SóProvas


ID
2730211
Banca
IBFC
Órgão
PM-SE
Ano
2018
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Texto I

A Rua
(Fragmento)

    EU AMO A RUA. Esse sentimento de natureza toda íntima não vos seria revelado por mim se não julgasse, e razões não tivesse para julgar, que este amor assim absoluto e assim exagerado é partilhado por todos vós. Nós somos irmãos, nós nos sentimos parecidos e iguais; nas cidades, nas aldeias, nos povoados, não porque soframos, com a dor e os desprazeres[...], mas porque nos une, nivela e agremia o amor da rua.
    (...) a rua é um fator da vida das cidades, a rua tem alma! (...) a rua é a agasalhadora da miséria. Os desgraçados não se sentem de todo sem o auxílio dos deuses enquanto diante dos seus olhos uma rua abre para outra rua (...).
    A rua nasce, como o homem, do soluço, do espasmo. Há suor humano na argamassa do seu calçamento. Cada casa que se ergue é feita do esforço exaustivo de muitos seres, e haveis de ter visto pedreiros e canteiros, ao erguer as pedras para as frontarias, cantarem, cobertos de suor, uma melopeia tão triste que pelo ar parece um arquejante soluço. A rua sente nos nervos essa miséria da criação, e por isso é a mais igualitária, a mais socialista, a mais niveladora das obras humanas. (...) A rua é a eterna imagem da ingenuidade. Comete crimes, desvaria à noite, treme com a febre dos delírios, para ela como para as crianças a aurora é sempre formosa, para ela não há o despertar triste, e quando o sol desponta e ela abre os olhos esquecida das próprias ações, é (...) tão modesta, tão lavada, tão risonha, que parece papaguear com o céu e com os anjos...
    A rua faz as celebridades e as revoltas, a rua criou um tipo universal, tipo que vive em cada aspecto urbano, em cada detalhe, em cada praça, tipo diabólico que tem, dos gnomos e dos silfos das florestas, tipo proteiforme, feito de risos e de lágrimas, de patifarias e de crimes irresponsáveis, de abandono e de inédita filosofia, tipo esquisito e ambíguo com saltos de felino e risos de navalha, o prodígio de uma criança mais sabida e cética que os velhos de setenta invernos, mas cuja ingenuidade é perpétua, voz que dá o apelido fatal aos potentados e nunca teve preocupações, criatura que pede como se fosse natural pedir, aclama sem interesse, e pode rir, francamente, depois de ter conhecido todos os males da cidade, poeira d’oiro que se faz lama e torna a ser poeira – a rua criou o garoto!

RIO, João do. A alma encantadora das ruas. São Paulo: Companhia das Letras, 1997, pp. 28–31.

Vocabulário
Agremia: do verbo agremiar; juntar num mesmo grupo.
Canteiros: pedreiros responsáveis pelas construções com pedra.
Frontarias: fachada principal; frente.
Melopeia: melodia; canção melodiosa.
Silfos: seres mágicos do ar presente em mitologias europeias.
Proteiforme: que muda de forma frequentemente.
Potentados: majestades; maiorais; pessoas de grande poder.

Considere o trecho abaixo para responder a questão:


“Esse sentimento de natureza toda íntima não vos seria revelado por mim.” (1º§)


O trecho apresenta uma oração cuja construção verbal ilustra a voz:

Alternativas
Comentários
  • Lucução verbal = Verbo SER + PARTICÍPIO = Passiva Analítica

     

    "Fé na missão." 

  • ATENÇÃO  A DISTINÇAO DA VOZ PASSIVA  ANALITICA E SINTETICA

  • Passiva analítica (verbo ser + verbo no particípio)

    quando o sijeito recebe a ação, praticada por outro elemento, o agente da passiva.

    Ex.: Um vaso foi colocado na mesa por mim.

     

    Passiva Sintética (verbo da 3ª pessoa + pronome SE)

    quando o sujeito recebe a ação, mas o agente não aparece.

    Ex.: Colocou-se um vaso na mesa.

     

    Reflexiva

    quando o sejeito pratica e recebe a ação ao mesmo tempo.

    Ex.: A menina penteou-se demoradamente.

  • Errei por não lembrar ANALÍTICA É SINTÉTICA

  • GAB LETRA D

    @CARREIRASPOLICIAIS.40

  • Ativa - o sujeito pratica a ação verbal (quem?)

    ex: O menino comeu feijão no almoço

    Passiva Sintética (se) - o sujeito sofre a ação (o que?)

    Ex: Abre-se a janela

    Passiva Analítica - dois verbos: SER + VERBO NO PARTICÍPIO : são verbos terminados em ADO ou IDO

    Ex: Feijão foi comIDO pelo menino

    Fonte: PORTUGUÊS SENSACIONAL - VOZES DO VERBO

  • Na voz passiva analítica sempre terá um verbo no particípio.

  • Analítica - verbo no particípio + agente da passiva

    Sindética - verbo 3º pessoa + se

  • SER + PARTICÍPIO

  • GABARITO A.

    PASSIVA ANALÍTICA: Verbo SER + PARTICÍPIO

    Esse sentimento de natureza todo íntimo não vos seria (Ser) revelado (Particípio) por mim.

    A escalada é longa, mas no fim estaremos no topo.

    Josué 1:9 Sejam Fortes e Corajosos

  • VOZ PASSIVA ANALÍTICA V SER+ V Participio que é uma ação já concluída. Gerson o agente da passiva é acompanhado pelas preposição “Por”
  • Observe as orações abaixo:

    (1) O culpado sempre é descoberto.

    (2) Descobre-se sempre o culpado.

    Como é possível perceber, esses dois enunciados encontram-se na voz passiva, ou seja, ambos apresentam um sujeito paciente que sofre a ação verbal. No entanto, nota-se também que a estrutura dos verbos é diferente nessas orações. Isso deve-se ao fato de que em (1) há a construção da voz passiva analítica, e, em (2), ocorre a voz passiva sintética.

  • Passiva analítica = Ser + particípio.

  • Na duvida entre sintetica e analitica, procure a locução verbal. logo será analítica.

  • VOZ PASSIVA ANALITICA

    VERBO= SER + PARTICIPIO

    RESPOSTA ESTA NA LOC:VERBAL ( seria revelado)

    letra D