos não tem o mesmo significado... nao sao sinonimos tao claros. 

    Indicar pra ver de qual é! 

  • Eliminamos as alternativas B e E pois o verbo vir  -No enuciado " A primazia do automóvel tem infligido" verbo ter  significados diferentes. 

    A) Têm deverá ser usado quando o sujeito for plural (partitivos /coletivos + determinantes {a maioria de, a menor parte de} é singular.)

    C) Infligido- flexão do verbo infligir no: particípio 

    Sofre-flexão do verbo sofrer na: 2ª pessoa do singular do imperativo afirmativo, 3ª pessoa do singular do presente do indicativo 

    Mudança de sentido. 

    D) tem sofrido ( Flexão do verbo sofrer no: particípio ) danos em sua qualidade de vida, em função da primazia do automóvel.  (a unica que mantém tempo e modo verbal)

  • INFRINGIR: violar; desrespeitar; transgredir; quebrantar.

    ex: o funcionário infringiu o regulamento.

     

    INFLIGIR: cominar ou aplicar;  (ex: infligiu duras penas aos revolucionários.) causar (ex: a forte geada infligiu grandes prejuízos à lavoura.)

  • Essa questão demorei um pouco pra resolver, mas consegui.
    Entenda que a primazia do automóvel fere(traz) custos à qualidade de vida da maioria dos homens que habitam
    na grandes cidades. Em outras palavra, ter um automóvel (primazia,prioridade) sacrificará sua qualidade de vida devidos aos enormes custos dele (associado a gasolina,manutenção,impostos). Note ainda que ao transcrever a oração passaremos ela de voz ativa para passiva. O pessoal ainda reparou erros de gramática (veja os demais comentários).
    a) E. Não são homens que sofrem a primazia do automóveis e sim os custos.
    b) E. Vide item a.
    c) E. Vide item a.
    d) C.
    e) E. Realmente sofrem em qualidade de vida, porém é devidos aos enormes custos dos automóveis.

  • Vamos ver as alternativas uma a uma?

     a) A maioria dos que habitam as grandes cidades têm sofrido a primazia do automóvel, com seus prejuízos de qualidade de vida.

    Acredito que aqui tenhamos erros gramaticais: quem sofre, sofre de alguma doença ou com alguma coisa (não "sofre a primazia", "sofre com a primazia"); e a primazia causa prejuízos à qualidade de vida (não "de"). 

    Não há problema quanto ao verbo ter, pois com expressão partitiva é possivel concordar tanto com plural quanto com singular.

     

     b) A maioria dos que habitam as grandes cidades vem sendo infligida, pela primazia do automóvel, de custos em sua qualidade de vida. 

    Aqui vejo problema de coerencia, pois não são os habitantes que vem sendo inflingidos, mas custos vêm sendo inflingidos à qualidade de vida (dos habitantes). Assim, o verbo não se refere aos habitantes como proposto pela alternativa.

    Vejamos a frase original: "A primazia (suj) tem infligido (loc. verb) enormes custos (Núcleo do Objeto Direto)é essa relação que precisamos encontrar.

    A nova frase está na voz passiva, então teriamos de ter o objeto direto transformado em sujetio paciente e o sujeito em agente da passiva, mas não é o que ocorre. A correta transposição para a voz passiva seria assim: "Enormes custos (suj paciente) vêm sendo inflingidos (loc verb) pela primazia (agente da passiva).

    Agora vejamos o que a alternativa propõe: "A maioria dos que habitam as grandes cidades (suj paciente) vem sendo infligida (loc. verb) de custos (??)" Percebem que o objeto direto foi partido e ficou um pedaço como algo que nem sei definir o que seria na frase (pq não pode ser um objeto indireto na voz passiva) e outro pedaço como sujeito paciente? Cadê a primazia do automóvel?

     

     c) A maioria dos que habitam as grandes cidades sofre, graças à primazia do automóvel, que lhes infligem danos na qualidade de vida. 

    Aqui o erro está em "INFLIGEM" pois pra ficar gramaticalmente correta a frase deveria estar no singular pois é "A PRIMAZIA" que "INFLIGE" (...primazia do automóvel inflige danos...) . Além disso, há erro semântico em usar "graças" para se referir a um acontecimento negativo (conforme explicado pela colega).

     

     d) A maioria dos que habitam as grandes cidades tem sofrido danos em sua qualidade de vida, em função da primazia do automóvel.  

    Corretíssimo! lembrando que a expressão partitiva permite que usemos o "TEM" ou "TÊM".

    Ainda, aqui não há incorreção por termos passado a usar "a maioria..." como sujeito, pois foi alterado o verbo! Então o que é preciso manter é o sentido geral da frase, não as estruturas exatas.

     

     e) A maioria dos que habitam as grandes cidades vem sofrendo, em sua qualidade de vida, o que lhe inflige os privilégios do automóvel. 

    Vem sofrendo o quê? Custos/danos! Faltou essa informação! A frase está incompleta e sem sentido.

    Corrigindo: "...vem sofrendo danos em sua qualidade de vida, os quais lhes são infligidos pelos privilégios do automóvel."

  • Ia marcar a D, mas fiquei em dúvida pelo "tem", achava que era obrigatório o acento: "têm".

  • Esta questão nos solicita o conhecimento dos seguintes tópicos gramaticais:


    1)    Concordância verbal com a expressão partitiva “a maioria de".

     Segundo as regras de concordância, as expressões que indicam relação parte-todo (a maioria de, a minoria de, parte de e similares) levam o verbo tanto a concordar com o núcleo delas quanto com os seus determinantes. Assim, na questão proposta, como o termo em análise é “a maioria dos que habitam", note que o núcleo “maioria", substantivo coletivo, leva o verbo para singular porque, nesses casos, o que se orienta é a concordância com a estrutura singular da palavra, e não com a sua ideia de abundância. Além de singular, o verbo associado a essa expressão também poderia se flexionar, indo para o plural, visto que os seus determinantes (especificadores de “a maioria") estão todos no plural (“dos que habitam" = daqueles que habitam).


    2)     Transposição da voz ativa para a voz passiva analítica.

    Na questão proposta, note que a banca parece sugerir a passagem da voz ativa (VA) para a voz passiva analítica (VPA) como um critério fundamental para a reescrita das opções. Isso porque propõe-se que essa reescrita se inicie com a expressão “a maioria dos que habitam", posicionada no final da oração do texto de origem. Como bem se sabe, para fazer a mudança da ativa para a passiva analítica, devemos inverter a posição dos termos sintáticos como um “X", de modo que o sujeito da VA vire o agente da passiva da VPA, o verbo da VPA tome a forma de uma locução verbal, cujo verbo auxiliar seja SER, e o verbo principal esteja no particípio; por fim, o objeto direto da voz ativa se transforma no sujeito paciente da voz passiva. Ora, como a banca sugere que a reescrita das opções seja iniciada pelo termo “a maioria dos que habitam", posicionado no final do trecho de origem, a ideia é simular uma transposição de vozes. Porém, se olharmos brevemente as opções, reconheceremos  que a única que apresenta um verbo auxiliar de voz passiva é a letra B. Com essa constatação, supõe-se que, ou a letra B seja a resposta (se mantiver  o sentido do texto inicial) ou o que a banca deseja, na verdade, é uma reescrita em voz ativa e, nesse caso, o raciocínio com a transposição de vozes não interessa para a resolução da questão: foi apenas uma “arapuca" para aumentar o tempo de resolução do (a) candidato (a). Por ora, já sabemos que, se a letra B não estiver coerente com o texto de base, ela poderá ser facilmente eliminada e a atenção se voltará para a coerência das outras opções e para outros fatos gramaticais que não sejam a transposição de vozes verbais.


    3)     Significado da palavra INFLIGIR.

    “Infligir" significa “aplicar pena", “castigar", ou ainda “impor severamente algo a alguém". Dessa forma, se a “primazia do automóvel", ou seja, ter um automóvel como prioridade, impõe altos custos à qualidade de vida da maioria, então essa maioria dos habitantes é castigada por essa primazia. Assim, cuidado na reescrita, porque os verbos associados ao termo “à maioria" precisam ser do campo semântico do castigo, do sofrimento, e não do “castigar", do “impor", do “maltratar", porque essas atribuições são da “primazia do automóvel.


    Com base nas dicas anteriores, examinemos as opções, sabendo que elas devem começar com a expressão “a maioria dos que habitam as grandes cidades".


    A)    têm sofrido a primazia do automóvel, com seus prejuízos de qualidade de vida. 

    ERRADA.

    Embora a reescrita da letra A apresente “sofrer" como um significado verbal associado à “maioria", como comentamos anteriormente, observe que existem alguns equívocos gramaticais. Quem sofre “sofre com algo", “de algo", ou “por algo", mas não “sofre algo". Ou seja, o verbo “sofrer" é transitivo indireto, ligado à preposição COM e, em alguns contextos, às preposições POR e DE. Na reescrita, sugere-se que ele seja transitivo direto. Além disso, quem tem prejuízo “tem prejuízo com" ou “prejuízo A". O substantivo em questão está relacionado às preposições COM e A, mas não DE, como se propõe na letra B. Importante destacar que não há problemas com o acento circunflexo do verbo “ter", visto que, quando assim escrito, tal verbo sinaliza o plural, o que nesse caso é completamente aceitável, já que, como já visto sobre a concordância de expressões partitivas, poderíamos escrever tanto “têm", concordando com os determinantes plurais quanto “tem", correspondendo em número ao núcleo da expressão, “maioria", que está no singular. Assim, a letra A não pode ser considerada correta devido aos problemas de regência nominal e verbal apresentados com o verbo “sofrer" e com o substantivo “prejuízo".


    B) vem sendo infligida, pela primazia do automóvel, de custos em sua qualidade de vida. 

    ERRADA.

    A letra B é a única que apresenta a proposta de transposição de uma estrutura em voz ativa para outra na passiva analítica, como comentamos nas instruções referentes a esta questão. Assim, precisamos efetivar essa transposição, iniciando por “a maioria", para verificarmos se há coerência com o texto inicial. Sem significado coerente, podemos eliminar a letra B. Vejamos o fragmento de origem e simulemos sua transposição:

    Texto: A primazia do automóvel (sujeito agente) tem infligido (loc. Verbal de voz ativa) enormes custos (objeto direto, núcleo “custos") à qualidade de vida da maioria dos que habitam as grandes cidades.

    Reescrita correta (“x" da transposição):

    Enormes custos (sujeito paciente) têm sido infligidos (locução de voz passiva)  pela primazia do automóvel (agente da passiva).

    Assim, são os “enormes custos" que têm sido infligidos, e não “a maioria dos que habitam", conforme se sugere pela banca, no texto da letra B. Essa constatação imediata já é suficiente para desconsiderar esta opção como candidata a gabarito.


    C) sofre, graças à primazia do automóvel, que lhes infligem danos na qualidade de vida. 

    ERRADA.

    Note que o sujeito de “infligir" é o relativo QUE, o qual recupera o termo “a primazia do automóvel". Sendo assim, não há razões para que o verbo esteja no plural tal como se sugere. Ademais, há uma inadequação semântica no emprego da expressão “graças a", que deve ser utilizada em contextos positivos, geralmente relativos a reconhecimento, agradecimento e bênçãos.


    D) tem sofrido danos em sua qualidade de vida, em função da primazia do automóvel.  

    CORRETA.

    Note que o verbo TER, no singular, está correto, sinalizando a opção do escrevente em concordá-lo com a expressão “a maioria". Além disso, se a primazia do automóvel tem infligido enormes custos à qualidade de vida, tal como se mostra no texto de origem, “a maioria dos que habitam as grandes cidades" tem sofrido danos, prejuízos. Logo, essas perdas referentes à qualidade de vida de grande parte dos habitantes ocorrerão em função de, ou seja, em razão da, ou por causa da “primazia do automóvel". Opção correta.


    E) vem sofrendo, em sua qualidade de vida, o que lhe inflige os privilégios do automóvel. 

    ERRADA.

    Veja que, neste caso, são “os privilégios do automóvel" que infligem os enormes custos à qualidade de vida da maioria dos que habitam a cidades. Assim, alterando de “primazia" para “privilégios" e tornado essa última palavra sujeito de “infligir", o verbo deve estar obrigatoriamente no plural. Ademais, note que simplesmente não se explicita o que se inflige à maioria dos habitantes, informação necessária para que se verifique a preservação do sentido do texto de origem na reescrita. Por isso, tal informação não poderia faltar.


    Resposta: D