SóProvas


ID
2706178
Banca
UERR
Órgão
SETRABES
Ano
2018
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

TEXTO I

Cuidado: uso excessivo de internet e celular pode viciar.

Danos ao cérebro seriam similares aos de drogas como a cocaína.

por Sérgio Matsuura
09/06/2013 22:00

RIO — A tecnologia está definitivamente presente na vida cotidiana. Seja para consultar informações, conversar com amigos e familiares ou apenas entreter, a internet e os celulares não saem das mãos e mentes das pessoas. Por esse motivo, especialistas alertam: o uso excessivo dessas ferramentas pode viciar. Apesar de o distúrbio ainda não constar no Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais, estudos recentes apontam que as mudanças causadas no cérebro pelo abuso na utilização da web são similares aos efeitos de drogas químicas, como o álcool e a cocaína.
— A dependência pela tecnologia é comportamental, as outras são químicas, mas ela causa o mesmo desgaste na ponta do neurônio que as drogas — explica Cristiano Nabuco de Abreu, coordenador do Grupo de Dependências Tecnológicas do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas de São Paulo.
Fobia de perder o celular
O problema, dizem os especialistas, é o usuário conseguir diferenciar a dependência do uso considerado normal. Hoje, a internet e os celulares são ferramentas profissionais e de estudo. De acordo com pesquisa realizada pela Google no ano passado, 73% dos brasileiros que possuem smartphones não saem de casa sem eles. A advogada Nídia Aguilar, por exemplo, diz se sentir ansiosa e incomodada quando fica longe do celular, pois usa o aparelho para se comunicar com clientes. Apesar de estar ciente do uso excessivo, ela considera o telefone fundamental para o trabalho.
— A linha que separa o uso do abuso é tênue. Mesmo que se use muito o celular, isso não caracteriza o vício. Na dependência patológica, o uso excessivo está ligado a um transtorno de ansiedade, como pânico ou fobia social — afirma a psicóloga Anna Lucia Spear King, pesquisadora do Laboratório de Pânico e Respiração do Instituto de Psiquiatria da UFRJ.
A pesquisadora é a pioneira no estudo científico da nomofobia, nome cunhado na Inglaterra para descrever o medo de ficar sem celular (no + mobile + fobia).
Ela explica que os principais sintomas da síndrome são angústia e sensação de desconforto quando se está sem o telefone e mudanças comportamentais, como isolamento e falta de interesse em outras atividades.
— Isso pode indicar que a pessoa está com algum problema que precisa ser investigado.
Atenção especial às crianças
A professora de piano Olga de Lena não se considera viciada em celular, mas admite que faz uso exagerado do seu iPhone. Ela diz não largar o telefone por questões profissionais. E ressalta os pontos positivos de ter conexão à internet na palma da mão, como pesquisar músicas durante uma aula ou usar o mapa para se localizar.
— Estou sempre com ele. O aluno pede uma música e eu acesso na mesma hora. Quando vou a um restaurante, ele fica em cima da mesa. Sei que não é de bom tom, mas eu deixo mesmo que seja no silencioso — conta Olga, que relata a sensação de ficar sem o smartphone. — É desesperador! Eu perdi o meu aparelho recentemente e me senti como se estivesse doente, faltando uma parte de mim.
O relato de Olga pode ser considerado normal, mas existem casos que chamam atenção. Cristiano Nabuco atendeu a uma mãe que tinha que dar o celular para o filho de dois anos para que ele saísse da cama. Pior, no shopping a criança pedia colo para as vendedoras das lojas para tocar no teclado. Segundo o psicólogo, a tecnologia está se tornando uma espécie de babá eletrônica, e os pais não conseguem medir as consequências disso.
É comum ver, em festas infantis, crianças isoladas com o celular do pai na mão em vez de estar brincando com os colegas. De acordo com Nabuco, tal comportamento interfere no desenvolvimento emocional do indivíduo, o que pode acarretar transtornos na fase adulta. Ele recomenda que os pais não deem smartphones e tablets para crianças muito novas e monitorem como os filhos estão usando a internet.
No Hospital das Clínicas de São Paulo, o tratamento da dependência em tecnologia é feito com 18 reuniões semanais de psicoterapia de grupo, tratamento psiquiátrico e suporte emocional para os familiares, modelo parecido com o adotado para outros vícios. A pesquisadora Anna Lucia explica que, em alguns casos, é preciso tomar medicação.
A psicóloga Luciana Nunes, do Instituto Psicoinfo, pede ações do governo para o tratamento dos dependentes. Segundo ela, existem diversos projetos para promover a inclusão digital, mas não para apoiar quem sofre com o uso em excesso da tecnologia.
— Com a popularização dos smartphones, o problema tende a crescer. Quanto mais interativo é o aparelho, maior o potencial de dependência — afirma a psicóloga.
Para não sofrer desse mal, os especialistas recomendam moderação, mesmo que o smartphone ou a internet sejam essenciais para determinadas atividades. Cristiano Nabuco aconselha que as pessoas fiquem ao menos uma hora por dia longe do celular e desabilitem as notificações automáticas de e-mail e redes sociais. Também é essencial manter atividades ao ar livre, com encontros presenciais com outras pessoas. É o que faz o estudante de administração Felipe Souza. Pelo celular, ele joga, manda mensagens, lê e-mails e até assiste televisão. Na internet, conversa pelo Skype e participa de jogos on-line, mas não abandona o futebol semanal com os amigos.
— O celular não afeta o meu dia a dia. Só fico com ele na mão quando não tenho nada melhor para fazer — diz.

https://oglobo.globo.com/sociedade/tecnologia/cuid ado-uso-excessivo-de-internet-celular-pode-viciar8636717

Assinale o item em que as classificações sintáticas dos verbos sublinhados nas frases I e II têm correspondência.

Alternativas
Comentários
  • Errei essa questão, mas fui buscar respostas.

    A questão pede classificação sintática dos verbos, portanto se são Regulares, Irregulares, Pronominais, Defectivos, Abundante ou Unipessoal. E em qual alternativa os verbos tem a mesma classificação.

    Notem abaixo a classificação dos verbos utilizados nessa questão:


    SER:

    Tipo de verbo: irregular, anômalo, de ligação, auxiliar

    Transitividade: transitivo indireto e intransitivo 


    DIZER:

    Tipo de verbo: irregular

    Transitividade: transitivo direto, transitivo indireto, transitivo direto e indireto, intransitivo e pronominal


    AFIRMAR:

    Tipo de verbo: regular

    Transitividade: transitivo e pronominal


    DESCREVER:

    Tipo de verbo: regular

    Transitividade: transitivo e pronominal


    IR

    Tipo de verbo: irregular; anômalo; de ligação; auxiliar

    Transitividade: transitivo indireto, intransitivo e pronominal 


    SABER

    Tipo de verbo: irregular

    Transitividade: transitivo direto, transitivo indireto e intransitivo


    PEDIR

    Tipo de verbo: irregular

    Transitividade: transitivo e intransitivo


    ESTAR

    Tipo de verbo: irregular, de ligação, auxiliar

    Transitividade: transitivo indireto


    VER

    Tipo de verbo: irregular

    Transitividade: transitivo direto, transitivo indireto, transitivo direto e indireto, intransitivo e pronominal


    A unica alternativa que consta os verbos com a mesma classificação é a B.


  • A) (Frase I) [...] as mudanças causadas no cérebro pelo abuso na utilização da web são (VERBO DE LIGAÇÃO) similares aos efeitos de drogas químicas, como o álcool e a cocaína./ (Frase II) O problema, dizem (VERBO TRANSITIVO DIRETO) os especialistas, é o usuário conseguir diferenciar a dependência do uso considerado normal.


    B) (Frase I) [...] o uso excessivo está ligado a um transtorno de ansiedade, como pânico ou fobia social — afirma (VERBO TRANSITIVO DIRETO) a psicóloga Anna Lucia Spear King[...]/ (Frase II) A pesquisadora é a pioneira no estudo científico da nomofobia, nome cunhado na Inglaterra para descrever (VERBO TRANSITIVO DIRETO) o medo de ficar sem celular (no + mobile + fobia).


    C) (Frase I) Quando vou (VERBO TRANSITIVO INDIRETO) a um restaurante[...]/ (Frase II) Sei ((VERBO TRANSITIVO DIRETO) que não é de bom tom, mas eu deixo mesmo que seja no silencioso[...].


    D) (Frase I) Pior, no shopping a criança pedia (VERBO TRANSITIVO DIRETO) colo para as vendedoras das lojas para tocar no teclado./ (Frase II) Segundo o psicólogo, a tecnologia está (VERBO DE LIGAÇÃO)se tornando uma espécie de babá eletrônica[...]


    E) (Frase I) É comum ver, (VERBO TRANSITIVO INDIRETO) em festas infantis, crianças isoladas com o celular do pai na mão em vez de estar brincando com os colegas./ (Frase II) [...] os especialistas recomendam moderação, mesmo que o smartphone ou a internet sejam (VERBO DE LIGAÇÃO) essenciais para determinadas atividades. 


    GABARITO: B

  • É IMPORTANTE SABER A REGRA QUE A MONIQUE PIRES APRESENTOU? É!

    MAS, EU RESPONDI SÓ SUBSTITUINDO AS PALAVRAS DESCREVER E AFIRMAR UMA PELA OUTRA.