O assedio moral não ocorre só no trabalho, ele pode estar presente em diversos tipos de relações interpessoais. O assedio está diretamente ligado à ideia de humilhação, desprezo, que tem por objetivo criar uma situação insustentável para a vitima.
O assedio moral ocorre desestabilizando a vitima, causando danos psicológicos e dependendo do grau do assedio podendo causar até mesmo danos mais graves. Esta situação constitui um risco invisível à saúde física e psicológica do assediado, uma violência sutil e perversa que leva ao adoecimento e em algumas situações até mesmo ao suicídio da vitima.
Apesar de invisível, é concreto o risco à integridade, à saúde e até mesmo à vida do trabalhador, porque a humilhação prolongada pode decorrer desde o comprometimento da sua dignidade e seu relacionamento afetivo e social, como evoluir para a sua perturbação mental, incapacidade laborativa, depressão e até mesmo a morte.
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Assédio moral envolve qualquer conduta abusiva (gesto,
palavra, comportamento, atitude, etc) que atente contra a dignidade ou
integridade psíquica e física de um pessoa, ameaçando seu emprego e degradando
o clima de trabalho. Acontece de forma contínua e sistematizada, o que torna a
sensação de humilhação e constrangimento ainda mais intensa, deixando a vítima
progressivamente mais fragilizada psicologicamente, de forma que sua autodefesa
e até a capacidade de pedir ajuda se esvaem. Gritos, agressões verbais,
insultos, deboches, humilhações, tudo isso pode compor o repertório do
assediador, porém, muitas vezes, tal agressão pode se dar uma forma difícil de
ser detectada, através de uma postura de silêncio, exclusão e isolamento do
assediado. Também incluem-se exigências para além das atribuições profissionais
que sobrecarregam os profissionais; ameaças para o cumprimento de metas; e
muitas outras formas que podem até mesmo serem julgadas como naturais do
ambiente corporativo.
O assédio moral é um dos principais responsáveis pelo
adoecimento psicológico relacionado ao trabalho, sendo precursor de quadros de
ansiedade e depressão, principalmente. Ainda que estratégias de cooping pessoais possam promover adaptação
melhor de alguns indivíduos, é inegável a relação desse como agente causador
de doenças relacionadas ao trabalho, sendo o nexo causal facilmente
estabelecido pelos profissionais ligados à saúde do trabalhador.
Mais frequentemente observado numa direção descendente ou assimétrica
(de superiores para subordinados), o assédio moral pode se manifestar em relações
horizontais ou simétricas (entre colegas de mesmo nível hierárquico), ou ainda,
em casos raros em direções ascendentes (do subordinado ou grupo de subordinados
para o hierarquicamente superior), além de poder ser visto em direções mistas,
conjugando conduta abusiva do superior e da equipe de trabalho, por exemplo.
Dessa forma o assédio sempre se dá de entre um agressor e um
alvo, personalizado; quando ocorre de maneira institucionalizada, com práticas
abusivas instituídas organizacionalmente por meio de formulações e da execução
de procedimentos, políticas e mecanismos de gestão que se baseiam em violência
e hostilização contra a maioria ou toda a equipe de trabalho, sem um alvo
definido, esse é identificado como assédio organizacional.
Por fim, assédio moral e assédio sexual são tipologias de
uma forma maior de problema organizacional identificado como abuso de poder, e não
necessariamente se manifestam conjuntamente.
GABARITO: C