SóProvas


ID
2627728
Banca
FCC
Órgão
DETRAN-MA
Ano
2018
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

                                     Amor-próprio


      O grande cronista Rubem Braga cunha uma frase definitiva a respeito do “amor-próprio”: “Se eu conhecesse outro sujeito igual a mim, nossas relações nunca chegariam a ser grande coisa.” Isto não quer dizer, porém, que não goste de si mesmo. Significa apenas que ele é um homem que põe, sem medos tolos, a diversidade e a surpresa em primeiro lugar. O que mais o atrai na vida é, justamente, a imprevisibilidade. O amor-próprio lhe parece, então, monótono e desnecessário. Quase um vício. Ele evita essas pessoas saudáveis e resolvidas que estão sempre cuidando de si. O cuidado de si, para Braga, é uma forma de mascaramento.

      O amor-próprio de Braga se revela no uso que faz da crônica. Em suas mãos, ela é, antes de tudo, uma máquina de confessar. Praticando-a, o cronista expõe as impressões, experiências e sentimentos que o atormentam; ao escrever, enxágua a alma até a mais absoluta transparência.

(CASTELLO, José. Na cobertura de Rubem Braga. Rio de Janeiro: José Olympio, 1996, p. 56-57) 

Está plenamente correto o emprego de ambos os elementos sublinhados em:

Alternativas
Comentários
  • a) Errada. É patente a admiração à qual o autor do texto se vê tomado pelo cronista Rubem Braga, de cujo estilo também analisa à perfeição. 

    "De cujo" não! É um erro grosseiro....

     

    b) Errada. Não se deve assumir como boas qualidades os vícios que, tão diligentemente, pretendem-se assim mascarar-se.

     

    c) Errada. É comum que se registre (registrem) no estilo de um escritor sincero como Rubem Braga as marcas que em sua linguagem se impõe (impõem) como testemunho de coragem. 

     

    d) Errada. As grandes experiências e sentimentos, de cujo peso nos curvamos, costumam refletir-se na linguagem em cuja nos confessamos.

     

    e) GABARITO. Não será por medos tolos ou inseguranças pueris que Rubem Braga deixará de expor, nas crônicas pelas quais se notabilizou, suas confissões mais pessoais.  

  • Dimas,

     "de cujo" é erro grosseiro na frase em que se encontra, todavia, pode muito bem ser aplicada em outro contexto.

    Segue exemplo:

    A garota de cuja inteligência gosto me decepciona com sua futilidade.

    Nesse caso, o pronome cuja vem antecedido de preposição por se tratar da regência do verbo gostar. 

  • Alex Alves,

     

    Correto. E na verdade, a própria alternativa D) traz um exemplo de uso correto da expressão "de cujo".

     

    D) "As grandes experiências e sentimentos, de cujo peso nos curvamos..."

     

    A preposição "de" vem da regência nominal do vocábulo "peso".

    ...nos curvamos perante o peso das grandes experiências...

     

    Bons estudos!

  • Não entendi o erro da B, alguém pode me explicar porque "pretendem-se" está errado?

    E o verbo notabilizar não é VTD?

  • Tambem não entendi o erro da B, precisamente o "pretendem-se" ..

  • Acredito que a B esteja errada porque a frase foi construída de forma impessoal.

    Não se deve assumir como boas qualidades os vícios que, tão diligentemente, pretendem-se assim mascarar-se.

    Se deve = impessoal, pois está no singular quando o referente (boas qualidades) está no plural, dessa forma pela correta progressão textual deveria se escrever PRETENDE-SE assim mascarar-se.

     

  • Feka, Nathalia e Fernando,

    .

    Respondendo a dúvidas de vocês quanto a alternativa b, o erro se encontra na colocação pronominal do verbo pretender. Vejam:

    .

    ... os vícios que, tão deligentemente, se pretendem assim...

    .

    Ocorre que o pronome relativo "que" atrai a partícula "se" para antes do verbo; é um caso obrigatório de próclise. Basta isolar o termo entre vírgulas para compreender a colocação:

    .

    os vícios que se pretendem assim, tão deligentemente, ...

  • A expressão ''de cujo'' na letra D está errada

    a preposição só teria sido usada corretamente se existesse um verbo ou nome que regesse o ''de'' no final da oração (neste caso, o DE introduziria a oração subordinada explicativa dentro do período. neste caso, CUJO é pronome relativo que retoma o termo antecedente. a preposição SEMPRE fica antes do relativo que inicia uma oração adjetiva)

    exemplos: 1) João trabalha na clínica DE CUJA diretoria Maria faz parte. (parte de) 
    2) "Que se fará ao homem DE CUJA honra o rei se agrada?"  (agradar-se de)

    cuidado!;) 

  • Gab. E

     

    DICA:

     

    Uso de preposição antes de pronomes relativos

    Usa-se preposição antes do pronome relativo sempre que o termo posposto a ele exigir (ver regência).


    A mulher a cujos direitos me refiro deve ser colocada em liberdade. (quem refere, refere a alguma coisa ou a alguém).


    Os cidadãos de cujos planos falávamos merecem respeito. (quem fala, fala de algo / de alguém).

     

    Fonte: Português Descomplicado, 2015, p. 72.

  • Alguém pode explicar por que o verbo SER, no item E, está no singular e não no plurar?

    Não será por medos tolos ou inseguranças pueris que Rubem Braga deixará de expor...

    Imaginava que deveria ser redigida no plural: Não serão por medos tolos ou inseguranças...

     

    Help me!

  • Não será por medos tolos ou inseguranças pueris que Rubem Braga deixará de expor, nas crônicas pelas quais se notabilizou, suas confissões mais pessoais. 

     

    Não será o quê?????? Isto:  que Rubem Braga deixará de expor,

     

     

    R: Sujeito oracional.

     

     

    Qualquer erro me avisem. 

     

     

     

    ''Eu odiava cada minuto dos treinos, mas dizia para mim mesmo: Não desista! Sofra agora e viva o resto de sua vida como um campeão.''

  • Letra E:

    e) Não será por medos tolos ou inseguranças pueris que Rubem Braga deixará de expor, nas crônicas pelas quais se notabilizou, suas confissões mais pessoais.  

     

    Resumindo:

    Não SERÁ por isso que Braga DEIXARÁ de EXPOR....

     

    Erro da B, resumindo de forma correta ficaria assim:

    Errado: Não se deve assumir como boas qualidades os vícios que, tão diligentemente, pretendem-se assim mascarar-se.

    Certo: Não se DEVEM assumir OS VÍCIOS....

    Qanto a questão de Colocação pronominal, a letra B está correta.

  • Erro da B

     

    Não se deve (DEVEM) assumir como boas qualidades os vícios que, tão diligentemente, pretendem-se assim mascarar-se.

     

    ORDEM DIRETA

     

    os vícios que, tão diligentemente, pretendem-se assim mascarar-se não se (DEVEM) assumir.

                         Sujeito da locução verbal                                                         Locução Verbal concorda com (os vícios...)

     

    os vícios que, tão diligentemente, pretendem-se assim mascarar-se não (DEVEM) ser assumidos.

     

  • A. ERRADA. É patente a admiração cujo autor do texto se vê tomado pelo cronista Rubem Braga, cujo estilo analisa (VTD) perfeição. 

     

    B. ERRADA. Não se devem assumir como boas qualidades os vícios que, tão diligentemente, se pretendem assim mascarar-se - verbos DEVER e PRETENDER concordando com VÍCIOS e uso da próclise diante da repetição das vírgulas. 

     

    C. ERRADA. É comum que se registrem (VTD) as marcas que se impõem- verbo REGISTRAR concordando com seu O.D. MARCAS no plural e o verbo IMPOR concordando com o sujeito MARCAS na 2ª oração.

     

    D. ERRADA. As grandes experiências e sentimentos, cujo peso nos curvamos, costumam refletir-se na linguagem a quem nos confessamos.

     

    CUJO x QUAL

    Cujo:

    - Indica posse e vem entre substantivos;

    - Não admite artigo anterior a ele, logo, não há crase;

    - Aparece regido de preposição, quando a regência do verbo posterior exigir;

    - Concorda com o substantivo consequente em gênero e número;

    - Não se substitui CUJO por QUE;

    - Traz embutido em si a ideia da preposição DE, que não vem escrita;

    - Para identificar se usa cujo, faça a inversão com o consequente usando a preposição DE no antecedente. Ex.: Este é o livro cujo autor é excelente (É excelente o autor DO livro - relação de posse);

    - Equivale a: do qual, da qual, dos quais, das quais, de que e de quem.

     

    Qual:

    - Vem sempre precedido de um artigo;

    - Usa-se depois de preposições com duas sílabas ou mais e de locuções prepositivas;

    - Equivale a: que, quem.

     

     

     

  • Pessoal, tem palavras sublinhadas nas suas alternativas? Para mim não aparece.
    Obrigada

  • se pretendem e pretendem-se: ambas as formas,nesse caso, estão corretas segundo a ABL 

  • Não se deve assumir os vícios;
    Não se precisa assumir os vícios;

    Tem diferença? Qual o erro? Pela regra de sujeito indeterminado, a segunda estaria certa e a primeira errada?

  • b) Não se deveM assumir como boas qualidades os vícios que, tão diligentemente, pretendem-se assim mascarar-se.

    c) É comum que se registreM no estilo de um escritor sincero como Rubem Braga as marcas que em sua linguagem se impõe como testemunho de coragem. 

  • a) É patente a admiração à qual o autor do texto se vê tomado pelo cronista Rubem Braga, de cujo estilo também analisa à perfeição. 

    Tomado é adjetivo que ao ser usado com sentido de "tirar ao algo" rege preposição (a) ou (de), então está correto.
    "De cujo estilo também analisa à perfeição" é uma construção sem sentido algum, porque, primeiro, na há sujeito na oração, e segundo nenhum termo regeu a preposição "de". Portanto, erro irreparável.

     

    b) Não se deve(m) assumir como boas qualidades os vícios que, tão diligentemente, pretendem-se assim mascarar-se.

    O sujeito é "os vícios que".

     

    c) É comum que se registre(m) no estilo de um escritor sincero como Rubem Braga as marcas que em sua linguagem se impõe(m) como testemunho de coragem. 

    Sujeito é "as marcas".

     

    d) As grandes experiências e sentimentos, de(a) cujo peso nos curvamos, costumam refletir-se na linguagem em cuja (que) nos confessamos.

    Quem se curva, se curva a algo ou a alguém. Quem confessa-se, confessa-se algo a (ou COM) alguém.

     

    e) Não será por medos tolos ou inseguranças pueris que Rubem Braga deixará de expor, nas crônicas pelas quais se notabilizou, suas confissões mais pessoais.  

    Expressão expletiva "ser+que" seguida de preposição fica no singular. Notabilizar regeu a preposição "por".

     

     

  • Acrescentando sobre a letra B:

     

     

    Não se deve assumir como boas qualidades os vícios que, tão diligentemente, se pretendem (pretendem-se) assim mascarar-se.

     

    Se o antecedente for palavra atrativa, ignora-se o termo intercalado. Ou seja, o "que" atrai o "se" mesmo nessa estrutura. É um caso obrigatório de próclise.

  • B - Nesse caso a próclise é opcional. O erro está na concordância.

     

    ...se deve assumir (vtd) os vícios (od) 

     

    O se é PA, portanto "os vícios" passa a ser sujeito paciente.

  • Comentário do professor Fabiano Sales do TEC CONCURSOS  

    A opção (E) gabarita a questão.  A forma verbal "será" está conjugada no Futuro do Presente do Indicativo, sendo corretamente acentuada por ser uma oxítona finalizada em "a". Por sua vez, o verbo "notabilizar-se" rege o uso da preposição "por", termo que, ao se fundir com a expressão "as quais", assume a forma "pelas quais". Logo, eis a resposta: letra (E).

    Nas demais opções:

    a) o verbo "ver" é transitivo direto, não exigindo emprego de preposição. Sendo assim, a estrutura "à qual" deve ser substituída por "a qual". Ademais, a expressão "de cujo" deve ser substituída apenas pelo termo "cujo", já que não existe elemento, no contexto, que exija o uso da preposição "de".

    b) o verbo "dever" pode tanto permanecer na terceira pessoa do singular, como ser flexionado na terceira pessoa do plural. Nesse último caso, concordaria com o termo "vícios", núcleo do sujeito. Por sua vez, a estrutura "pretendem-se" deve ser substituída por "se pretende", haja vista a presença do pronome relativo "que": "que, tão diligentemente, se pretende".

    c) o verbo "registrar" deve ser flexionado na terceira pessoa do plural, concordando com o sujeito paciente "as marcas". Pela mesma razão, o verbo "impor-se" deve ser flexionado no plural: "marcas que (...) se impõe".

    d) o verbo "curvar-se" rege o uso da preposição "a", termo que deve substituir a preposição "de". Por fim, o uso do pronome relativo "cuja" requer a posposição de um termo de base nominal, o que não ocorre no contexto, caracterizando, assim, outro desvio gramatical.

  • Eis sugestões de correção das questões: (A) É patente a admiração que toma o autor pelo cronista Rubem Braga, cujo estilo também analisa a perfeição. (B) Não se devem assumir como boas qualidades os vícios que, tão diligentemente, pretende-se assim mascarar. (C) É comum que se registrem no estilo de um escritor sincero como Rubem Braga as marcas que em sua linguagem se impõem como testemunho de coragem. (D) As grandes experiências e sentimentos, por cujo peso nos curvamos, costumam refletir-se na linguagem pela qual nos confessamos.   A alternativa (E) está inteiramente correta.  

    Gabarito: E
  • Não entendi porque o "será" não ficou no plural. =///

  • Ainda não consigo entender a letra E.

    Fui olhar o cometário do professor e vi essa explicação vergonhosa :"A alternativa (E) está inteiramente correta." 

  • ALTERNATIVA A: Alternativa incorreta, pois “ver” é transitivo direto, por isso, a expressão “à qual” deveria ser substituída por “a qual”, removendo a preposição descrita na crase. Além disso, a preposição em “de cujo” deve ser removida para manter a correção, pois não há termo que indique a necessidade dela.

    ALTERNATIVA B: Deve-se empregar a forma “Não se devem assumir”, para que haja concordância com o sujeito paciente “os vícios”. Alternativa incorreta.

    ALTERNATIVA C: Outra alternativa incorreta, já que o verbo “registre” deveria estar flexionado na 3ª pessoa do plural, afinal seu sujeito é “as marcas”. Além disso, “se impõe” também está inadequado, pois tem como sujeito o pronome “que”, que por sua vez retoma “as marcas”. Sendo assim, esse verbo deveria estar flexionado na 3ª pessoa do plural.

    ALTERNATIVA D: Alternativa incorreta. O verbo “curvar-se” requer preposição “a” (quem se curva se curva a algo). Sendo assim, “de cujo” deveria ser corrigida como “a cujo”. Além disso, “cuja” indica a relação entre um possuidor e um possuído. Em “em cuja” o possuidor é “linguagem”, contudo falta o termo possuído.

    ALTERNATIVA E: Alternativa gramaticalmente perfeita.

    Resposta: E

  • Quando a dois nomes com relação de posso é obrigatório o “ cujo” ? Pelo que eu sabia , não podia trocar o cujo ( se já viesse escrito lá ) porém , se a forma originária fosse sem Ele , não estaria errada