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Letra A
Debateram-se: as questões foram debatidas (plural)
Fala-se muito sobre política (alguém fala: singular)
Devem-se: as ponderações devem ser consideradas (plural)
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O verbo concorda com o sujeito
a) sujeito: as questões,
Debateram-se
b) sujeito: política
Fala-se
c) sujeito: as ponderações
Devem-se
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Item I - Neste contexto, verbo debater é transitivo direto e indireto (debater o que? as questões / sobre o que? sobre ética e moral) e por isso permite a voz passiva.
A construção está no voz passiva sintética (Debateram-se as questões...) logo o verbo deve concordar com o sujeito paciente "as questões". Na passiva analítica seria "As questões sobre ética e moral foram debatidas".
Item II - No contexto o verbo falar é transitivo indireto (Fala-se sobre política), logo não permite a voz passiva, não se flexionando em número.
Item III - Novamente o verbo, agora em tempo composto, é transitivo direto (considerar o que? as ponderações) e apresenta-se na voz passiva sintética, concordando com sujeito paciente "Devem-se considerar as ponderações". Na passiva analítica seria "As ponderações devem ser consideradas".
Alternativa A.
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Vejamos as frases:
I – DEBATERAM-SE ontem, na reunião, as questões sobre ética e moral.
(veja que o sujeito do verbo “debater” é a expressão “as questões sobre ética e moral”, por isso o verbo deve estar conjugado na 3ª pessoa do plural, concordando com seu sujeito).
II – FALA-SE muito, atualmente, sobre política.
(veja que o verbo “falar” é transitivo indireto e o “se” é um índice de indeterminação do sujeito, por isso o verbo deve estar conjugado na 3ª pessoa do singular)
III – DEVEM-SE considerar as ponderações que ela tem feito sobre o assunto.
(veja que o sujeito de “dever considerar” é a expressão “as ponderações que ela tem feito sobre o assunto”, por isso o verbo auxiliar deve estar conjugado na 3ª pessoa do plural, concordando com seu sujeito)
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PRONOME APASSIVADOR
O “se” é partícula apassivadora ou pronome apassivador quando usado com verbos transitivos diretos ou transitivos diretos e indiretos, formando a voz passiva sintética.
ÍNDICE DE INDETERMINAÇÃO DO SUJEITO
O “se” é índice de indeterminação do sujeito quando usado com verbos que não são transitivos diretos, ou seja, quando usados com verbos transitivos indiretos, intransitivos ou de ligação.
Quando se usa o “se” como índice de indeterminação do sujeito, o verbo deve estar sempre conjugado na 3ª pessoa do singular.
DEBATER: verbo transitivo direto (debater alguma coisa). A presença do “se” após esse verbo determina uma estrutura de voz passiva sintética. Esse verbo deve, portanto, concordar com o sujeito.
FALAR: verbo transitivo indireto (falar sobre alguma coisa). A presença do “se” após esse verbo significa que o sujeito a frase está indeterminado. O verbo deve estar conjugado, portanto, na 3ª pessoa do singular.
DEVER: verbo auxiliar da estrutura “dever considerar”. Nesse caso, observamos a regência do verbo “considerar” no contexto apresentado: transitivo direto (considerar alguma coisa). A presença do “se” após o verbo auxiliar determina uma estrutura de voz passiva sintética. Esse verbo deve, portanto, concordar com o sujeito.
Vejamos as frases:
I – DEBATERAM-SE ontem, na reunião, as questões sobre ética e moral.
(veja que o sujeito do verbo “debater” é a expressão “as questões sobre ética e moral”, por isso o verbo deve estar conjugado na 3ª pessoa do plural, concordando com seu sujeito).
II – FALA-SE muito, atualmente, sobre política.
(veja que o verbo “falar” é transitivo indireto e o “se” é um índice de indeterminação do sujeito, por isso o verbo deve estar conjugado na 3ª pessoa do singular)
III – DEVEM-SE considerar as ponderações que ela tem feito sobre o assunto.
(veja que o sujeito de “dever considerar” é a expressão “as ponderações que ela tem feito sobre o assunto”, por isso o verbo auxiliar deve estar conjugado na 3ª pessoa do plural, concordando com seu sujeito)
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O primeiro verbo deve ficar no plural, porque apresenta sujeito no plural.
Além disso, note que o verbo vem acompanhado da partícula
apassivadora. Veja:
Debateram-SE ontem, na reunião, as questões sobre ética e moral.
=
As questões sobre ética e moral foram debatidas ontem na reunião.
O grande bizu para você não deixar de perceber que o verbo vem
acompanhado da partícula apassivadora é colocá-lo na voz passiva
analítica — como fiz acima. Recomendo esta técnica de visualização do SE
(apassivador).
No segundo caso, o verbo fica na 3ª pessoa do singular, pois o sujeito é
indeterminado. O SE, neste caso, é um índice de indeterminação do
sujeito. Por favor, não confunda SE (apassivador) com SE (indeterminado
do sujeito), pois o verbo com este não pode ser passado para a voz
passiva analítica, já o verbo com aquele sim. SUPER BUZU!!
O terceiro caso anula a questão, que não foi anulada (até onde sei). Vou
explicar por que ela deveria ser anulada. Relaxa.
“Devem-se considerar as ponderações que ela tem feito sobre o assunto”
ou “Deve-se considerar as ponderações que ela tem feito sobre o
assunto” são formas corretas na língua culta.
Na primeira frase, encaramos ‘Devem-se considerar’ como locução verbal,
cujo sujeito é ‘as ponderações...’, por isso o verbo auxiliar acompanhado
da partícula apassivadora fica no plural. Ou seja: “As ponderações que ela
tem feito sobre o assunto devem ser consideradas”.
Na segunda frase, encaramos ‘Deve-se’ como um verbo só (oração
principal), e ‘considerar’ outro verbo, com função de sujeito oracional do
verbo dever. Ou seja: “Considerar as ponderações que ela tem feito sobre
o assunto deve-se”. Passando para a voz passiva analítica o verbo dever,
teremos: “Considerar as ponderações que ela tem feito sobre o assunto é
devido”.
A CESGRANRIO privilegiou a primeira forma (letra A), mas se esqueceu
de que a segunda forma é também aceita pela norma culta (letra D).
FERNANDO PESTANA
GABARITO: A.