SóProvas


ID
2759371
Banca
FCC
Órgão
TRT - 15ª Região (SP)
Ano
2018
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Atenção: Leia o texto a seguir para responder a questão.


1. A neurocientista Suzana Herculano-Houzel é autora da coletânea de textos O cérebro nosso de cada dia, que tratam de curiosidades como o mito de que usamos apenas 10% do cérebro, por que bocejo contagia, se café vicia, o endereço do senso de humor, os efeitos dos antidepressivos. A escrita é acessível e descontraída e os exemplos são tirados do cotidiano. Mesmo assim, Suzana descreve o processo de realização de cada pesquisa e discute as questões mais complexas, como a relação entre herança e ambiente, as origens fisiológicas de determinados comportamentos e o conceito de consciência. Leia a entrevista abaixo.


2. Muitos se queixam da ausência de uma “teoria da mente” satisfatória e dizem que a consciência humana é um mistério que não se poderia resolver – mesmo porque caberia à própria consciência humana resolvê-lo. O que acha? Acho que, na ciência, mais difícil do que encontrar respostas é formular perguntas boas. A ciência precisa de hipóteses testáveis, e somente agora, quando a neurociência chega perto dos 150 anos de vida, começam a aparecer hipóteses testáveis sobre os mecanismos da consciência. Mas “teorias da mente” bem construídas e perfeitamente testáveis já existem. A própria alegação de que deve ser impossível à mente humana desvendar a si mesma, aliás, não passa de uma hipótese esperando ser posta por terra. É uma afirmação desafiadora, e com um apelo intuitivo muito forte. Mas não tem fundamento. De qualquer forma, a neurociência conta hoje com um leque de ferramentas que permite ao pesquisador, se ele assim desejar, investigar por exemplo a ativação em seu cérebro enquanto ele mesmo pensa, lembra, faz contas, adormece e, em seguida, acorda. O fato de que o objeto de estudo está situado dentro da cabeça do próprio pesquisador não é necessariamente um empecilho.


3. Há várias pesquisas descritas em seu livro sobre a influência da fisiologia no comportamento. Você concorda com Edward O. Wilson que “a natureza humana é um conjunto de predisposições genéticas”? Acredito que predisposições genéticas existem, mas, na grande maioria dos casos, não passam de exatamente isso: predisposições. Exceto em alguns casos especiais, genética não é destino. A meu ver, fatores genéticos, temperados por acontecimentos ao acaso ao longo do desenvolvimento, fornecem apenas uma base de trabalho, a matéria bruta a partir da qual cérebro e comportamento serão esculpidos. Somadas a isso influências do ambiente e da própria experiência de vida de cada um, é possível transcender as potencialidades de apenas 30 mil genes – a estimativa atual do número de genes necessários para “montar” um cérebro humano – para montar os trilhões e trilhões de conexões entre as células nervosas, criando o arco-íris de possibilidades da natureza humana.


4. Uma dessas influências diz respeito às diferenças entre homens e mulheres, que seu livro menciona. Como evitar que isso se torne motivação de preconceitos ou de generalizações vulgares, como no fato de as mulheres terem menos neurônios? Se diferenças entre homens e mulheres são evidentes pelo lado de fora, é natural que elas também existam no cérebro. Na parte externa do cérebro, o córtex, homens possuem em média uns quatro bilhões de neurônios a mais. Mas o simples número de neurônios em si não é sinônimo de maior ou menor habilidade. A não ser quando concentrado em estruturas pequenas com função bastante precisa. Em média, a região do cérebro que produz a fala tende a ser maior em mulheres do que em homens, enquanto neles a região responsável por operações espaciais, como julgar o tamanho de um objeto, é maior do que nelas. Essa diferença casa bem com observações da psicologia: elas costumam falar melhor (e não mais!), eles costumam fazer operações espaciais com mais facilidade. O realmente importante é reconhecer que essas diferenças não são limitações, e sim pontos de partida, sobre os quais o aprendizado e a experiência podem agir.


(Adaptado de: PIZA, Daniel. Perfis & Entrevistas. São Paulo, Contexto, 2004)

que permite ao pesquisador (2º parágrafo)
que seu livro menciona (4º parágrafo)
quando concentrado em estruturas pequenas (4º parágrafo)

Os termos sublinhados acima referem-se respectivamente a

Alternativas
Comentários
  • Letra (d)

     

    Ambos os termos sublinhados tem como função, recurso anafórico, que é utilizado para retomar o que já foi dito e escrito.

  •  

    GABARITO D

     

     

    LEQUE DE FERRAMENTAS (que = o qual)  permite ao pesquisador (2º parágrafo)

    DIFERENÇAS (que = os quais) seu livro menciona (4º parágrafo)

    NÚMEROS quando concentrado em estruturas pequenas (4º parágrafo)

  • Gabarito D

     

    a)  ferramentas − diferenças − número

    b)  neurociência − diferenças − número

    c)  leque − influências − sinônimo

    d)  leque − diferenças − número

    e)  neurociência − influências − sinônimo

     

    É uma afirmação desafiadora, e com um apelo intuitivo muito forte. Mas não tem fundamento. De qualquer forma, a neurociência conta hoje com um leque de ferramentas QUE permite ao pesquisador, se ele assim desejar, investigar por exemplo a ativação em seu cérebro enquanto ele mesmo pensa, lembra, faz contas, adormece e, em seguida, acorda.

     

    ( anteriormente, o texto fala sobre a influência genética sobre a capacidade mental )

    Uma dessas influências diz respeito às diferenças entre homens e mulheres, QUE seu livro menciona. Como evitar que isso se torne motivação de preconceitos ou de generalizações vulgares, como no fato de as mulheres terem menos neurônios?    

    O termo " isso " também confirma tratar das diferenças genéticas que o livro menciona.

     

    Mas o simples número de neurônios em si não é sinônimo de maior ou menor habilidade. A não ser quando CONCENTRADO em estruturas pequenas com função bastante precisa.

  • Gabarito - D

     

     

     

    1) De qualquer forma, a neurociência conta hoje com um leque de ferramentas QUE permite ao pesquisador [...].

     

     

    →  Vejam que o verbo "permitir" está no singular, por isso o termo "que" não poderia estar retomando "ferramentas", pois necessariamente o verbo haveria de se flexionar no plural.

     

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    2) Uma dessas influências diz respeito às diferenças entre homens e mulheres, QUE seu livro menciona [...].

     

     

    →  O livro menciona o que? As diferenças entre homens e mulheres.

     

    -----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

     

    3) Mas o simples número de neurônios em si não é sinônimo de maior ou menor habilidade. A não ser quando CONCENTRADO em estruturas pequenas [...].

     

     

    →  O que é concentrado em estruturas pequenas? O número de neurônios.

     

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  • "Gabarito D"

     

    ** Dica= O "que" pronome relativo retoma termos antecedidos mais próximos, desde que seja o termo principal.

     

    Ex: 

    1. Uma dessas influências diz respeito às diferenças entre homens e mulheres, QUE seu livro menciona. (percebam que o "que" retomou ao termo principal mais próximo "DIFERENÇAS".)

     

    2. De qualquer forma, a neurociência conta hoje com um leque de ferramentas QUE permite ao pesquisador, se ele assim desejar, investigar... (Idem Ex.1)

     

    Erros, avise-me.

     

    Deus está no comando.. Continue...

  • Gabarito D

     

    Muito bem observado o detalhe do Sérgio Farias em relação ao item 1.

     

    AVANTE SEMPRE!

  • Seria tão bom se viesse o número da linha, não só o parágrafo... sonhar não custa. rs 

  • Texto gigante e o enunciado só cita o parágrafo. É muita maldade!

  • A elaboração em si está horrível. Pegar dados científicos para aplicar em prova de concurso é só pra cansar o candidato.

    FCC como sempre bancando a Cruella de Vil.

  • E os segundos ou minutos perdidos para voltar no parágrafo e encontrar a linha que está a resposta para a pergunta...Tenho q treinar minha velocidade !

  • errei dnv

  • Letra A encaixou certinho!

    PQP - FCC

  • Se ele se referisse a ferramentas, o verbo seria mencionam e não menciona.

  • Uma vez que você decide que aquela resposta é a certa, NÃO MUDE DE IDEIA kkkkkkkkk ô ódio

  • O mais dificil foi achar os paragrafos 

  • O que me ajudou aí foi a concordância no singular...tem que ficar bem atento mesmo, porque o erro por mais que esteja na ''cara'', na hora da prova é normal ficar meio cego kkkkk