SóProvas


ID
2661148
Banca
UFMG
Órgão
UFMG
Ano
2018
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

A questão abaixo refere-se ao Texto 1, a seguir. Leia-o com atenção, antes de respondê-las.

TEXTO 1


    Quem passou por alguma praia recentemente talvez tenha se deparado com um fenômeno comum, mesmo nas regiões mais remotas do litoral brasileiro: o lixo. Em uma caminhada de uns dez minutos que fiz no litoral de Santa Catarina no começo de janeiro, por exemplo, encontrei garrafas pet, latinhas de cerveja e de energéticos, canudinhos, plásticos de picolé. Fui recolhendo o que achei até que, sozinha, eu não tinha mais braços suficientes para tanto lixo acumulado.
     O problema é que quando a maré sobe, ou quando chove, tudo aquilo que se acumula na areia vai para o mar – e causa um estrago danado. Já há, inclusive, estudos que mostram que até 2050 os Oceanos terão mais plásticos do que peixes.
    Por que as pessoas jogam lixo na praia? Fiz essa pergunta alto para quem estava lá comigo entre latinhas e pacotes de batata frita e tive como resposta o mesmo que você deve ter pensado: “as pessoas não têm educação”. Ok. Então vamos entender o que isso significa.
    “Não ter educação” e, por causa disso, jogar lixo na praia, na rua e nos espaços públicos, pode ser entendido como falta de conhecimento. Não aprendi algo, por isso tenho uma determinada atitude por desconhecimento dos impactos do que eu faço. As pessoas, em tese, não saberiam que aquele lixo plástico jogado na areia inevitavelmente vai parar no mar. Tampouco saberiam que o peixe pode ingerir esse plástico, então você “come o plástico” simplesmente porque come o peixe. É a ideia de “cadeia alimentar”, que aparece na escola no ensino fundamental e pode ser tema até de vestibular.
    Não me parece, no entanto, que o lixo naquela praia seja um caso de falta de conhecimento. Chuto dizer que a maioria das pessoas que estava lá em Santa Catarina – e que jogou latinha de cerveja por onde passou – tinha passado pelas aulas de biologia da escola. Aquelas pessoas provavelmente tinham diploma de ensino superior – ou até alguma pós-graduação. Cruzei com gente opinando sobre política e ostentando um português elegante – ou falando outras línguas, como espanhol e alemão.
    O problema pode estar no formato da nossa educação. Aprendemos conceitos importantes de maneira muito teórica e temos aulas expositivas focadas em livros didáticos com pouca experimentação. Pode ser que aquelas pessoas da praia tenham conhecimento ambiental, mas não internalizaram os conceitos aprendidos. Trocando em miúdos: quem joga uma sacola plástica na areia da praia pode até acertar uma questão do Enem sobre poluição ou cadeia alimentar, por exemplo, mas talvez não compreenda completamente que aquele seu próprio lixo interfere no ecossistema do qual faz parte.
    Mais: pessoas altamente instruídas no Brasil podem ter baixíssima noção de cidadania, do que é ser cidadão, de regras de divisão de espaços públicos. Talvez porque estejam viciadas pelos hábitos de gerações anteriores, que jogavam lixo na praia, as pessoas seguem fazendo o mesmo. Ou então aquelas pessoas estão mais acostumadas a ambientes privados e controlados, e acreditam que sempre haverá alguém para limpar o rastro que se deixa por aí.
    Aqui, vamos das aulas de ciências à sociologia. Será que estamos discutindo o suficiente, na escola, sobre a formação sociocultural brasileira, que é impregnada pela ideia de “ser servido”? E debatemos o quanto isso afeta, inclusive, o nosso próprio ecossistema?

RIGHETTI, Sabine. Disponível em:<http://abecedario.blogfolha.uol.com.br/2018/01/31/lixo-na-praia-mostra-que-precisamos-muito-mais-do-que-educacao/>. Acesso em: 1 fev. 2018.

Em relação à construção linguística do texto, assinale a alternativa INCORRETA.

Alternativas
Comentários
  • Na alternativa A, a palavra "quem" é pronome indefinido e não pronome pessoal.

     

    Letra A

  • c) Orações Subordinadas Substantivas Completivas Nominais Funcionam como complemento nominal da oração principal, a qual apresenta um nome (normalmente, substantivo ou adjetivo) exigindo um complemento preposicionado. 

     

    – Elas tinham certeza de que você aceitaria minha sugestão. (Elas tinham certeza de quê? Elas tinham certeza disso.)

    – Não tinha certeza se aceitaria minha sugestão.

    – O fato de que ela se classificou me alegrou muito.

    – Fiz menção a que você tinha passado na primeira tentativa.

    – O alerta para que os banhistas evitassem o local das pedras foi ignorado.

  • obrigado pela explicação


  • Complemento Nominal x Adjunto Adnominal

    Complemento Nominal: completa o sentido de adjetivos, advérbios e substantivos abstratos; é preposicionado (de e outros); não indica posse; é alvo/é passivo.


    Adjunto Adnominal: completa o sentido de substantivo concreto e abstrato; pode ou não ser preposicionado (de); pode indicar posse, origem, matéria; age/é agente.


    Questão:

    No trecho: “Não aprendi algo, por isso tenho uma determinada atitude por desconhecimento dos impactos do que eu faço”, o termo em destaque é uma oração subordinada substantiva completiva nominal.


    1) Verificar se é adjetivo ou advérbio (CN)

    2) Verificar se é substantivo concreto (AA)

    3) Verificar se é substantivo abstrato (CN ou AA)

    3.1) Verificar se é agente (AA) ou paciente (CN)