A
questão tem embasamento no artigo de Ari
Pedro Balieiro Junior, “Psicodiagnóstico e psicoterapia dimensões e paradoxos",
no qual o autor discorre que quando o objeto de estudo é o homem, as
várias disciplinas, bem como suas teorias e doutrinas, tendem a abordá-lo de
pontos de vista diversos, e, assim, dividem-no em "componentes"
(biológicos, psíquicos, sociais, culturais, etc.) mais ou menos relacionados ou
integrados.
Dessa forma, psicodiagnóstico e a psicoterapia se
apóiam num corpo de conhecimentos produzido, gerido e reformulado
coletivamente, e definitivamente não estável nem homogêneo, mas, pelo
contrário, instável e heterogêneo, tendente à fragmentação e atomização. Temos
então, uma análise, um entendimento (diagnóstico) e uma intervenção (terapia) fragmentados
em cada um daqueles componentes (biológicos, psíquicos, sociais, culturais, etc.)
e que acabam por mobilizar saberes também fragmentados, quando não isolados,
como a Medicina, a Psicologia, a Sociologia, a Antropologia, a Linguística,
etc. O sujeito torna-se divido em relação a si mesmo, enquanto sujeito mesmo, sob
critérios de caráter teórico ou doutrinário, e em dimensões (biopsicossocial,
etc.) nem sempre compatíveis. O risco nessa fratura a qual é submetida a
atividade psicodiagnóstica é a ausência ou a dificuldade de estabelecimento de
uma perspectiva teórica unificada sobre o objeto de análise - a pessoa/sujeito
- pode conduzir a uma análise instável, reducionista, heterogênea ou
fragmentária, que o reduzirá a agrupamentos mais ou menos consistentes de
entidades teóricas muitas vezes não relacionadas ou incomensuráveis entre si, como
"hipotálamo", "ego", "estímulo",
"reforço", "consciência", "motivação",
"pulsão", etc.
O
artigo pode ser encontrado na íntegra em:
http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1414-98932005000200005GABARITO: CERTO