SóProvas


ID
2662408
Banca
FCC
Órgão
ALESE
Ano
2018
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

A questão abaixo refere-se ao texto seguinte.


Entre o público e o privado


    “Pichou o nome da gangue em parede de igreja”. Esta frase está no dicionário Houaiss para exemplificar o sentido do verbo pichar: “escrever, rabiscar (dizeres de qualquer espécie) em muros, paredes, fachadas de edifícios etc”. Mas o exemplo de aplicação do verbo não é neutro: a diferença entre “nome da gangue” e “parede de igreja” parece sugerir a violência de um ato condenável, herético, pecaminoso, aplicado sobre o espaço do sagrado.
    Do ponto de vista dos pichadores, porém, sua ação é vista como política, como uma manifestação artística de caráter transgressivo. A pichação seria o direito dos anônimos marginalizados de inscreverem sua marca pessoal no espaço público, para proclamarem sua existência como sujeitos. Já os adversários dos pichadores costumam ver nas pichações a obsessão pela sujeira atrevida, pelo prazer rudimentar de manchar o que é limpo. Os mais sofisticados chegam mesmo a reverter a justificativa dos pichadores: a pichação seria a manifestação de uma iniciativa privada dentro do espaço aberto ao público.
    A discussão está lançada. Não parece que estejamos próximos de ver terminada essa batalha pela avaliação e reconhecimento de direitos conflitantes. O espaço da cidade continua, assim, um campo de disputa entre os que detêm o direito de propriedade e os que justificam a ação transgressiva como o direito a uma assinatura nesse espaço.
(Teobaldo Gouveia, inédito)

As normas de concordância e a adequada correlação entre tempos e modos verbais estão rigorosamente observadas na frase:

Alternativas
Comentários
  • a) Só haveria objetividade absoluta nos dicionários caso eles VIESSEM a evitar exemplos de empregos em que se conotem uma interpretação tendenciosa.

     

     b) O autor do texto, atento ao rigor que deveria imperar num dicionário, observou que um determinado exemplo de aplicação vocabular propicia ilações subjetivas.

     

     c) Se o anonimato e a marginalidade não fossem tão discriminadores, muitos pichadores HAVERIAM de se dedicar a alguma atividade que os dignificassem como sujeitos.

     

     d) Não parece razoável crer que o amor à sujeira e ao vandalismo constituam causas exclusivas para as ações com que tanta gente VEM a se incomodar.

     

     e) Não fossem sanções penais rigorosas, práticas mais graves que a pichação PUDESSEM ocorrer no espaço público, que os marginalizados não reconhecem como seus.

     

    Gab. B

  •  

    Corrigindo a A)D) e E):

     

     

     

     

    A) (ERRADA) Só haveria objetividade absoluta nos dicionários caso eles venham a evitar exemplos de empregos em que se conotem uma interpretação tendenciosa.

     

     

    ...caso eles viessem a evitar...

     

     

    ...em que se conote uma interpretação tendenciosa.    (voz passiva sintética, verbo concorda com o sujeito paciente que está no singular)

     

     

     

    CORRETO: Só haveria objetividade absoluta nos dicionários caso eles viessem a evitar exemplos de empregos em que se conote uma interpretação tendenciosa.

     

     

     

     

     

     

     

    D) (ERRADA) Não parece razoável crer que o amor à sujeira e ao vandalismo constituam causas exclusivas para as ações com que tanta gente viriam a se incomodar.

     

     

     

    Primeira observação:

     

     

    Trata-se de sujeito simples (núcleo = amor), por isso o verbo (constituir) deve ficar no singular.

     

    Não parece razoável crer que o amor à sujeira e ao vandalismo constitua causas exclusivas...

     

     

     

    Segunda observação:

     

     

    ...para as ações com que tanta gente viriam a se incomodar.

     

     

    A parte destacada em vermelho é uma Oração Subordinada Adjetiva Restritiva, portanto o vocábulo "que" é pronome relativo e retoma o termo "as açoes". O período fica, então, assim:

     

     

    ...para as ações que venham a incomodar tanta gente.

     

     

    Note que o verbo "vir" fica no plural para concordar com o sujeito "que" que retoma "as ações"

     

     

    CORRETO: Não parece razoável crer que o amor à sujeira e ao vandalismo constitua causas exclusivas para as ações que venham a incomodar tanta gente.

     

     

     

     

     

     

     

     

    E) (ERRADA) Não fossem sanções penais rigorosas, práticas mais graves que a pichação podem ocorrer no espaço público, que os marginalizados não reconhecem como seus.

     

     

    CORRETO: Não fossem sanções penais rigorosas, práticas mais graves que a pichação poderiam ocorrer no espaço público, que os marginalizados não reconheceriam como suas (práticas).

     

  • Iria marcar a letra B, mas fiquei com dúvida com a palavra "ilações" .

  • Kauê, como no comando ele pediu correlação entre tempos e modos verbais, de início não precisa se preocupar com a ortografia. Só focar nas relações entre as formas verbais.

  • Procure os verbos e faça a correlação, ler as frases como os verbos errados fica estranho, nessa questão funcionou.

  • Comentário. Letra “a”, incorreta, pois deveria haver correlação entre o pretérito imperfeito do subjuntivo e futuro do pretérito, assim, o correto seria “viessem”; outrossim, a parte final está na voz passiva sintética (verbo concorda com sujeito paciente) deveria estar no singular “conote”. Letra “b” correta. Letra “c”, incorreta, deveria haver correlação do pretérito imperfeito do subjuntivo “fossem” com o futuro do pretérito “haveriam”. Letra “d”, incorreta, pois há sujeito simples “amor”, assim, o verbo deve estar no singular “constitua”; outrossim, a parte final é uma Oração Subordinada Adjetiva Restritiva, portanto o vocábulo "que" é pronome relativo e retoma o termo "as açoes". O período fica, então, assim: “para que as ações que venham a incomodar...”. Letra “e”, incorreto, novamente, correlação entre pretérito imperfeito do subjuntivo “fossem” e futuro do pretérito “poderiam”, “reconheceriam”, outrossim, “suas” (concorda com “práticas”).

  • Quando o comando da questão fala o que você tem que procurar é incrível, mas quando fala de acordo com a norma padrão,meu deus, isso é horrível kkkk
  • GABARITO - LETRA B

  • Gente, só uma duvida sobre a "b"

     

    O autor do texto, atento ao rigor que deveria imperar num dicionário, observou que um determinado exemplo de aplicação vocabular propicia ilações subjetivas.

     

    SE OS DOIS PRIMEIROS VERBOS ESTÃO NO FUTURO DO PRETÉRITO E NO PRETÉRITO PERFEITO RESPECTIVAMENTE,  PODE O VERBO  "PROPICIAR"  ESTAR NO PRESENTE DO INDICATIVO SEM PREJUDICAR CORRELAÇÃO VERBAL E PARALELISMO?

  • Um fracassado pode derrotar um gênio após submeter-se ao treino duro.

     

    Autor: Rock Lee

  • um comentário sobre a D:

    acredito que o erro seja somente no verbo (tempo->se os outros verbos estão no presente do subjuntivo, este também deve estar; e número->deve estar no singular, concordando com gente) e não na presença também da preposição antes do pronome relativo, como a maioria comentou, pois quem se incomoda, se incomoda com algo/alguém. Então, a reescrita dessa oração, substituindo o pronome, seria: tanta gente venha a se incomodar com as ações

  • na alternativa D, ocorre concondência com sujeito eliptico.

  • ALTERNATIVA A: Alternativa incorreta. A forma verbal “haveria” (futuro do pretérito do indicativo) impões que o verbo “vir” seja flexionado na forma “viessem” (pretérito imperfeito do subjuntivo), para manter a correlação entre os tempos verbais. Além disso, “conotem” tem como sujeito “uma interpretação tendenciosa”, por isso deveria estar flexionado no singular.

    ALTERNATIVA B: Alternativa correta. Todas as concordâncias e correlações temporais estão de acordo com a norma padrão.

     ALTERNATIVA C: Alternativa incorreta. O primeiro segmento do texto, com a condicional “se” e com o verbo “fossem” pressupõe uma condição hipotética para algo que teria a condição de acontecer no futuro. Porém, o verbo “haverão” propõe uma certeza, gerando incoerência semântico-temporal. Por isso, deve ser substituído por “haveria”. Lembre-se sempre da tradicional correlação entre o Pretérito Imperfeito do Subjuntivo e o Futuro do Pretérito do Indicativo. Por fim, “alguma atividade” é o sujeito de “dignificassem”, havendo então incorreção na flexão plural deste verbo, que deveria estar no singular.

    ALTERNATIVA D: Alternativa incorreta. O verbo “constituam” deveria estar no singular para concordar com seu sujeito, “amor”. A forma “viriam” sofre de erro duplo: primeiro, pela coesão temporal com “constituam”, que obriga o uso do presente do subjuntivo (“venha”); segundo, pela não concordância no singular com seu sujeito, “tanta gente”.

    ALTERNATIVA E: Alternativa incorreta. A forma “Não fossem”, por ser pretérito imperfeito do subjuntivo, impõe que a locução “podem ocorrer” seja conjugada no futuro do pretérito, ”poderiam ocorrer”. Além disso, “seus” retoma “espaço público”, motivo que obriga este pronome possessivo estar flexionado no singular.