SóProvas


ID
2673565
Banca
VUNESP
Órgão
Prefeitura de Barretos - SP
Ano
2018
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Leia o texto para responder a questão abaixo.


    Black Friday? Levantamento feito pela Folha* mostrou que boa parte dos “descontos” oferecidos nesta sexta-feira não passa de manipulações até meio infantis de preços, com o objetivo de iludir o consumidor.

    Antes, porém, de imprecar contra a ganância dos capitalistas, convém perguntar se os consumidores não desejam ser enganados. E há motivos para acreditar que pelo menos uma parte deles queira.

    No recém-lançado Dollars and Sense (dinheiro e juízo), Dan Ariely e Jeff Kreisler relatam um experimento natural que mostra que pessoas podem optar por ser “ludibriadas” voluntariamente e que, em algum recôndito do cérebro, isso faz sentido.

    A JCPenney é uma centenária loja de departamentos dos EUA que se celebrizou por jogar seus preços na lua para depois oferecer descontos “irresistíveis”. Ao fim e ao cabo, os preços efetivamente praticados estavam em linha com os da concorrência, mas os truques utilizados proporcionavam aos consumidores a sensação, ainda que ilusória, de ter feito um bom negócio, o que lhes dava prazer.

    Em 2012, o então novo diretor executivo da empresa Ron Johnson, numa tentativa de modernização, resolveu acabar com a ginástica de remarcações e descontos e adotar uma política de preços “justa e transparente”.

    Os clientes odiaram. Em um ano, a companhia perdera US$ 985 milhões e Johnson ficou sem emprego. Logo em seguida, a JCPenney remarcou os preços de vários de seus itens em até 60% para voltar a praticar os descontos irresistíveis. Como escrevem Ariely e Kreisler, “os clientes da JCPenney votaram com suas carteiras e escolheram ser manipulados”.

    Num mundo em que o cliente sempre tem razão, não é tão espantoso que empresas se dediquem a vender-lhe as fantasias que deseja usar, mesmo que possam ser desmascaradas com um clique de computador.


*Jornal Folha de São Paulo


(‘Caveat emptor’. Hélio Schwartsman. http://www1.folha.uol.com.br/ colunas/helioschwartsman/2017/11/1937658-caveat-emptor.shtml 24.11.2017. Adaptado)

Considere o seguinte trecho para responder a questão abaixo.

Num mundo em que o cliente sempre tem razão, não é tão espantoso que empresas se dediquem a vender-lhe as fantasias que deseja usar, mesmo que possam ser desmascaradas com um clique de computador.

Considerando a relação de concessão estabelecida pela expressão destacada em – ... mesmo que possam ser desmascaradas com um clique de computador. –, assinale a alternativa cuja expressão destacada estabelece a mesma relação de sentido.

Alternativas
Comentários
  • D) ... ainda que ilusória, de ter feito um bom negócio, o que lhes dava prazer.

     

    Concessivas(contraste): ainda que, apesar de que, embora, posto que, mesmo que, quando mesmo, conquanto, nem que, se bem que, ainda quando, sem que, a despeito de, não obstante, posto que, por mais que, por pior que, malgrado, em que pese, etc.

     

    "Embora" é o representante mais ilustre das concessivas. Agora, "malgrado" é de chutar os bago! kkk

     

  • Mesmo que, Ainda que = Concessiva

  • A locução conjuntiva “mesmo que” é subordinativa adverbial concessiva. O mesmo ocorre com a locução conjuntiva “ainda que”. Assim, a alternativa (D) é a correta.

  • Primeiramente, é imperioso ressaltar que a locução indicada no trecho do enunciado (mesmo que) tem valor concessivo, ideia-valor de oposição, mas que não anula a informação contida na outra oração.

    ALTERNATIVA A: OPÇÃO INCORRETA. “Antes, porém, de imprecar contra a ganância dos capitalistas...” – conjunção coordenativa adversativa, que tem valor-ideia de oposição, que anula o que se informa na outra oração, bem como as equivalentes MAS, CONTUDO, TODAVIA etc.

    ALTERNATIVA B: OPÇÃO INCORRETA. “.... jogar seus preços na lua para depois oferecer descontos “irresistíveis”. – preposição essencial com valor-ideia de finalidade, tendo como equivalentes as expressões A FIM DE QUE, COM A FINALIDADE DE etc.

    ALTERNATIVA C: OPÇÃO INCORRETA.mas os truques utilizados proporcionavam aos consumidores a sensação...” – conjunção coordenativa adversativa, que tem valor-ideia de oposição, que anula o que se informa na outra oração, bem como as equivalentes PORÉM, CONTUDO, TODAVIA etc.

    ALTERNATIVA D: OPÇÃO CORRETA.ainda que ilusória, de ter feito um bom negócio, o que lhes dava prazer.” – locução conjuntiva com valor-ideia de concessão, de caráter opositivo, mas que não anula a informação contida na outra oração, assim como as equivalentes: MESMO QUE, CONQUANTO, EMBORA etc.

    ALTERNATIVA E: OPÇÃO INCORRETA.Como escrevem Ariely e Kreisler, “os clientes da JCPenney votaram com suas carteiras...” –  COMO, conjunção subordinativa conformativa, que expressa ideia-valor de CONFORMIDADE, assim como as equivalentes: CONFORME, CONSOANTE etc.

  • GABARITO: LETRA D

    Concessivas: introduzem uma oração que expressa ideia contrária à da principal, sem, no entanto, impedir sua realização. São elas: embora, ainda que, apesar de que, se bem que, mesmo que, por mais que, posto que, conquanto, etc. Por exemplo:

    Embora fosse tarde, fomos visitá-lo.
    Eu não desistirei desse plano mesmo que todos me abandonem.

    FONTE: https://www.soportugues.com.br/secoes/morf/morf86.php