SóProvas


ID
2692660
Banca
VUNESP
Órgão
IAMSPE
Ano
2011
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

                     Trompas de Falópio, out; tubas uterinas, in.


      Há um pouco mais de uma década, médicos de 16 países se reuniram em São Paulo e anunciaram que, depois de estudos, seis mil partes do corpo humano tinham sido rebatizadas com novos nomes oficiais. Nunca mais tivemos dor de ouvido, só dor de orelhas.

      Eles descobriram que muitos dos nomes antigos já não serviam. E foram bem claros: só os nomes estavam mudando, as funções permaneciam as mesmas. Ah, bom! A velha orelha, portanto, continuava a ser orelha, própria para levar um puxão ou para carregar um brinco, mas seria chamada de orelha externa. E o ouvido, subitamente evaporado dos dicionários médicos, passava a ser orelha interna.

      Outro que dançou nessa revolução foi o cotovelo, renomeado de cúbito. Donde, no caso de alguma namorada ter mandado passear o amado, ele não teve dor de cotovelo, mas dor de cúbito. E ainda, como houvesse no braço um osso chamado cúbito, foi necessário fazer um ajuste – este passou a se chamar ulna, a fim de liberar espaço para o novo cúbito que aposentou o cotovelo.

      O bravo aparelho digestivo também mudou de nome. Tornou-se o sistema digestório. Eu não me surpreenderia se, nos últimos tempos, ele tivesse negado fogo diante de uma buchada de bode ou de um mortífero sarapatel, apenas por não se reconhecer como um sistema “digestório”.

      O que os nomes antigos tinham de errado? Suspeita-se que, por trás das explicações, está o “politicamente correto”.

      Os cientistas aproveitaram para cassar nomes que há séculos vinham batizando certas partes do corpo. De um dia para outro, não eram mais adequados. Alguns, porque apenas se referiam a homens: é o caso do poético pomo de adão, que, depois da constatação de que mulheres também o possuem, passou a ser chamado, prosaicamente, de proeminência laríngea. Ou do tendão de aquiles, hoje o tendão calcâneo. A trompa de Eustáquio tornou-se a tuba auditiva. E as trompas de Falópio passaram a ser as tubas uterinas.

      Os médicos justificam que essa nova nomeação veio tarde, que os nomes eram imprecisos e que aquelas partes do ouvido e do útero estavam mais para tuba que para trompas. Mas será que a mulher ficará mais contente ao saber que, no lugar das trompas, passou a carregar em suas entranhas um par de tubas uterinas? Não bastava o sentido pejorativo do verbo entubar?

      O fato é que, certamente, os cientistas tiveram excelentes motivos para corrigir certas descrições anatômicas. Se não, como explicar a manutenção de expressões como esqueleto, glote, piloro, úvula, genivalgo ou movimentos peristálticos?

                                                           (Rui Castro, in: Ser médico. Adaptado)

Analise as afirmações.


I. Na frase – ... é o caso do poético pomo de adão, que, depois da constatação de que mulheres também o possuem... (6.º parágrafo) – o pronome o retoma a expressão pomo de adão.

II. Na frase – um pouco mais de uma década... (1.º parágrafo) – a palavra em destaque expressa a ideia de tempo decorrido.

III. Segundo a norma padrão, o trecho – E ainda, como houvesse no braço um osso chamado... (3.º parágrafo) – escrito no plural é: E ainda, como houvessem no braço uns ossos chamados... .


Está correto apenas o contido em

Alternativas
Comentários
  • III. Segundo a norma padrão, o trecho – E ainda, como houvesse no braço um osso chamado... (3.º parágrafo) – escrito no plural é: E ainda, como houvessem no braço uns ossos chamados... . (Haver no sentido de exixtir é impessoal)

  • CORRETO ;

    I. Na frase – ... é o caso do poético pomo de adão, que, depois da constatação de que mulheres também o possuem... (6.º parágrafo) – o pronome o retoma a expressão pomo de adão.


    Os cientistas aproveitaram para cassar nomes que há séculos vinham batizando certas partes do corpo. De um dia para outro, não eram mais adequados. Alguns, porque apenas se referiam a homens: é o caso do poético pomo de adão [ fomoso GOGÓ no pescoço dos homens kkk], que, depois da constatação de que mulheres também o [possuem gogó] possuem, passou a ser chamado, prosaicamente, de proeminência laríngea. Ou do tendão de aquiles, hoje o tendão calcâneo. A trompa de Eustáquio tornou-se a tuba auditiva. E as trompas de Falópio passaram a ser as tubas uterinas.


    CORRETO;

    II. Na frase – um pouco mais de uma década... (1.º parágrafo) – a palavra em destaque expressa a ideia de tempo decorrido. - HÁ COM SENTIDO DE TEMPO PERCORRIDO, "FAZ UM POUCO MAIS DE UMA DECÁDA..."


    ERRADO.

    III. Segundo a norma padrão, o trecho – E ainda, como houvesse no braço um osso chamado... (3.º parágrafo) – escrito no plural é: E ainda, como houvessem no braço uns ossos chamados...- VERBO HAVER NO SENTIDO DE EXISTIR É IMPESSOAL, LOGO NÃO CONCORDA EM NÚMERO NEM EM GENÊRO COM O SUJEITO, MAAAAAAAS TEM QUE CONCORDAR NA CORRELAÇÃO TEMPORAL.



    GABARITO LETRA D.


    BONS ESTUDOS, PACIÊNCIA É UMA VIRTUDE.


  • GABARITO D

    Verbo HAVER no sentido de EXISTIR será sempre IMPESSOAL, não flexionará e ficará no SINGULAR.

    bons estudos

  • GABARITO D

    Verbo HAVER no sentido de EXISTIR será sempre IMPESSOAL, não flexionará e ficará no SINGULAR.

    bons estudos

  • GABARITO D

    Verbo HAVER no sentido de EXISTIR será sempre IMPESSOAL, não flexionará e ficará no SINGULAR.

    bons estudos

  • GABARITO D

    Verbo HAVER no sentido de EXISTIR será sempre IMPESSOAL, não flexionará e ficará no SINGULAR.

    bons estudos

  • GABARITO D

    Verbo HAVER no sentido de EXISTIR será sempre IMPESSOAL, não flexionará e ficará no SINGULAR.

    bons estudos

  • GABARITO D

    Verbo HAVER no sentido de EXISTIR será sempre IMPESSOAL, não flexionará e ficará no SINGULAR.

    bons estudos

  • GABARITO D

    Verbo HAVER no sentido de EXISTIR será sempre IMPESSOAL, não flexionará e ficará no SINGULAR.

    bons estudos

  • GABARITO D

    Verbo HAVER no sentido de EXISTIR será sempre IMPESSOAL, não flexionará e ficará no SINGULAR.

    bons estudos