SóProvas


ID
2702728
Banca
FCC
Órgão
SABESP
Ano
2018
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

      Foi em 1964. Vinícius de Moraes esperava pelo jornalista e compositor Antônio Maria num chalezinho em Barão de Mauá, onde tinham combinado passar alguns dias. Eram mais que amigos − irmãos. De repente, foram dar a Vinícius a notícia de que Antônio Maria morrera na véspera, de infarto. Vinícius sentiu o que chamou de “coice da morte” e se deixou ficar, arrasado, na varanda do chalé. Naquele momento, um passarinho entrou pela varanda e começou a fazer evoluções à sua volta. Era um passarinho gordo, como Maria. O poeta escreveu depois: “Tenho certeza que aquele passarinho gordo era você, meu Maria, fazendo palhaçada para me tirar da fossa”.

      Vinícius tinha prática nesses assuntos. Em 1955, morrera-lhe outro amigo querido, Jayme Ovalle. Dias depois, Vinícius escreveu a Manuel Bandeira: “Ele [Ovalle] não tem me largado um instante. Agora mesmo que estou te escrevendo, está sentado na poltrona em frente” − e descreveu uma longa cena do amigo morto que o visitava. Ovalle morrera no Rio e Vinícius estava em Paris, detalhe insignificante no além.

      Quando se perde um amigo, vêm o vazio e a sensação de que, por mais que se falassem, os dois não disseram tudo.

(Adaptado de: CASTRO, Ruy. Disponível em: folha.uol.com.br. Acessado em: 30/3/18) 

Considere as afirmações abaixo a respeito da crônica de Ruy Castro.


I. Em Vinícius de Moraes esperava pelo jornalista e compositor Antônio Maria num chalezinho em Barão de Mauá, onde tinham combinado passar alguns dias (1° parágrafo), os tempos verbais indicam, respectivamente, uma ação que estava se processando e outra anterior a ela.

II. A partir da afirmação de que Vinícius tinha prática nesses assuntos (2°parágrafo), depreende-se que ele já havia escrito poemas sobre tais questões, de modo que pôde enfrentar a perda de Maria com serenidade.

III. Com o comentário detalhe insignificante (2° parágrafo), o autor refere-se, com humor, à grande distância entre o Rio e Paris.


Está correto o que se afirma APENAS em

Alternativas
Comentários
  • O erro da II é que  lendo a parte "Vinícius sentiu o que chamou de “coice da morte”,  não tem como dizer que ele enfrentou a notícia da morte com serenidade.

  • Esperava pelo jornalista : Agora 

    onde tinham combinado : Ele estava esperando pq tinha combinado antes 

    Então ...  uma ação que estava se processando e outra anterior a ela

     

  • Gabarito Letra E 

    I. Em Vinícius de Moraes esperava pelo jornalista e compositor Antônio Maria num chalezinho em Barão de Mauá, onde tinham combinado passar alguns dias (1° parágrafo), os tempos verbais indicam, respectivamente, uma ação que estava se processando e outra anterior a ela.

    Resposta: Vinicius esparava hoje de acordo com o que tinham combinado anteriormente, assim é verdadeira a afirmação: os tempos verbais indicam, respectivamente, uma ação que estava se processando e outra anterior a ela.

    II. A partir da afirmação de que Vinícius tinha prática nesses assuntos (2°parágrafo), depreende-se que ele já havia escrito poemas sobre tais questões, de modo que pôde enfrentar a perda de Maria com serenidade.

    Resposta: Falso: Vinicius havia escrito sobre a morte e não quer dizer que enfrentou a perda de Maria com serenidade.

    III. Com o comentário detalhe insignificante (2° parágrafo), o autor refere-se, com humor, à grande distância entre o Rio e Paris.

    Resposta: A distância não importa para quem está morto, por isso fala detalhe insignificante no além.

  • II. A partir da afirmação de que Vinícius tinha prática nesses assuntos (2°parágrafo), depreende-se que ele já havia escrito poemas sobre tais questões, de modo que pôde enfrentar a perda de Maria com serenidade.

     

    Não diz nada sobre poema, muito menos POEMAS.

     

     

  • Quanto ao item III - Com o comentário detalhe insignificante (2° parágrafo), o autor refere-se, com humor, à grande distância entre o Rio e Paris. -Ela cita que houve humor neste comentário. .Vi que um colega comentou em outra questão quanto à sutileza da FCC nesse aspecto. Realmente faz sentido e é necessário estar atento ao detalhe que passa quase que despercebido...

  • III. Com o comentário detalhe insignificante (2° parágrafo), o autor refere-se, com humor, à grande distância entre o Rio e Paris.

    Complicado esse "COM HUMOR". Errei a questão porque não consegui identificar esse humor, já que se tratava da morte de um amigo querido. 

  • Aos não assinantes,

    GABARITO: C

  • FCC... :)

  • eu acertei , porém , não vi tanto humor assim , só se for humor negro 

  • Com relação ao item II, depreende-se do texto que, se Vinícius de Moraes "se deixou ficar, arrasado, na varanda do chalé.", com certeza, ele não estava sereno.

  • Letra C.

    I. o autor narra um fato: Vinícius de Morais esperava  pelo jornalista (...), mas tinham (haviam) combinado... 

    III.  Ovalle morrera no Rio e Vinícius estava em Paris, detalhe insignificante no além. ( exprime humor, ou desdém).

  • Pessoal, só reforçando: quando a FCC utilizar a palavra humor, automáticamente livrem a mente de vocês de comediantes. Não tem nada a ver com isso. O humor ao qual a FCC normalmente se refere diz respeito mais ao sarcasmo do que à piada. É algo mais discreto, inteligente e estiloso. Na verdade, muitas vezes não tem nem a intenção de fazer as pessoas rirem. É algo mais singelo, só que mais ácido, ao mesmo tempo. Sempre vejo as pessoas reclamando da FCC porque não "encontraram o humor", não "acharam tão engraçado". Fiquem espertos e abram a mente para os ensinamentos das bancas entrarem. Não tô dizendo que é FCC é quem define o que é humor ou não, mas esse é o estilo de cobrança dela. Cabe a nós adaptarmos o quanto antes nosso estudo à banca.

  • III. Com o comentário detalhe insignificante (2° parágrafo), o autor refere-se, com humor, à grande distância entre o Rio e Paris.

     

    Ao invés de humor, eu interpretei que o autor quiz dizer que a distância não importa para quem está morto. Por isso, errei. 

  • Esse "humor" é o que dificulta a questão, você tem certeza da I, mas como não acha o "humor" na III acaba indo na opção II ou só I, aí se lasca ( como eu). Segundo meu professor, a FCC chama tudo que for IRÔNICO de humor, então a sacada realmente é entender o que a banca considera. Ou seja, anos e anos e anos de estudo e a pessoa pode cair em um detalhe desses se não tiver conhecimento! Só Jesus salva

  • Falar que a ll á certa, desculpem-me hem! Pra mim , letra E tbm! O cara tava arrasado, tomou um '' coice da morte'' e tava sereno...ahan vai nessa!

    -----------------------------------------

    Gabarito Letra E 

    I. Em Vinícius de Moraes esperava pelo jornalista e compositor Antônio Maria num chalezinho em Barão de Mauá, onde tinham combinado passar alguns dias (1° parágrafo), os tempos verbais indicam, respectivamente, uma ação que estava se processando e outra anterior a ela.

    Resposta: Vinicius esparava hoje de acordo com o que tinham combinado anteriormente, assim é verdadeira a afirmação: os tempos verbais indicam, respectivamente, uma ação que estava se processando e outra anterior a ela.

    II. A partir da afirmação de que Vinícius tinha prática nesses assuntos (2°parágrafo), depreende-se que ele já havia escrito poemas sobre tais questões, de modo que pôde enfrentar a perda de Maria com serenidade.

    Resposta: Falso: Vinicius havia escrito sobre a morte e não quer dizer que enfrentou a perda de Maria com serenidade.

    III. Com o comentário detalhe insignificante (2° parágrafo), o autor refere-se, com humor, à grande distância entre o Rio e Paris.

    Resposta: A distância não importa para quem está morto, por isso fala detalhe insignificante no além.