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A intervenção em crise é uma estratégia de ajuda indicada para auxiliar uma pessoa e/ou família ou grupo, no enfrentamento de um evento traumático, amenizando os efeitos negativos, tais como danos físicos e psíquicos e incrementando a possibilidade de crescimento de novas habilidades de enfretamento e opções e perspectivas de vida. O tipo de crise não importa, pois o evento é emocionalmente significativo e gera uma mudança radical na vida da pessoa. A intervenção terapêutica no momento da crise é tão eficaz quanto a intervenção de um paramédico ao proporcionar suporte de vida a um ferido grave (Rodríguez, 2003). Assim, as metas durante a superação da crise devem ser focadas em ajudar as pessoas a lidar com o evento traumático, a ajustar-se à nova situação, a devolver-lhe seu nível anterior de funcionamento, diferente do tratamento na psicologia clínica que enfoca uma mudança profunda do paciente ou uma revisão da origem dos seus conflitos infantis. Estas metas são desenvolvidas através de um convite ao indivíduo para que fale de sua experiência, fazendo com que observe o evento à distância ou perspectiva, ajudando-o a ordenar e reconhecer seus sentimentos associados; e, também, ajudar na resolução de problemas, começando pelas metas mais práticas e imediatas.
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gab D
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Uma intervenção em situação de crise preza pela salvaguarda do paciente em crise. Seja uma ameaça de suicídio, logo após um episódio violento ou uma tragédia de qualquer ordem, o maior objetivo do psicólogo é promover contenção emocional do cliente, favorecer o aparecimento de defesas nas quais o sujeito possa se ancorar e, se possível, facilitar o surgimento da rede de apoio social.
Diversos estudos dizem que o suporte da rede de apoio social nos primeiros minutos após uma situação em crise é de grande importância para estabilização do cliente.
Nesse sentido, o psicólogo evitará o trabalho que considere interenções mais no âmbito do inconsciente, excessivamente psicodinâmicas ou que visem mudar o caratér ou personalidade do sujeito em questão.
Fonte: O psicólogo na redução dos riscos e desastres, Olavo Filho e Daniela Lopes.
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A expressão “crise” provém da palavra grega krisis, que significa “decisão” e deriva do verbo krino, que quer dizer “eu decido, separo, julgo” (Moreno, Peñacoba, González-Gutierrez & Ardoy, 2003; Sánchez & Amor, 2005). “Crise”, ainda pode ser definida como um estado de desequilíbrio emocional do qual uma pessoa que se vê incapaz de sair com os recursos de afrontamento que habitualmente costuma empregar em situações que a afetam emocionalmente (Parada, 2004).
Vivenciar uma crise é uma experiência normal de vida, que reflete oscilações do indivíduo na tentativa de buscar um equilíbrio entre si mesmo e o seu entorno. Quando este equilíbrio é rompido, está instaurada a crise, que é uma manifestação violenta e repentina de ruptura de equilíbrio. Essa alteração no equilíbrio, gerada por um fracasso na resolução de problemas que o indivíduo costuma utilizar, causa sentimentos de desorganização, desesperança, tristeza, confusão e pânico (Wainrib & Bloch, 2000). A desorganização emocional se caracteriza principalmente por um colapso nas estratégias prévias de enfrentamento.
Quando a resolução da crise se dá de forma adaptativa, surgem três oportunidades: a de dominar a situação atual, a de elaborar conflitos passados e a de apreender estratégias para o futuro (Parada, 2004). Estas novas habilidades para a resolução de problemas são também úteis para o manejo de situações posteriores. Concordando com o entendimento de que a crise possa se manifestar como uma oportunidade positiva, Erikson (1971) já a definia como um ponto crítico necessário ao desenvolvimento, capaz de conduzir o indivíduo a tomar uma direção ou outra, de modo a encaminhar seus recursos para o próprio crescimento, recuperação e maior diferenciação.
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A intervenção em crise é um procedimento para exercer influência no funcionamento psicológico do indivíduo durante o período de desequilíbrio, aliviando o impacto direto do evento traumático. O objetivo é ajudar a acionar a parte saudável preservada da pessoa, assim como seus recursos sociais, enfrentando de maneira adaptativa os efeitos do estresse. Nessa oportunidade, devem-se facilitar as condições necessárias para que se estabeleça na pessoa, por sua própria ação, um novo modo de funcionamento psicológico, interpessoal e social, diante da nova situação. Cabe lembrar que, no momento da crise, as defesas do indivíduo estão falhas, desativadas, de tal forma que ele se encontra mais receptivo à ajuda e os mínimos esforços podem ter resultados máximos (Wainrib & Bloch, 2000; Liria & Veja, 2002).
Toda terapia que visa lidar com situações traumáticas passa necessariamente por recordar e rememorar a situação. É muito importante o relato verbal como elemento primeiro, visando clarificar e organizar o processo terapêutico. Dito de outra forma, para enfrentar um trauma, a primeira condição é enfrentá-lo, pois em termos de comportamento humano, salvo algumas exceções, a tendência é tentar reduzir o que é doloroso e desagradável, tentar esquecer o quanto antes.
Uma situação de crise, se resolve, habitualmente entre 4 e 6 semanas. Sendo, às vezes, necessário um período de tempo maior para a resolução do evento estressante podendo a desorganização psíquica continuar por mais tempo, durando anos ou se transformar em algo crônico. Slaikeu (1996) refere que a instabilidade ou desorganização estão limitadas no tempo e este limite no estado de crise, aliado a um potencial para a reorganização em uma direção positiva ou negativa, é um ponto crucial. Quanto mais tempo a pessoa passa sem assistência ou com auxílio inadequado, mais sérios tendem a serem os efeitos da crise, que poderão até tornarem-se irreversíveis. Então, processos terapêuticos breves, de tempo limitado, são os mais adequados para as situações de crise. O procedimento terapêutico deve se estender por um tempo igual ao que a maioria das pessoas leva para recuperar o equilíbrio depois do incidente da crise, ou seja, em torno de 6 semanas. A meta principal da intervenção é ajudar a pessoa a recuperar o nível de funcionamento que possuía antes do evento desencadeante da crise.
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na psicoterapia breve psicodinâmica há enfase na mudanca de carater.