SóProvas


ID
2687722
Banca
VUNESP
Órgão
Câmara de Valinhos - SP
Ano
2017
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

      Considerando o papel que a mídia ocupa na política contemporânea, somos obrigados a perguntar: em que espécie de democracia estamos pensando quando desejamos que nossa sociedade seja democrática? Permitam que eu comece contrapondo duas concepções diferentes de democracia. Uma delas considera que uma sociedade democrática é aquela em que o povo dispõe de condições de participar de maneira significativa na condução de seus assuntos pessoais e na qual os canais de informação são acessíveis e livres. Se você consultar no dicionário o verbete “democracia”, encontrará uma definição parecida com essa.

      Outra concepção de democracia é aquela que considera que o povo deve ser impedido de conduzir seus assuntos pessoais e os canais de informação devem ser estreita e rigidamente controlados. Esta pode parecer uma concepção estranha de democracia, mas é importante entender que ela é a concepção predominante. Vou dizer algumas palavras sobre essa noção de democracia.

      Consideremos a primeira operação de propaganda governamental de nossa era, que aconteceu no governo de Woodrow Wilson, eleito presidente dos Estados Unidos em 1916, bem na metade da Primeira Guerra Mundial. A população estava extremamente pacifista e não via motivo algum que justificasse o envolvimento numa guerra europeia. O governo Wilson estava, na verdade, comprometido com a guerra e tinha de fazer alguma coisa a respeito disso. Foi constituída uma comissão de propaganda governamental, a Comissão Creel, que conseguiu, em seis meses, transformar uma população pacifista numa população que queria destruir tudo o que fosse alemão, entrar na guerra e salvar o mundo.

      Entre os que participaram ativa e entusiasticamente na campanha liderada por Wilson estavam intelectuais progressistas, que lançaram mão dos instrumentos mais diversos para conduzir à guerra uma população relutante, por meio do terror e da indução a um fanatismo xenófobo. Inventaram, por exemplo, que os hunos cometiam uma série de atrocidades, como arrancar os braços de bebês belgas, e toda sorte de fatos horripilantes que ainda podem ser encontrados em alguns livros de história.


(Noam Chomsky. Mídia: propaganda política e manipulação. Trad. Fernando Santos. São Paulo, Martins Fontes, 2013. Adaptado)

Assinale a alternativa em que o trecho do texto está reescrito em conformidade com a norma-padrão da língua, tendo-se a expressão destacada substituída pelo pronome correspondente.

Alternativas
Comentários
  • Gab. D

     

    a) Permitam que eu comece as contrapondo. → O pronome relativo que atrai a próclise.

     

    b) Se você a consultar no dicionário. → Consultar é VTD (lhe usa-se apenas nos VTI).  Ademais, a conjunção condicional se atrai a próclise.

     

    c) o povo deve ser impedido de conduzi-los. → Quando o verbo termina em -z, -s ou -r, o pronome assume a forma lo, los, la ou las.

     

    d) motivo algum que o justificasse. → Correto: o pronome relativo que atrai a próclise.

     

    e) lançaram mão dos instrumentos mais diversos para conduzi-la à guerra. → Conduzir é VTD, e verbo terminado em -r o pronome fica: lo.

     

     

    Abraço e bons estudos.

     

  • Sobre a letra A: O correto é "as contrapondo" mesmo.

    E o motivo não é porque o "QUE" é fator atrativo e sim porque se trata de uma oração subordinada.

    Nesse caso somente é admitido próclise.

  • Sobre a letra A:

    Classifica-se Ênclise quando o verno estiver no gerúndio.

    Porém está da maneira incorreta.

    O correto seria: contrapondo-as.

    Pelo menos foi assim que eu aprendi.

    Bons estudos.

  • Sobre a letra A:

    Classifica-se Ênclise quando o verno estiver no gerúndio.

    Porém está da maneira incorreta.

    O correto seria: contrapondo-as.

    Pelo menos foi assim que eu aprendi.

    Bons estudos.

  • Na minha humilde opinião a E ficaria correta assim:

    ...para a conduzir à guerra. O lhe só pode ocupar o lugar do objeto indireto no casso, à guerra. É o meu raciocínio mas posso está errado