SóProvas


ID
2740249
Banca
FUMARC
Órgão
Câmara de Pará de Minas - MG
Ano
2018
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

                                     RAPIDINHO


      Todos nos beneficiamos e nos orgulhamos das conquistas da vida moderna, especialmente da crescente velocidade com que fazemos as coisas acontecerem. Mudanças que antigamente levavam séculos para se efetivarem agora podem ser realizadas em poucos anos, às vezes em poucos meses. Quando não em poucas semanas, ou até em poucos dias. Nas sociedades tradicionais, as normas de conduta, as leis, os costumes, o modo de se vestir, os estilos artísticos tinham uma extraordinária capacidade de perdurar. Tudo se modificava, é claro, mas sempre muito devagar. [...]

      Na utilização dos meios de comunicação, os mensageiros foram substituídos pelo telégrafo elétrico, que cedeu lugar ao telégrafo sem fio, ao telefone, à televisão, ao fax, ao e-mail e às maravilhas da eletrônica contemporânea. Não somos bobos, tratamos de aproveitar as possibilidades criadas por todos os novos recursos tecnológicos. Para que perder tempo? Se podemos fazer depressa o que os nossos antepassados só conseguiam fazer devagar, por que não haveríamos de acelerar nossas ações? Um dos expoentes do espírito pragmático da modernidade, o americano Benjamin Franklin, já ensinava no século XVIII: “Tempo é dinheiro”, time is money.[...]

      Dedicamo-nos, então, a uma frenética corrida contra os ponteiros do relógio. Para sermos eficientes, competitivos, apressamos cada vez mais nossos movimentos. Saímos de casa correndo para o trabalho, somos cobrados para dar conta correndo de nossas tarefas e — habituados à corrida — alimentamo-nos às pressas (ah, a chamada fast food!), para depois voltarmos, correndo, para casa. [...]

      Impõem-se, contudo, algumas perguntas: nas condições em que somos mais ou menos obrigados a viver, não estaremos, de qualquer maneira, pagando um preço altíssimo, mesmo se formos bons corredores e nos mostrarmos aptos para vencer? Os ritmos que nos são impostos e que aguçam algumas das nossas faculdades não resultam, ao mesmo tempo, num empobrecimento de alguns aspectos importantes da nossa sensibilidade e da nossa inteligência? A necessidade de assimilar com urgência as informações essenciais para a ação imediata não acarreta uma grave incapacidade de digerir conhecimentos sutis e complexos, cheios de caroços e mediações que, embora careçam de serventia direta, são imprescindíveis ao aprofundamento da minha compreensão da condição humana? Uma reflexão que se sabe condenada a desenvolver-se num exíguo prazo predeterminado não será, inevitavelmente, superficial? O pensamento que se formula rapidinho não tende a ser sempre meio oco? (Leandro Konder. In: O Globo, 29/08/96)

https://pt.linkedin.com/pulse/%C3%A0-luz-do-fil%C3%B3sofo-karine-gomes-moura

Com relação às regras de colocação do pronome oblíquo, a posição do pronome é facultativa em:

Alternativas
Comentários
  • Gabarito D.

     

    a) Verbo no inicio da oração sem palavra atrativa obrigatória a ênclise. (Dedicamo-nos...)

     

    b) Pronome relativo obrigatória a próclise. (Os ritmos que nos são impostos...)

     

    c) Pronomes substantivos indefinidos (todos, alguns, tudo, qualquer, alguém, outro..) antes do verbo obriga a próclise. (Todos nos beneficiamos e nos orgulhamos...)

     

    d) Infinitivo (verbos terminados em AR/ER/IR) não flexionado precedido de palavras atrativas ou das preposições "para, em, por, sem, de, até, a" é FACULTATIVA a colocação do pronome.

     

    Uma reflexão que se sabe condenada a desenvolver-se... ou " condenada a se desenvolver..."

     

  • GABARITO: Letra D

    Com o INFINITIVO pode ocorrer tanto próclise quanto ênclise!

  • O "e" da C não seria conjunção coordenada aditiva? Nesse caso não seria facultativo também?

    Alguém poderia me responder?

    Retificando o comentário:

    Esse caso facultativo, descrito acima, só se aplica quando o verbo, que acompanha a conjunção, estiver no infinitivo.

  • com infinitivo impessoal, a colocação é sempre facultativa

    ex: Ela tem medo de SE desculpar.

    Ela tem medo de desculpar-SE.

  • Alguém sabe me dizer se essa regra do infinitivo vale também para CESPE?

  • Caso mais famoso de colocação facultativa: infinitivo.



  • Acho que pra CESPE no infinitivo é caso de enclise. Li isso em algum comentario.

  • INFINITIVO TANTO FAZ

  • GABARITO: D

  • Banca horrível.Já vi varias questões de colocação pronominal com mais de uma alternativa certa.

    Tanto a C(conjuncão coordenativa aditiva "E',faculta-se),como a D(infinitivo não flexionado precedido por preposição,faculta-se)estão corretas.

  • GABARITO LETRA D

    É FACULTATIVO EM VERBOS NO INFINITIVOS

  • C) Conjunção ADITIVA "E" > ATRATIVO DE PRÓCLISE

    Gabarito letra D

  • “Todos nos beneficiamos e nos orgulhamos das...

    Diante de conjunção coordenativa, o uso da próclise e ênclise é facultativo.

  • Galera, a C está errada ,pois fere o paralelismo sintático.

  • a) Verbo inicia a oração==> Ênclise obrigatória.

    b) Pronome Relativo==> Próclise obrigatória

    c) Pronome Indefifino==> Próclise obrigatória

    d) Infinitivo (ar, er, ir )==> Facultativa

    Gab: D

  • Letra D.Verbo no infinitivo.

  • Analisemos letra a letra.

    Letra A - ERRADA - É obrigatória a ênclise (pronome oblíquo após o verbo), haja vista que é proibitivo iniciar frase com pronome oblíquo.

    Letra B - ERRADA - É obrigatória a próclise (pronome oblíquo antes do verbo), devido à presença do pronome relativo "que" - fator de próclise.

    Letra C - ERRADA - O emprego da próclise se faz necessário, para que haja paralelismo entre as formas "nos beneficiamos" e "nos orgulhamos".

    Letra D - CERTA - Diante de infinitivo não flexionado - é o caso de "desenvolver" -, precedido de preposição ou palavra negativa, é facultativo o emprego da próclise - "... condenada a se desenvolver..." - ou ênclise - "... condenada a desenvolver-se...".

  • Não sei se está correta essa informação, mas vi um professor dizendo que as conjunções coordenativas atrativas são as nem... nem, ora... ora, não só... como

    o E não entra nessas conjunções

  • letra A: verbo no início da frase, exige a ênclise.

    Letra B: pronome que, exige a próclise.

    Letra C: pronomes como, todos, nenhum, algum, qualquer, muito, pouco, certo, qualquer etc. exige a próclise.

    letra D:verbos no infinitivo é o único caso disponível entre as alternativas de situação facultativa.

  • GABARITO: D

    a) “Dedicamo-nos, então, a uma frenética corrida contra os ponteiros do relógio.” → Errado. Não se pode colocar a próclise (nos dedicamos), pois não se inicia oração com pronome oblíquo átono.

    .

    c) “Os ritmos que nos são impostos e que aguçam algumas das nossas faculdades [...]”. → Errado. Temos um pronome relativo (que), logo a próclise é obrigatória.

    .

    c) “Todos nos beneficiamos e nos orgulhamos das conquistas da vida moderna [...].” → Errado. Não há que se falar em ênclise (orgulhamo-nos), pois, além de quebrar o paralelismo sintático (nos beneficiamos e nos orgulhamos), fere a próclise exigida pelo pronome indefinido todos, que está implícito no trecho (Todos nos beneficiamos e (todos) nos orgulhamos). Com pronome indefinido (todos), a próclise é obrigatória.

    .

    d) “Uma reflexão que se sabe condenada a desenvolver-se num exíguo prazo predeterminado [...].” → Correto. Verbo no infinitivo → Próclise ou ênclise (condenado a se desenvolver ou condenada a desenvolver-se)

    Espero ter ajudado.

    Bons estudos! :)

  • Para responder esta questão, exigia-se conhecimento em colocação pronominal. Vejamos:

    Os pronomes pessoais oblíquos átonos me, te, se, lhe(s), o(s), a(s), nos e vos podem estar em três posições ao verbo ao qual se ligam.

    Próclise é antes do verbo⇾ Nada me faz tão bem quanto passar em concurso.

    Mesóclise é no meio do verbo⇾ Abraçar-lhe-ei…

    Ênclise é após o verbo⇾ Falaram-me que você está muito bem.

    Após vermos o conceito e os exemplos, iremos analisar qual assertiva possui colocação pronominal facultativa em relação a sua posição. Analisemos:

    a) Incorreta.

    “Dedicamo-nos, então, a uma frenética corrida contra os ponteiros do relógio.”

    Em começo de período, apenas, cabe o pronome em forma de ênclise.

    b) Incorreta.

    “Os ritmos que nos são impostos e que aguçam algumas das nossas faculdades [...]”.

    A partícula "que" atrai o pronome para trás do verbo.

    c) Incorreta.

    “Todos nos beneficiamos e (todos) nos orgulhamos das conquistas da vida moderna [...].”

    O pronome indefinido está implícito antes do verbo "orgulhar" e , dessa forma, atrai o pronome em forma de próclise.

    d) Correta.

    “Uma reflexão que se sabe condenada a desenvolver-se num exíguo prazo predeterminado [...].”

    O verbo no infinitivo faculta o verbo em posição de próclise ou de ênclise.

    Gabarito do monitor: D