SóProvas


ID
2627917
Banca
FCC
Órgão
DETRAN-MA
Ano
2018
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

                                        Percursos


      Não há dúvida de que uma linha reta é o caminho mais curto entre dois pontos. Mas ninguém pode afirmar que seja também o melhor, o mais indicado, o mais proveitoso, por ser mais alegre, mais bonito ou mais surpreendente. Quem caminha pelas cidades sabe que há trajetos e trajetos: uns para a pressa, outros para animar o espírito. Numa época em que a velocidade se tornou uma espécie de paradigma geral, vale a pena experimentar alternativas para o nosso modo de atravessar os espaços e o tempo.

      Imagino quantos motoristas presos num congestionamento não sonharão em abandonar o carro, ou quantos passageiros em deixar o ônibus, e sair à toa e a pé em busca de novos caminhos, desistindo de se submeter à ditadura do relógio e dos compromissos. Se ninguém faz isso, o desejo de libertação existe para todos. As grandes cidades, em vez de oferecerem espaços de circulação ou acolhimento, impõem-nos caminhos intransitáveis, paralisantes. Nosso estilo de vida levou-nos aos impasses urbanos que impositivamente configuram nossa rotina.

      Dizia o poeta espanhol António Machado que o caminho se faz caminhando, que os caminhantes é que traçam e qualificam seu destino. Essa convicção deveria inspirar não apenas os responsáveis diretos pelo uso mais desfrutável do espaço urbano, mas todos aqueles que sentem seu compromisso com os rumos e o andamento da civilização.

                                                                                 (Hermínio Toledo, inédito

É clara, coesa e correta a redação deste livre comentário sobre o texto.

Alternativas
Comentários
  • Destacarei apenas as digressões que saltam à vista.

     

    a) Tem motoristas que quando presos no trânsito congestionado chegam a sonhar em abandonar o carro, deixando-lhe no meio da pista e prosseguindo à pé.  

    Incorreto.  Há duas inadequações: emprego indevido do pronome "lhe", uma vez que o verbo "deixar", nesse caso, é transitivo direto e sinalização equívoca do fenômeno crásico. Correção: "deixando-o" e "a pé."

     

     

    b) Acaba sendo um mal hábito as pessoas se acostumarem a pegarem o carro para irem a qualquer lugar, inclusive àqueles que lhe são bem próximos. 

    Incorreto. Confundiram-se os adjetivos "mal" e "mau". Correção: "um mau hábito."

     

     

    c) Já é um lugar comum, dizer que a linha reta é o caminho mais próximo por que as pessoas parece não levar em conta de que outros podem ser mais desfrutáveis.  

    Incorreto. Aqui há aqui uma miríade de transgressões à gramática: o verbete "lugar-comum" é hifenizado; constata-se um erro de concordância verbal em "as pessoas parece" e a expressão "levar em conta" não é sucedida por nenhuma preposição. Correção: "lugar-comum", "as pessoas parecem" e "levar em conta que outros podem ser..."

     

     

    d) Gabarito.

     

     

    e) Tornando-se uma espécie de paradigma universal, a moderna velocidade nos impregna de urgências de cuja falta de sentido nem a todos costumam ocorrer. 

    Incorreto. Aparição ilegítima da preposição "de", uma vez que a oração introduzida pelo pronome "cujo" não tem verbo que rege tal preposição. Correção: “a moderna velocidade nos impregna de urgências cuja falta...”

     

    Letra D

  • Identifiquei erro na C

    Já é um lugar comum, dizer que a linha reta é o caminho mais próximo por que as pessoas parece não levar em conta de que outros podem ser mais desfrutáveis.  

    Como é uma explicação deveria ser  PORQUE

  • Alfartano Alexsander, o "por que" está correto. Vide comentário do colega Sr. Shelking. Esse "por que" = pelo qual.

  • Na letra C, além dos erros apontados pelos colegas, a vírgula também está incorreta.

  • Acaba sendo um mal hábito as pessoas se acostumarem a pegarem o carro para irem a qualquer lugar, inclusive àqueles que lhe são bem próximos. 

     

    Erro: LHES são bem próximos (concorda com as pessoas).

  •  

    Vejam o comentário do -----Sr.Shelking-----  percebendo até coisas que eu não tinha visto. :-)

  • Coesão é a correta utilização das palavras que propiciam a ligação entre frases, períodos e parágrafos de um texto. Ela colabora com sua organização e ocorre por meio de palavras chamadas de conectivos. (de forma harmônica).

  • Atenção! A letra D não pode ser considerada como resposta correta pq a regência do verbo LEMBRAR ao ser utilizado com o pronome oblíquo -NOS ou qualquer outro pronome oblíquo, necessariamente utilizará preposição no que é lembrado. 

    Exemplo: Eu já me lembrei de tudo! ou Lembrei-a dos seus direitos.

    Logo, o correto da letra D seria: O poeta referido no texto lembra-nos, num poema seu, de que somos todos responsáveis pelos caminhos que devemos abrir e passar a percorrer.

  • Regência do verbo lembrar/esquecer:

    Esqueci o caderno ( OK).

    Esqueci-ME DO caderno. ( OK).

  • Não há erro na D. Vejam:

    "O poeta referido no texto lembra-nos, num poema seu, que somos todos responsáveis pelos caminhos que devemos abrir e passar a percorrer".

    Posso dizer essa frase da seguinte maneira:

    O poeta lembrou algo (que somos todos responsáveis...) a nós.

    Portanto, a regência está correta.   :)

  • c) Já é um lugar comum, dizer que a linha reta é o caminho mais próximo por que as pessoas parece não levar em conta de que outros podem ser mais desfrutáveis.  

     

    Gente esse por que da letra c não devia ser junto e sem acento?

    Alguém pode me tirar essa dúvida

  • "Gabarito D"

     

    Pollyanna Lima, vou tentar esclarecer:

     

    c) Já é um lugar comum, dizer que a linha reta é o caminho mais próximo por que as pessoas parece (PARECEM) não levar em conta de que outros podem ser mais desfrutáveis.

    Repare que "por que" está retomando o caminho mais próximo, então ele está correto. Outro bizu importante é substituir por "pelo o qual" , se ele fizer sentido, então é "por que" separado e sem acento mesmo.

     

    #Bizu: Porque= Pois

               Por que = Pelo qual

               Porquê= antecedido de artigo. ex: o porquê.

               Por quê= Final da frase perto da interrogação

     

    ** Erros avise-me, por favor.

     

    Avante, que Deus nos guie.

  • DÚVIDA

    o termo "num poema seu" isolada entre vírgulas teria função de adjunto adverbial de lugar?

  • QUESTÃO ERRADA !!!

     - Esquecer/lembrar

    a - Quando não forem pronominais: são usados sem preposição.
    Ex.: Esqueci o nome dela.
    *
    b - Quando forem pronominais: são regidos pela preposição “de”.
    Ex.: Lembrei-me do nome de todos.

    *

    QUESTÃO: "O poeta referido no texto lembra-nos, num poema seu, DE que somos todos responsáveis pelos caminhos que devemos abrir e passar a percorrer."

     

  • A- O correto seria "TÊM" pois está no plural.

    B- O correto seria "MAU", o contrario de "BOM."

    C- Não está concordando. O certo é " as pessoas parecem" e não "as pessoas parece."

    D- GABARITO 

    E- a oração introduzida pelo pronome "cujo" não tem verbo que rege a preposição "DE."

     

  • Em relação à letra A não existe nenhum erro de concordância. O único erro é o uso do pronome LHE onde deveria haver O.

     

    TER no sentido de HAVER é verbo impessoal; sendo impessoal, não admite sujeito. Não admitindo sujeito, não pode concordar com sujeito plural. Logo, o correto é TEM mesmo, sem acento!

  • A meu ver não há alternativa correta!

     

  • mal = bem

     

    mau = bom

  • Na letra A nao há erro no verbo TER, na verdade ele nao poderia nem ser usado ali, pois o uso do TER com sentido de EXISTIR é coloquial. Mas se for aceita essa condiçao na questao, ainda sim estaria certo, pois se ele esta com o sentido de EXISTIR ele é impessoal, logo nao varia. O erro da letra A está no uso do pronome obliquo.

  • b- Acaba sendo um mal hábito [as pessoas se acostumarem a pegarem o carro para irem a qualquer lugar, inclusive àqueles que LHES são bem próximos] sujeito oracional

    (São bem próximas as pessoas) - por isso LHES

  • a) E. Erro gramatical. O pronome 'lhe' remete a ideia de 'para ele/ela'. O correto seria: o (para se referir a carro).
    Veja o correto: Tem motoristas que quando presos no trânsito congestionado chegam a sonhar em abandonar o carro, deixando-o...
    b) E. Erro gramatical: a crase aqui não deve ser usada. Crase é a união da preposição 'a' + artigo feminino 'a' ou pronome demonstrativo. Veja o correto: ... a qualquer lugar, inclusive aqueles ...
    c) E. Erro gramatical: uso incorreto do por que. O por que nesse sentido deve ser escrito como: porque [= pois,indicando conjunção].
    d) C. Item correto.
    e) E. Erro gramatical: antes de 'cujo/cuja e suas variações' não deve haver preposições.

  • Retificando o colega abaixo: pode haver sim preposição antes de cuja/cujo sempre que a regência a exigir!

     

    O que não é permitido é colocar artigo depois do pronome relativo, como no exemplo abaixo:

     

    Ex: (...) cuja a falta de sentido nem a todos costumam ocorrer. (ERRADO)

  • A expressão "a pé" NÃO tem crase!!!

  • Gabarito: D
    Fonte: Prof Fabiano Sales (http://professorfabianosales.blogspot.com)

    a) Errada. Inicialmente, o verbo "ter" indicou o registro do discurso coloquial, ao ser empregado no lugar do verbo impessoal "haver": Há motoristas que (...)". Na sequência, o segmento "quando presos no trânsito congestionado" é uma oração subordinada reduzida de gerúndio e, por estar intercalada, deve ser isolada por vírgulas. Na continuação, o pronome oblíquo "lhe" foi empregado inadequadamente, considerando-se que o verbo "deixar" é transitivo direto. Nesse contexto, o correto é o emprego da forma pronominal "o", remetendo-nos contextualmente ao sintagma "o carro". Por fim, a expressão "à pé" foi incorretamente escrita com acento grave, tendo em vista que o termo masculino "" é o elemento nuclear, não admitindo a anteposição do artigo definido feminino "a" e, consequentemente, a ocorrência do fenômeno linguístico da crase.
     
    b) Errada. O termo "mal" modifica o substantivo "hábito", devendo ser substituído pelo adjetivo "mau", antônimo de "bom". Na sequência, a locução "acostumarem a pegarem" está inadequadamente flexionada: apenas o verbo auxiliar deve ser flexionado, resultando na construção "acostumarem a pegar e a ir" a qualquer lugar".
     
    c) Errada. A expressão "lugar comum" deve ser hifenizada: lugar-comum, sinônimo de "clichê", "chavão". Ademais, a vírgula após "lugar comum" está inadequada, separando sujeito oracional "dizer que a linha reta" da forma verbal "é": Já é um lugar-comum dizer que a linha reta (...). Na sequência, além da falta de clareza e coesão no restante da sentença, o verbo "parecer" deve ser flexionado na terceira pessoa do plural: "as pessoas parecem não levar em conta". Por fim, a expressão "levar em conta" não requer o uso da preposição "de", elemento que precisa ser retirado do contexto: "pessoas parecem não levar em conta que outros podem ser mais desfrutáveis".
     
    d) Esta é a resposta da questão. A expressão "num poema seu" tem natureza adverbial e, por estar intercalada na sentença, foi adequadamente isolada por vírgulas. Ademais, a rede argumental do verbo "lembrar" foi adequadamente preenchida pelo objeto indireto "nos" e pelo objeto direto oracional "que somos todos responsáveis (...) passar a percorrer".
     
    e) Errada. O uso da preposição "de", no segmento "impregna de urgências DE cuja falta de sentido", está incorreto, já que não há, contextualmente, elemento que exija o termo preposicional. Por fim, o verbo "costumar" deve ser flexionado na terceira pessoa do singular, concordando com a expressão "falta de sentido", cujo núcleo é o termo "falta".

  • a) Têm motoristas que quando presos no trânsito congestionado chegam a sonhar em abandonar o carro, deixando-o no meio da pista e prosseguindo a pé. 

     

    b) Acaba sendo um mau hábito as pessoas se acostumarem a pegar o carro para ir a qualquer lugar, inclusive àqueles que lhe são bem próximos. 

     

    c) Já é um lugar-comum dizer que a linha reta é o caminho mais próximo por que as pessoas parecem não levar em conta de que outros podem ser mais desfrutáveis.  

     

    d) O poeta referido no texto lembra-nos, num poema seu, que somos todos responsáveis pelos caminhos que devemos abrir e passar a percorrer.

     

    e) Tornando-se uma espécie de paradigma universal, a moderna velocidade nos impregna de urgências cuja falta de sentido nem a todos costuma ocorrer. 

  • Procurei ler todos os comentários feitos até agora, e ainda não entendi o porquê da letra D ser a correta, sendo que, ao meu ver, o verbo "lembrar" deveria vir acompanhado da preposição "de". Na minha visão, todas as alternativas dessa questão estão erradas. Se puderem, coloquem a questão pra comentário do professor.

  • Finalmente acertei uma.

  • Por que a letra D não seria ´´nos lembra´´ ao invés de ´´lembra-nos´´?

     

  • cada erro sutil..