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ID
2704180
Banca
CESPE / CEBRASPE
Órgão
EBSERH
Ano
2018
Provas
Disciplina
Psicologia
Assuntos

Com relação a psicodiagnóstico e psicoterapia, julgue o item subsequente.


Um dos riscos na atividade de psicodiagnóstico é a fragmentação em dimensões — biológica, psicológica, sociológica etc. —, o que contribui para a instabilidade, o reducionismo e a heterogeneidade da prática profissional.

Alternativas
Comentários
  • Certo


    Assim, o psicodiagnóstico e a psicoterapia se apóiam num corpo de conhecimentos produzido, gerido e reformulado coletivamente, e definitivamente não estável nem homogêneo, mas, pelo contrário, instável e heterogêneo, tendente à fragmentação e atomização. Como conseqüência dessa instabilidade e heterogeneidade e da tendência à fragmentação e atomização, embora lidemos com organismos totais, a análise e o entendimento (diagnóstico) e a intervenção (terapia) de/em cada um daqueles componentes (biológicos, psíquicos, sociais, culturais, etc.) acaba por mobilizar "saberes" também fragmentados, quando não isolados (Medicina, Psicologia, Sociologia, Antropologia, Lingüística, etc.), dividindo o sujeito examinado em relação a si mesmo, enquanto sujeito mesmo, em dimensões (biopsicossocial, etc.) nem sempre compatíveis, divisão cujos critérios são geralmente de caráter teórico ou doutrinário. Grosseiramente falando, "uma perspectiva biológica acha que tudo vem do corpo", "uma perspectiva psicológica acha que tudo vem da mente", "uma perspectiva sociológica acha que tudo vem da sociedade", etc. Estamos, então, defronte a um primeiro perigo a que esse plano de fratura submete a atividade psicodiagnóstica: a ausência ou a dificuldade de estabelecimento de uma perspectiva teórica unificada sobre o objeto de análise - a pessoa/sujeito - pode conduzir a uma análise instável, reducionista, heterogênea ou fragmentária, que o reduzirá a agrupamentos mais ou menos consistentes de entidades teóricas muitas vezes não relacionadas ou incomensuráveis entre si, como "hipotálamo", "ego", "estímulo", "reforço", "consciência", "motivação", "pulsão", etc.


    http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1414-98932005000200005

  • A questão tem embasamento no artigo de Ari Pedro Balieiro Junior, “Psicodiagnóstico e psicoterapia dimensões e paradoxos", no qual o autor discorre que quando o objeto de estudo é o homem, as várias disciplinas, bem como suas teorias e doutrinas, tendem a abordá-lo de pontos de vista diversos, e, assim, dividem-no em "componentes" (biológicos, psíquicos, sociais, culturais, etc.) mais ou menos relacionados ou integrados. Dessa forma, psicodiagnóstico e a psicoterapia se apóiam num corpo de conhecimentos produzido, gerido e reformulado coletivamente, e definitivamente não estável nem homogêneo, mas, pelo contrário, instável e heterogêneo, tendente à fragmentação e atomização. Temos então, uma análise, um entendimento (diagnóstico) e uma intervenção (terapia) fragmentados em cada um daqueles componentes (biológicos, psíquicos, sociais, culturais, etc.) e que acabam por mobilizar saberes também fragmentados, quando não isolados, como a Medicina, a Psicologia, a Sociologia, a Antropologia, a Linguística, etc. O sujeito torna-se divido em relação a si mesmo, enquanto sujeito mesmo, sob critérios de caráter teórico ou doutrinário, e em dimensões (biopsicossocial, etc.) nem sempre compatíveis. O risco nessa fratura a qual é submetida a atividade psicodiagnóstica é a ausência ou a dificuldade de estabelecimento de uma perspectiva teórica unificada sobre o objeto de análise - a pessoa/sujeito - pode conduzir a uma análise instável, reducionista, heterogênea ou fragmentária, que o reduzirá a agrupamentos mais ou menos consistentes de entidades teóricas muitas vezes não relacionadas ou incomensuráveis entre si, como "hipotálamo", "ego", "estímulo", "reforço", "consciência", "motivação", "pulsão", etc.

    O artigo pode ser encontrado na íntegra em: http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1414-98932005000200005

    GABARITO: CERTO