SóProvas


ID
2668453
Banca
FCC
Órgão
TRT - 6ª Região (PE)
Ano
2018
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Atenção: Leia com atenção o texto seguinte para responder à questão. Trata-se de uma apresentação que faz o escritor José Castello a um livro que escreveu em homenagem ao cronista Rubem Braga. 


                               Uma entrevista sincera


      Quando morreu Rubem Braga, nosso maior cronista, a parte mais importante de sua vida sobreviveu guardada nas mais de 15 mil crônicas que ele escreveu em 62 anos de atividade jornalística. Tomei então uma decisão: resolvi usar as crônicas como se fossem uma longa e sincera entrevista que Braga tivesse me concedido antes de morrer.

      A maior parte dos relatos deste livro não tem a pretensão de ser uma reconstituição fiel dos fatos, mas apenas sua evocação. A maioria absoluta das descrições e dos diálogos deve ser lida, apenas, como uma recriação. A crônica foi, para ele, um gênero eminentemente confessional, e os fatos, nada mais do que os fatos, sua matéria-prima. Mas, ao ler seus escritos, logo se percebe que essas toneladas de acontecimentos estão cimentadas pela força do lirismo e de vasta imaginação, ou simplesmente desmoronariam. Em outras palavras: sem a capacidade de sonhar, os fatos não subsistem e se tornam pó. Só a mentira bem dita é capaz de moldar a verdade perdida.

      Este livro não pretende ser uma biografia clássica de Rubem Braga, mas apenas um retrato minimalista de um dos maiores escritores que o Brasil já teve, que nos ensinou que vidas não são feitas apenas de fatos, mas sobretudo do modo como os torneamos. Não basta viver, é preciso dar sentido ao viver, ou tudo se evapora.

(CASTELLO, José. Na cobertura de Rubem Braga. Rio de Janeiro: José Olympio, 1996, p.9-10) 

Uma nova, clara e correta redação da frase A crônica foi, para ele, um gênero eminentemente confessional, e os fatos (...), sua matéria-prima poderá ser:

Alternativas
Comentários
  • Entendi assim, mas, por favor, corrijam-me se eu estiver errada:

     

    A crônica foi, para ele, um gênero eminentemente confessional, e os fatos (...), sua matéria-prima

     

    Duas orações coordenadas (aditivas):

    Coordenadas porque são independentes 

    Aditivas porque se "somam".

    CRÔNICA: gênero eminentemente confessional, para ele;

    E

    FATOS: matéria prima;

     

    A alternativa que melhor se adequa é a "b":

     

    A sua matéria-prima foram os fatos, mas (E)  valeu-se da crônica como um gênero sobretudo apropriado às confissões.

    O "mas" da resposta não está com sentido de oposição/valor adversativo, mas de ADIÇÃO, equivalendo-se ao "e" e ligando as duas orações coordenadas.

    MATÉRIA-PRIMA: fatos

    MAS= E

    CRÔNICA: valeu-se dela como um gênero sobretudo apropriado às confissões (equivale à "eminentemente confessional")

     

    Outras alternativas:

    a) Para ele, por constituir um gênero com a iminência da confissão, a crônica encontrou nos fatos sua matéria-prima. 

    INCORRETA

    O sentido está de causa e consequência. Não é o caso da frase a ser reescrita.

    Causa: POR CAUSA de constituir um gênero com a iminência da confissão

    Consequência: a crônica encontrou nos fatos a sua matéria-prima.

     

     b) A sua matéria-prima foram os fatos, mas valeu-se da crônica como um gênero sobretudo apropriado às confissões. 

    CORRETA. Explicação acima

     

     c) Sendo um gênero próprio para as confissões, suas crônicas foram apoiadas na matéria-prima dos próprios fatos.  

    A crônica, por definição, não é um gênero restrito às confissões. A frase, no seu sentido real, dá a entender que as crônicas, para ELE, é que foram utilizadas com sentido confessional. 

    Definição de crônica (https://brasilescola.uol.com.br/redacao/a-cronica.htm)

    "A crônica é um gênero que tem relação com a ideia de tempo e consiste no registro de fatos do cotidiano em linguagem literária, conotativa.

    A origem da palavra crônica é grega, vem de chronos (tempo), é por isso que uma das características desse tipo de texto é o caráter contemporâneo."

     

     d) O confessionalismo das crônicas, que adotou como gênero, as quais eram marcadas pelos fatos como base de sua matéria-prima. 

    INCORRETA

    Está sem sentido essa oração. 

    "As quais" não tem função na oração.

    Eu entendo que "O confessionalismo das crônicas" é o sujeito, portanto, "O confessionalismo das crônicas era marcado (concordando com "o confessionalismo") pelos fatos..."

    OU: "O confessionalismo das crônicas, que adotou como gênero, as quais (concordando com "as crônicas") eram marcadas pelos fatos (aqui teria que ter uma vírgula e um verbo para que surgisse uma oração, como no exemplo), FOI ("o confessionalismo") a base de sua matéria-prima".

     

     e) A matéria-prima dos fatos constituía-se no gênero de suas crônicas, onde estas eram caracterizadas pelo teor confessional.  

    INCORRETA, pois "onde" somente dá a ideia de lugar. E "crônicas" não é lugar

    Poderia ser "as quais eram caracterizadas..." (quem eram caracterizadas? As crônicas (sujeito))

  • A crônica foi, para ele, um gênero eminentemente confessional, e os fatos (...), sua matéria-prima

     

     

    Focando no significado da palavra "eminentemente", e pra quem ficasse entre a "b" e a "c", creio q dava para matar a questão, errei por não ter percebido isso :/

     

    Eminentemente é um advérbio que significa: muito; sobremaneira, principalmente, especialmente, sobretudo. Ex: O edifício em que moramos é eminentemente residencial.

     

    b) A sua matéria-prima foram os fatos, mas valeu-se da crônica como um gênero sobretudo apropriado às confissões. (GABARITO)

     

    É diferente de dizer que tal característica é própria de algo, como na assertiva "c" (próprio é algo q é nato, intrínseco..)

     

    c) Sendo um gênero próprio para as confissões, suas crônicas foram apoiadas na matéria-prima dos próprios fatos.  

     

  • Conjunções: 

     

     

    A conjunção “e” (aditiva) pode aparecer com valor adversativo.

     

    Ex.: É ferida que dói e não se sente” (Camões). (= mas)

     

     

    A conjunção “mas” (adversativa) pode aparecer com valor aditivo.

     

    Ex.: Era um homem trabalhador, mas principalmente honesto. (além de ser trabalhador ele também é honesto, uma qualidade se soma à outra)

     

     

     

    Fonte: https://www.gramaticaparaconcursos.com/2014/03/conjuncoes.html

     

     

     

    ''No fim tudo dá certo, e se não deu certo é porque ainda não chegou ao fim.''

     

  • Letra (b)

     

    A crônica foi, para ele, um gênero eminentemente confessional, e os fatos (...), sua matéria-prima

     

    Matéria-prima está correlacionada a fatos, e a crônia foi acima de tudo, um gênero apropriado às confissões.

  • ENUNCIADO: "A crônica foi, para ele, um gênero eminentemente confessional, e os fatos sua matéria-prima"

    SENTIDO: A crônica foi um gênero voltado, acima de tudo, para as confissões, sendo os fatos a matéria-prima do autor.

     

    Percebam que eminentemente confessional denota uma relação de destaque e não de exclusividade da "confissão" como característica do gênero "crônica". Mas vamo primeiro nas alternativas:

     

    A) INCORRETA. Para ele, por constituir um gênero com a iminência da confissão, a crônica encontrou nos fatos sua matéria-prima. 

    B) CORRETA. A sua matéria-prima foram os fatos, mas valeu-se da crônica como um gênero sobretudo apropriado às confissões. 

    C) INCORRETA. Sendo um gênero próprio para as confissões, suas crônicas foram apoiadas na matéria-prima dos próprios fatos.  

    D) INCORRETA. O confessionalismo das crônicas, que adotou como gênero, as quais eram marcadas pelos fatos como base de sua matéria-prima

    E) INCORRETA. A matéria-prima dos fatos constituía-se no gênero de suas crônicas, onde estas eram caracterizadas pelo teor confessional.

     

    Agora comentando os erros (destacados em vermelho):

     

    Na A, iminente tem sentido de "próximo".

    Na C, as crônicas do autor não têm a confissão como gênero próprio, mas como um gênero destacado, notório, sobressalente.

    Na D, não existe concordância n-e-n-h-u-m-a. No trecho "o confessionalismo das crônicas, que adotou como gênero", rola uma confusão a partir do momento em que o que foi adotado como gênero é o confessionalismo, e não a crônica com características confessionais, como tá bem claro no enunciado. Além disso, "fatos como base de sua matéria-prima" é uma redundância, tira toda carga significativa dos fatos como matéria-prima ou, até mesmo, como base. Loucura total.

    Na E, concordância maluca também. Atentar para o "onde", que não deixa claro a qual termo se relaciona: a matéria prima dos fatos? O gênero? As crônicas?

     

    Apesar da conjunção adversativa ("mas"), a B é a menos grotesca!

  • Nessa questão caí igual Ivete no carnaval , mas levantarei em grande estilo como ela sempre faz ! VAMOS PRA CIMAAAAAAAAAAAA !! 

  • Fquei entre a "B" e a "C". Achei que a alternativa "B" por trazer o "MAS", que, a meu ver, dá uma ideia de adversidade, não poderia ser o gabarito, uma vez que há no trecho uma ideia de ADIÇÃO:  "A crônica foi, para ele, um gênero eminentemente confessional, e os fatos (...), sua matéria-prima" . A questão não especificou que não precisava manter o sentido da frase!

     

     

    O que acham?

  • Galera, o mas não deveria atrair o "se" da letra b?

    Ou isso não ocorre por ele possuir, nessa frase, valor aditivo e não adversativo? 

     b) A sua matéria-prima foram os fatos, mas SE valeu da crônica como um gênero sobretudo apropriado às confissões. 

  • Elucidando a dúvida do Pablo M: o “mas” é conjunção coordenativa e, como todas as outras conjunções arroladas nesse grupo, torna optativa a colocação pronominal proclítica (antes do verbo) ou enclítica (após o verbo). Sendo assim, pode-se escrever “mas se valeu” ou “mas valeu-se.” Ambas têm amparo da norma-padrão.

  • 2 possíveis redações para a letra D:

     

    "O confessionalismo das crônicas, que adotou como gênero, foi marcado pelos fatos, os quais foram sua matéria-prima."

    "O confessionalismo das crônicas, que adotou como gênero, foi marcado pelos fatos, sendo esses sua matéria-prima."

  • Alguem pode me explicar porque pode ter crase antes da palavra confissōes ?

    Nao seria uma palavra masculina ?

  • Natacha, "confissões" é uma palavra feminina, e há a crase em virtude da junção da preposição A (o que é apropriado, é apropriado a alguma coisa) com o artigo definido AS (as confissões). Logo, apropriado a + as confissões = apropriado às confissões. Bons estudos!

  • Letra B.

    Na letra A, a banca tenta confundir a palava Iminente, com Eminente. Iminente significa o que está prestes a acontecer; Eminente significa Elevado; pela conjunção Sobretudo apropriado, já nos daria uma boa pista.

  • Pessoal ... 

    o Mas não é um conectivo adversativo ??

  • Colega Maria Mathias, embora eu não tenha tanta propriedade para falar dessa matéria...Entendi que, nesse caso, a conjunção adversativa "MAS" tem sentido de ADIÇÃO

    Tente fazer esse link.

  • Vejam os comentários do saudoso Cauby Peixoto e Brenda!! Esclarece sobre o "mas".

  • Uma nova, clara e correta redação. Nova e correta, a redação pode até ser, mas clara, não mesmo!

  • acredito que o MAS puxa o SE. 

    FCC vacilou.

  • Puxa não. Somente conjunções de orações subordinadas

    Com exceção do "nem" (e+não), nas orações coordenadas aditivas.

  • a) ERRADO. Para ele, por constituir um gênero com a iminência (eminência) da confissão, a crônica encontrou nos fatos sua matéria-prima. 

     

    – iminência = caráter do que está prestes a acontecer.

    – eminência = Fig. caráter do que tem superioridade moral, profissional ou intelectual.

     

    b) CERTO. A sua matéria-prima foram os fatos, mas valeu-se da crônica como um gênero sobretudo apropriado às confissões. 

     

    – Inverteram a ordam da oração. reescritura: Os fatos foram a sua matéria prima.
    – Quanto à colocação pronominal de se está correta. Pois mas é uma conj. coordenada, isso quer dizer que as conj. coordenadas não são fatores atrativos de próclise; exceto a conj. nem.

     

    c) ERRADO. Sendo um gênero próprio para as confissões, suas crônicas foram apoiadas na matéria-prima dos próprios fatos. 
     

    – Falta de clareza com a ideia original: pois as crônicas foram apoiadas em confissões, e não que elas foram apoiadas em matérias-primas.

     

    d) ERRADO. O confessionalismo das crônicas, que adotou como gênero, as quais eram marcadas pelos fatos como base de sua matéria-prima. 

     

    – Tome cuidado; usar o pronome relativo que pode gerar ambiguidade, acarretando prejuízo ao sentido. Pois não é possível saber o que foi adotado como gênero: confessionalismo ou crônicas. Logo, não é uma redação clara. Obs.: ambiguidade não gera erro gramatical, mas apenas semântico (ao sentido).

     

    e) ERRADO. A matéria-prima dos fatos constituía-se no gênero de suas crônicas, onde (em que) estas eram caracterizadas pelo teor confessional.
      

    – O pronome relativo onde deve ser usado apenas para lugares físicos (reais).

  • Errei por achar que na "b" faltou a vírgula:

     

    "A sua matéria-prima foram os fatos, mas valeu-se da crônica como um gênero, sobretudo apropriado às confissões." 

    :( 
    Bola pra frente.

  • Senhoras e senhores

    Em relação a alternativa b), o "e" do enunciado tem valor adversativo, pode ser substituído por "mas". Veja:

    A crônica foi, para ele, um gênero eminentemente confessional, e os fatos (...), sua matéria-prima → A crônica foi, para ele, um gênero eminentemente confessional, mas os fatos (...), sua matéria-prima

    Decorar conjunções "no automático" às vezes pode quebrar as pernas........abrasss 

  • Gabarito letra B

     

    Mais uma questão onde a FCC atropela a regra de atratividade das conjunções. No caso, o “mas” atrai a partícula apassivadora “se”, de modo que a correta escritura seria “mas se valeu”. Tá na hora de alguém meter uma havaiana de pau japonesa na cara desses examinadores IMBECIS da FCC.

  • A FCC, com frequência, está pecando em suas questões. Não é correto defender um gabarito tosco diante de uma questão vil. Se alguém defende esse gabarito ou as aberrações da FCC, apenas deixo uma singela frase "Quem aceita o mal sem protestar, coopera com ele." Martin Luther King.