SóProvas


ID
2638738
Banca
AOCP
Órgão
SUSIPE-PA
Ano
2017
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Texto 1 - O egoísmo por detrás do eu lírico

                                                     Natália Cola de Paula


    É sabido que a arte da escrita tem a virtude de criar, eternizar, denunciar e embelezar a vida. Ademais, é clichê dizer o quanto ela transmite conhecimento, histórias, momentos e sentimentos, fazendo-nos viajar sem sair do aconchego de nossas casas. Enfim, a escrita tem todas essas funções e características, mas é sob outro prisma que será abordada neste artigo. “A priori”, vamos analisar a escrita como instrumento de comunicação, com a existência de dois polos: o do emissor da mensagem, que é o escritor, e o do receptor, nosso caro leitor. Muito fala-se dos desdobramentos e reflexos dessa mensagem no leitor, aquele que a recebe, interpreta e extrai dela o que lhe aprouver. Porém, pouco se menciona a respeito dos reflexos que essa mensagem exerce sobre o autor, sobre o próprio escritor. É olhando através desse prisma que analisaremos a escrita.

    Primeiramente, o poeta ou o escritor tem seu lado altruísta, quer sim ser lido, deseja alcançar um elevado número de leitores, sonha que seu texto inspire e mude a vida de alguém, ou apenas que lhe abra um leve sorriso e aquiete o coração. Mas o que poucos sabem é que o poeta é também egoísta, ele escreve, em primeiro lugar, para si, para sanar suas necessidades. Como assim? Quais necessidades são essas? Muito simples, necessidade de expressar-se, de desabafo, de descargo emocional, de fuga do mundo externo, de abrigo na arte. Antes de mais nada, os autores são seres humanos, não estão isentos dos problemas cotidianos, das dores, das tristezas e nem do amor. Logo, eles buscam na escrita alento, ou usam-na como crítica social, denunciadora do que veem e sentem. De todo modo, os autores, como seres humanos, pais, filhos, alunos, cidadãos, apaixonados e profissionais que são, precisam da escrita mais, talvez, do que ela precisa deles para existir. É esse o ponto essencial de tal artigo, fazê-los compreender que a escrita é a vida pulsando no escritor, sem ela, ele simplesmente não vive, pois não se expressa.

(...)

    Há uma bela reflexão feita por Clarisse Lispector que exprime exatamente o caráter egoístico, mas nem por isso desnobrecedor, do eu lírico dos autores. “Eu escrevo como se fosse para salvar a vida de alguém, provavelmente a minha própria vida” (Clarisse Lispector - Um sopro de vida). Certamente, os autores escrevem para salvarem-se de si mesmos e das pressões do mundo, escrevem para se entenderem; organizam pensamentos, opiniões, críticas e amores que estão lhe atormentando o juízo, cuja transposição para o papel parece ser seu álibi. Dessa forma, o autor é tão dependente da escrita quanto ela desse. O eu lírico do poeta, por exemplo, necessita da poesia para sobreviver, não apenas a faz por hobby ou prazer, a faz porque ela o mantém vivo, e sem ela, o poeta, nada mais é do que um mero mortal sem identidade. Fazendo uma analogia, a poesia está para o poeta como a lágrima está para aquele que sofre. Ambas têm o poder de afagar o coração, propiciar aquela sensação de alívio e descarregar um peso que cansava a alma. O choro não é sinônimo de tristeza, mas sim de liberdade, assim como a poesia, que liberta o poeta de suas próprias amarras, trazendo-o à luz de fora da caverna. Portanto, a poesia é para o poeta e o texto é para o escritor, pura liberdade, pura identidade, pura vida transposta em palavras.


Fonte: adaptado de <http://obviousmag.org/realidades_sonhos/2017/o-egoismo-por-detras-do-eu-lirico.html>. Acesso em: 10 jan. 2018. 


Em “O choro não é sinônimo de tristeza, mas sim de liberdade (...)”, os trechos destacados são, respectivamente:

Alternativas
Comentários
  • Olá pessoal (GABARITO = LETRA D)

    ---------------------------------------------------------

     

    Predicativo do sujeito é o termo que atribui características ao sujeito por meio de um verbo. Todo predicado construído com verbo de ligação necessita de predicativo do sujeito. Pode ser representado por:

    a) Adjetivo ou locução adjetiva;

    b) Substantivo ou palavra substantivada;

    c) Pronome Substantivo e

    d) Numeral.

     

    De acordo com o tipo de conjunção que as introduz, as orações coordenadas sindéticas podem ser: aditivas, adversativas, alternativas, conclusivas ou explicativas. No caso em tela, "mas" é conjunção adversativa típica, logo, trata-se de uma oração coordenada sindética adversativa, correspondendo a Letra D.

     

    Fonte: https://www.soportugues.com.br/secoes/sint/sint26.php

  • GABARITO LETRA D.

     

    Conhecendo que o verbo "É" é verbo de ligação e o seu complemento é PREDICATIVO DO SUJEITO, já mataria a questão + A connjução "Mas" sentido de contrariedade (ADVERSIDADE).

     

     

  • Notou o verbo de ligação, EM REGRA, preste atenção. Pois será um verbo que exige o predicativo seja do OBJETO/SUJEITO. No caso da questão, notemos que "sinônimo de beleza" é uma qualidade do SUJEITO -> CHORO.

     

    GAB LETRA D

  • Boa tarde,família!

    Uma observação sobre a letra "E"

    >> Oração coordenada assindética----> sem conjunção

    >>Oração coordenada sindética----> com conjunção

    EX. eu não tinha tempo(oração coord. assindética),mas li o livro(orção coord. sindética).

    Bons estudos a todos!

  • O predicativo do sujeito é aquele que está fora do sujeito e se relaciona com ele, gerando uma qualidade, um estado ou uma mudança de estado.

  • Justamente, Ive. Predicativo do sujeito está fora do sujeito. Além disso, sempre após um verbo de ligação teremos um predicativo do sujeito.

  • CONJUNÇÕES COORDENATIVAS ADVERSTIVAS

     

    mas, porém, contudo, no entanto, entretanto, não obstante, todavia, senão (mais sim) que, e.

  • V . L = É , SÓ CONCORDA COM P.S , C.N , ADJUNTO ADNOMINAL .

    O MAS É ADVERSATIVO '-' ACHO QUE ESTOU APRENDENDO '-'

  • O termo “sinônimo de tristeza”, associado ao verbo de ligação “é”, atua como predicativo do sujeito “choro”. Já a oração “mas sim (é) de liberdade” tem caráter retificador, o que caracteriza a coordenada sindética adversativa. Ainda veremos a classificação das orações coordenadas e subordinadas na próxima aula.

    Resposta: D

  • Gabarito: alternativa D

    Predicativo do sujeito: qualificação/estado/caracterização que se atribui ao sujeito, normalmente por verbo de ligação: ser, estar, permanecer, ficar, continuar, tornar-se, andar, virar, continuar.

    O choro não é sinônimo de tristeza, mas sim de liberdade.

    Oração coordenada sindética adversativa: independente (não exerce função sintática em outra). Iniciada por síndeto (conjunção) mas, porém, contudo, todavia, senão (= mas sim), entretanto, no entanto, não obstante.

    O choro não é sinônimo de tristeza, mas sim de liberdade.

    Bons estudos.

  • SUJEITO + VERBO DE LIGAÇÃO + PREDICATIVO DO SUJEITO

    MAS é típica conjunção adversativa.

    ERA PARA SER UMA ANOTAÇÃO PARTICULAR, MAS O QC ESTÁ ''TENTANDO'' RESOLVER MEU PROBLEMA COM AS ANOTAÇÃO (ELAS NÃO SALVAM) HÁ QUASE 15 DIAS.

    SE NÃO ESTIVESSE PAGO ATÉ O FIM DO ANO JÁ TERIA TROCADO DE SITE HÁ MUITO TEMPO. QUE ARREPENDIMENTO!

  • o que não é sinônimo de tristeza?= o choro.