SóProvas


ID
2710621
Banca
COMPERVE
Órgão
Prefeitura de Natal - RN
Ano
2018
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

                             Uma ameaça chamada luz visível

                                                                 Por Naira Hofmeister e Sílvia Lisboa


      Aquela dose generosa de protetor que você passa antes de se expor ao sol pode não blindar sua pele como esperado. Calma: é para continuar lançando mão do produto, só que um elemento aparentemente oculto despontou nesse enredo e tem gerado preocupação. Oculto, não. Digamos que ele é bem visível.

      Uma investigação do Instituto de Química da Universidade de São Paulo (USP) revela que outro tipo de radiação solar, bem menos estudada e contra a qual a maioria dos filtros não consegue atuar, é capaz de danificar o tecido cutâneo. Trata-se da luz visível, que, como o nome indica, tem ondas que podemos enxergar – ao contrário dos raios UVA e UVB. “Nas células da pele, essa radiação gera lesões que, no longo prazo, podem sofrer uma transformação maligna”, conta o professor da USP e líder da pesquisa Maurício da Silva Baptista. A descoberta, inédita, sobre esse potencial cancerígeno ajudaria a explicar o aumento da incidência de tumores de pele, apesar das fortes campanhas de alerta por aí. “Casos de melanoma, o mais letal dos cânceres de pele, crescem de 3 a 4% a cada ano”, lamenta o médico Hélio Miot, diretor da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD). Os outros tipos também seguem avançando.

      O estudo da USP desvendou que o efeito prejudicial da luz visível, que corresponde a 45% da energia solar que alcança o corpo, é multiplicado devido à associação com os raios UVA. Combinadas, as duas radiações aumentam, na pele, a produção de lipofuscina, o pigmento do envelhecimento – e isso acontece independentemente da cor da cútis. O inquietante é que hoje não existem filtros solares capazes de interceptar a luz visível. Especialistas afirmam, porém, que não é caso para pânico. “Essa radiação é menos energética e perigosa que a ultravioleta. O UVA, por exemplo, é mil vezes mais potente no que se refere aos danos”, pondera Miot.

      Na escala de preocupação dos experts, sempre figurou no topo a fração UVB. Ela é a mais tóxica à pele, mesmo representando apenas 5% da radiação que atinge o corpo e tendo danos mais restritos às camadas cutâneas superficiais. É o raio solar com maior probabilidade de causar um câncer em médio prazo. “Há 50 anos, se sabe que o UVB promove o envelhecimento e afeta o DNA das células da pele, sem contar que ainda prejudica estruturas dos olhos e favorece a catarata“, contextualiza Miot, que também é professor da Universidade Estadual Paulista (Unesp). O UVA seria o segundo colocado em termos de lesões, seguido pela luz visível.

      Ainda restam mais perguntas do que respostas quanto aos efeitos dessa radiação – inclusive sua parcela de culpa sobre o câncer de pele. A luz visível, aliás, também vem de lâmpadas, TVs e celulares, só que as fontes artificiais não seriam maléficas à saúde. A versão solar, potencialmente perigosa, é bloqueada com uma barreira física, isto é, roupas, chapéus, óculos escuros e cremes coloridos. “Os filtros solares infantis conferem a proteção necessária contra ela, mas não são utilizados no corpo todo”, observa Baptista.

      A dermatologista Flávia Addor, da Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (ABIHPEC), entidade que reúne os fabricantes, explica que, atualmente, os cremes capazes de barrar a luz visível miram apenas o rosto e foram desenvolvidos para prevenir manchas e marcas do envelhecimento, duas consequências já conhecidas dessa espécie de radiação. “Quem usa é aquela pessoa que precisa tratar esse problema em particular”, nota.

      De fato, ainda não há produtos voltados para o corpo todo e focados em deter as repercussões mais profundas e nefastas na pele, como revelado no trabalho da USP. “Não conheço nenhum composto que atue diretamente contra esse tipo de dano”, diz Flávia. Para suprir essa lacuna, a equipe de Baptista criou e patenteou uma fórmula que utiliza nanotecnologia e um filme finíssimo de melanina para o corpo inteiro contra as três radiações, UVA, UVB e luz visível. Agora o químico busca empresas interessadas em inves tir em sua solução – e já tem encontros marcados com integrantes da indústria.

      Enquanto novos produtos que também nos defendam da luz visível não chegam ao mercado, continua de pé a recomendação de usar sempre o protetor tradicional, maneirar na exposição nos horários de maior incidência do sol e usar, se for o caso, chapéu e camiseta.

Disponível em: <https://saude.abril.com.br/bem-estar/um-perigo-chamado-luz-visivel/>. Acesso em: 01 mar. 2018. [Adaptado]

A dermatologista Flávia Addor, da Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (ABIHPEC), entidade que[1] reúne os fabricantes, explica que[2], atualmente, os cremes capazes de barrar a luz visível miram apenas o rosto e foram desenvolvidos para[3] prevenir manchas e marcas do envelhecimento, duas consequências já conhecidas dessa espécie de radiação. “Quem usa é aquela pessoa que precisa tratar esse problema em particular”, nota.


Os elementos linguísticos [1] e [2] pertencem

Alternativas
Comentários
  • Alguém poderia me explicar está questão ?

  • O primeiro "que" é um pronome relativo e introduz uma oração subordinada adjetiva restritiva

    o segundo "que" é uma conjunção subordinativa integrante e introduz uma oração subordinada substantiva objetiva direta ( OD oracional)

     

    PORTANTO, pertencem a classes gramaticais distintas.

    GABARITO  A

  • Isso nao é de Deus não.

  • O primeiro "que"  introduz uma oração subordinada adjetiva restritiva. Lembrando que essa sempre estará entre vírgulas! Diferentemente da oração subordinada adjetiva explicativa. Àquela faz parte do todo e esta é o todo. No mais, um macete interessante e que nos salva na maioria das vezes (existe excessão), é trocar o que por isso. Havendo sentido, será uma oração subordinada substantiva. Quanto a ser direta ou indireta, observemos a transitividade do verbo.

  • Para resolver precisa saber algumas coisas, o que é pronome relativo, uma conjucao e oração subordinada substantiva adjetiva.

     

    Dica: DEPOIS DE VERBO NUNCA HAVERÁ PRONOME RELATIVO, LOGO TODO "QUE" QUE APARECE DEPOIS DE VERBO É CONJUNÇÃO E TODO "QUE" DEPOIS DE ALGUM SUBSTANTIVO É PRONOME RELATIVO!

     

    Entidade (substantivo) que....

    Explica (verbo) que...

     

    Diferença entre oração subordinada adjetiva restritiva e explicativa:

     

    Só será oração subordinada adjetiva aquela ligada por um PRONOME RELATIVO !

     

    A oração subordinada substantiva adjetiva restritiva não tem vírgula.

    Ex: O aluno que mora ao local.

    (o "que" não está entre vírgulas)

     

    Oração subordinada substantiva adjetiva explicativa.

    Ex: O aluno, que é formado em medicina, joga futebol.

    (olha o relativo "que" entre vírgula).

     

    Ou seja, um fica entre vírgulas e outra não.

    Espero te ajudado!

  • 1° QUE: Pronome relativo que introduz uma OS Adjetiva restritiva

    2° QUE: Conjunção que introduz OS substantiva (com função de objeto)

     

    Gab. Letra A

  • Fiquei sem entender porque o 1º "que" introduz oração subordinada adjetiva restritiva, sendo que esta encontra-se entre vírgulas. :/

  • @Concursanda potiguar

    Mas o "que" se refere à entidade. Entre eles não há vírgula.

  • Na primeira oração em apreço: "entidade que reúne os fabricantes", há uma oração subordinada adjetiva restritiva. Pois, restringe o termo a que se refere e não se separa por vírgula. Se retirada do texto, o sentido da oração principal fica prejudicado. Já na segunda oração: "a entidade explica que" se tem uma outra classe gramatical, qual seja, uma oração subordinada substantiva objetiva direta. Portanto, a letra A é a assertiva correta. 

  • O primeiro caso se trata de um pronome relativo que introduz uma oração subordinada adjetiva restritiva;

    O segundo caso se trata de uma conjunção integrante que introduz uma oração subordinada substantiva objetiva direta;

     

    Logo, os quês em questão pertencem a classes gramaticais distintas. Vejamos o erros das assertivas:

     

    b) as classes gramaticais são diferentes, mas o segundo introduz uma oração substantiva objetiva direta;

    c) as classes gramaticais são diferentes, mas, de fato, o primeiro deles retoma informação presente no período anterior, pois trata-se de um pronome relativo;

    d) as classes gramaticais são diferentes, mas, de fato, o segundo deles antecipa informação presente no período posterior;

     

    Quem escolheu a busca não pode recusar a travessia - Guimarães Rosa

    ------------------- 

    Gabarito: A

  • Gabarito letra A

    Como o primeiro elemento coesivo permite substituição por “a qual”, já que retoma a expressão “entidade”, sendo, portanto, um pronome relativo, este introduz uma oração adjetiva restritiva, vez que não está pontuada no contexto do qual faz parte. Já o segundo “que”, visto que permite que todo o enunciado por ele introduzido seja substituído por “isso/isto”, configura função de conjunção integrante, elemento conectivo que introduz oração subordinada de valor substantivo.

  • reStritiva - Sem vírgula

    expliCativa - Com vírgula

  • reStritiva - Sem vírgula

    expliCativa - Com vírgula