SóProvas


ID
2673562
Banca
VUNESP
Órgão
Prefeitura de Barretos - SP
Ano
2018
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Leia o texto para responder a questão abaixo.


    Black Friday? Levantamento feito pela Folha* mostrou que boa parte dos “descontos” oferecidos nesta sexta-feira não passa de manipulações até meio infantis de preços, com o objetivo de iludir o consumidor.

    Antes, porém, de imprecar contra a ganância dos capitalistas, convém perguntar se os consumidores não desejam ser enganados. E há motivos para acreditar que pelo menos uma parte deles queira.

    No recém-lançado Dollars and Sense (dinheiro e juízo), Dan Ariely e Jeff Kreisler relatam um experimento natural que mostra que pessoas podem optar por ser “ludibriadas” voluntariamente e que, em algum recôndito do cérebro, isso faz sentido.

    A JCPenney é uma centenária loja de departamentos dos EUA que se celebrizou por jogar seus preços na lua para depois oferecer descontos “irresistíveis”. Ao fim e ao cabo, os preços efetivamente praticados estavam em linha com os da concorrência, mas os truques utilizados proporcionavam aos consumidores a sensação, ainda que ilusória, de ter feito um bom negócio, o que lhes dava prazer.

    Em 2012, o então novo diretor executivo da empresa Ron Johnson, numa tentativa de modernização, resolveu acabar com a ginástica de remarcações e descontos e adotar uma política de preços “justa e transparente”.

    Os clientes odiaram. Em um ano, a companhia perdera US$ 985 milhões e Johnson ficou sem emprego. Logo em seguida, a JCPenney remarcou os preços de vários de seus itens em até 60% para voltar a praticar os descontos irresistíveis. Como escrevem Ariely e Kreisler, “os clientes da JCPenney votaram com suas carteiras e escolheram ser manipulados”.

    Num mundo em que o cliente sempre tem razão, não é tão espantoso que empresas se dediquem a vender-lhe as fantasias que deseja usar, mesmo que possam ser desmascaradas com um clique de computador.


*Jornal Folha de São Paulo


(‘Caveat emptor’. Hélio Schwartsman. http://www1.folha.uol.com.br/ colunas/helioschwartsman/2017/11/1937658-caveat-emptor.shtml 24.11.2017. Adaptado)

Considere o seguinte trecho para responder a questão abaixo.

    Num mundo em que o cliente sempre tem razão, não é tão espantoso que empresas se dediquem a vender-lhe as fantasias que deseja usar, mesmo que possam ser desmascaradas com um clique de computador.

Assinale a alternativa em que a frase reescrita está correta quanto ao emprego da vírgula, conforme a norma-padrão da língua.

Alternativas
Comentários
  • Gabarito: D

  • OLHE  COM   ATENÇÃO   CADA  ALTERNATIVA  ELIMINE  AS  SITUAÇÕES COMUNS :  VIRGULA  SEPARANDO  SUJEITO  DO  VERBO E VERBO DO OBJETO  ,  POR  ELIMINAÇÃO  VOCE  MATA  FACIL  

     

    GABARITO   D

  • Ao comentarmos a alternativa (D), que é a correta, observamos os motivos de as demais estarem erradas.

    O adjunto adverbial “num mundo” é inicialmente de pequena extensão. Porém, ele é estendido pela oração subordinada adjetiva restritiva “ . Assim, a dupla vírgula antes de “num” e após “razão” marca a intercalação do adjunto adverbial de grande extensão.

    A oração “mesmo que p é subordinada adverbial concessiva, por isso está separada por vírgula.

    Não é tão espantoso que, num mundo em que o cliente sempre tem razão, empresas se dediquem a vender-lhe as fantasias que dese a usar, mesmo que possam ser desmascaradas...



  • ALTERNATIVA A: OPÇÃO INCORRETA. ERRO: a vírgula depois de “mundo”, pois a oração, nesse caso, é restritiva e não permite o uso da vírgula.

    ALTERNATIVA B: OPÇÃO INCORRETA. ERRO: vírgula depois de “cliente” (sujeito), pois separa o sujeito do verbo “tem”.

    ALTERNATIVA C: OPÇÃO INCORRETA. ERRO: vírgula depois de “vender-lhe”, pois separa verbo (vender-lhe) de seu complemento (as fantasias).

    ALTERNATIVA D: OPÇÃO CORRETA. Todas as vírgulas estão perfeitamente empregadas: a 1ª intercala uma adjunto adverbial de lugar; a 2ª completa a marca da intercalação precitada; a 3ª marca a oração subordinada adverbial concessiva que fecha o período.

    ALTERNATIVA E: OPÇÃO INCORRETA. ERROS: 1º - a vírgula depois do “que”, pois o pronome relativo está na ordem direta e deve ser seguido do sujeito da oração sem interrupção de pontuação; 2º - vírgula depois de “vender-lhe”, pois separa verbo (vender-lhe) de seu complemento (as fantasias). 

    Resposta: D

  • Para responder a esta questão, você precisa:
    (I) saber que as razões para uso da vírgula são sintáticas. Isso significa que, para analisar esse tipo de pontuação, devemos prestar atenção nos termos de uma oração (período simples) e nas orações de um período (período composto). Logo, o emprego da vírgula depende da identificação de estruturas sintáticas variadas, como sujeito, complementos, adjuntos adverbiais, orações coordenadas e subordinadas, por exemplo.

    (II) No interior de orações, termos subordinados não devem ser marcados por vírgula, justamente porque esta pode separá-los, desfazer a relação de dependência (subordinação) que existe entre eles.

    (III) No interior dos períodos, as orações subordinadas adverbiais em ordem direta, isto é, posicionadas depois da oração principal, poderão ter vírgula, pois, nesse caso, a pontuação é opcional. Caso contrário, se a oração subordinada adverbial estiver antes da principal, a vírgula será obrigatória, para sinalizar a antecipação dessa oração em relação a que deveria estar na frente.

    (IV) Termos e orações subordinadas podem ser posicionadas no meio do período, isto é, podem ficar intercaladas para que o seu conteúdo seja enfatizado em relação ao conteúdo das outras orações. Quando isso acontece, a estrutura intercalada precisa ser isolada por vírgulas para sinalizar a ênfase.

    Com base nessas informações, examinemos cada uma das opções:

    A) Não é tão espantoso que, num mundo, em que o cliente sempre tem razão, empresas se dediquem a vender-lhe as fantasias que deseja usar, mesmo que possam ser desmascaradas...
    ERRADA.
    Note que, no interior da oração “num mundo em que o cliente tem razão", o termo “num mundo" é um adjunto adverbial de lugar que está especificado por uma oração introduzida pelo pronome relativo EM QUE, pois não se trata de qualquer mundo, mas do mundo EM QUE O CLIENTE TEM RAZÃO. Sabemos que uma oração introduzida por um relativo e que especifica termos anterior é classificada como subordinada adjetiva restritiva. Ora, se ela se subordina ao adjunto “num mundo", não deveria haver vírgula entre esse termo de circunstância e a oração adjetiva. Essa incorreção invalida a letra A como resposta, embora a vírgula antes de “mesmo que" seja aceitável, pois esta antecede uma oração subordinada adverbial concessiva em ordem direta, ou seja, depois da oração principal (“empresas se dediquem a vender-lhe as fantasias"). Para finalizar o comentário da letra A, observe que as vírgulas que antes de “num mundo" e depois de “razão" também estão corretas, pois destacam essa construção subordinada como intercalada, ou seja, no meio do período, para dar efeito de ênfase ao conteúdo que ela carrega (o fato de o cliente ter razão).

    B) Não é tão espantoso que, num mundo em que o cliente, sempre tem razão, empresas se dediquem a vender-lhe as fantasias que deseja usar, mesmo que possam ser desmascaradas...
    ERRADA.
    Mais uma vez, reconhecemos como acertadas as vírgulas para isolar a intercalação da estrutura subordinada (“num mundo em que o cliente, sempre tem razão") e para marcar a oração subordinada adverbial em ordem direta (“mesmo que possam ser desmascaradas..."), no entanto dentro do fragmento subordinado, há uma vírgula entre “cliente" e “sempre tem razão", que também são dependentes entre si, porque “cliente" é sujeito do verbo “tem". Essa relação de forte dependência não pode ser quebrada pela presença da vírgula. Ou ainda, em outras palavras, não podemos separar sujeito de verbo por vírgula, “desmontar" a subordinação que existe entre esses termos no interior de uma oração.

    C) Não é tão espantoso que, num mundo em que o cliente sempre tem razão, empresas se dediquem a vender-lhe, as fantasias que deseja usar, mesmo que possam ser desmascaradas...
    ERRADA.
    Mesmo que as duas primeiras vírgulas marquem a construção subordinada intercalada e a última, antes de “mesmo que", sinalize a presença de uma oração subordinada adverbial em ordem direta, sendo analisadas como corretas, a vírgula entre “lhe" e “as fantasias" está errada. Isso porque “vender" é um verbo transitivo direto e indireto, o que significa afirmar que a ele se subordinam dois complementos, um com preposição, ou o objeto indireto (Lhe) e outro sem preposição, ou o seu objeto direto (“as fantasias"). Como não podemos separar vírgulas de estruturas subordinadas do período simples, como sujeito de verbo e verbo de complementos, a letra C não poderia ser considerada a resposta da questão.

    D) Não é tão espantoso que, num mundo em que o cliente sempre tem razão, empresas se dediquem a vender-lhe as fantasias que deseja usar, mesmo que possam ser desmascaradas...
    CORRETA.
    Por tudo o que se explicou nas opções anteriores, as vírgulas estão corretas por marcar um fragmento subordinado intercalado e sinalizar que a oração subordinada adverbial concessiva está em ordem direta, depois da principal.


    E) Não é tão espantoso que num mundo em que, o cliente sempre tem razão, empresas se dediquem a vender-lhe, as fantasias que deseja usar, mesmo que possam ser desmascaradas...
    ERRADA.
    Também por razões já conhecidas, sabemos que a vírgula antes de “o cliente" interrompe a ligação entre estruturas subordinadas da oração adjetiva, separando o pronome relativo do restante dessa oração; além disso, antes de “num mundo" faltou a primeira vírgula do par de vírgulas que deve intercalar o fragmento subordinado para provocar efeito de ênfase.

    Resposta: D